Hiatus é aquele período entre maio e setembro, no qual as séries de grande porte estão de férias, portanto, vivemos a mid-season. O número de estreias é menor do que as registradas em setembro na fall season, mas sempre se estreia coisas boas ou nem tanto. E como já virou hábito por aqui, vamos a algumas indicações. Todos já sabem que a impressão é só do piloto. Não me responsabilizo se a série virar um problemão imenso depois da season premiere.
Já vi pessoas comentando que a CBS não tem critérios para aprovar programas e encaixam aí American Gothic. Mas eu penso que o piloto cumpre o que promete. E você pode ver o programa sem exigir que dali saia uma obra do nível de Six Feet Under ou uma Breaking Bad. Sei identificar uma obra prima quando vejo uma e American Gothic não é uma destas, mas pode se encaixar na categoria entretenimento, um bom guilty pleasure. Ela conta a historia de uma família disfuncional – uma filha egoísta, uma filha boazinha, um filho drogado e um filho revoltado que saiu de casa há 14 anos. E ainda temos um serial killer que pode fazer parte da citada família. A série vai render? Não sei. Ela pode passar da primeira temporada? Perguntas para as quais ainda não tenho resposta, mas estamos no hiatus, temporada incerta. O piloto é cheio de clichês, mas sentimos que a história foi, sim, bem contada, e que o segundo episódio merece ser visto. Vejam sem exigir demais, pois lhes digo que é sempre bom encontrar um guilty pleasure.
O canal Freeform propõe nos contar uma história simples: Uma garota americana estuda na Inglaterra, dividindo o apartamento com mais duas colegas e, depois de uma festa, uma delas é encontrada morta e a americana é a principal suspeita. A pergunta que fica no ar se a garota que mora fora de seu país, longe de sua irmã que é promotora de justiça nos EUA, orfã de mãe, foi capaz de cometer um crime de maneira fria e calculista? Achei a temática muito simplória, pode até ser que se sustente pelas boas interpretações, mas a história, por si só, não tem sustentação ou base para que os roteiristas se prendam e consigam cativar a atenção do espectador.
Antes de começar a falar sobre Greanleaf, não pense que sou contra religiões e tal. Nós vivemos um período muito complicado, no qual tudo pode ficar subentendido e, do nada, corremos o risco de sermos apontados como pessoas preconceituosas por conta de um comentário mal-interpretado. Após essa pequena explicação, vamos à série: Greanleaf acompanha uma família negra que dirige uma grande igreja evangélica e cujo uma das filhas se afastou da família há anos. Nas primeiras cenas descobrimos que Grace Greanleaf era uma excelente pregadora, então por que ela se afastou? Percebemos que a família se une não pela igreja mas, sim, pelo lucro que esta rende, pelo poder financeiro que traz. A série tem como produtora executiva a ilustre Oprah Winfrey, possui uma boa estrutura e promete uma boa trama.
Temos um aprendizado após o piloto: sexo casual pode não valer a pena. Um garoto paquistanês se mete em uma baita encrenca e se torna o principal suspeito de um terrível crime. Será que a polícia vai se preocupar em averiguar outros suspeitos quando se tem um alvo ideal? A sociedade sedenta para encontrar um culpado, já tem um suspeito perfeito. Mas quem, na verdade, é o autor do crime? O menino paquistanês apontado como “terrorista” ou o garoto branco americano? E quem pode dizer que o menino paquistanês não é mesmo o culpado? Este é o instigante mote de The Night Of.
Até!
Gaby Matos