“Não terei medo. O medo mata a mente. O medo é a pequena morte que leva à aniquilação total. Enfrentarei meu medo.”
Obra seminal e clássico incontestável da literatura fantástica e de ficção científica, Duna foi considerado, por muito tempo, inadaptável. E esse mito em torno da obra de Frank Herbert perdurou e se fortaleceu diante das tentativas fracassadas de levá-lo ao cinema. Primeiro com o chileno Alejandro Jodorowsky, em 1975, cuja adaptação jamais chegou a sair efetivamente do papel, e permanece sendo o longa dos sonhos de muitos geeks e o melhor filme jamais realizado (se você, fã de Duna, não viu o documentário Duna de Jodorowsky, lançado em 2013, e que discute a pré-produção do audacioso projeto, não perca tempo e assista! É fantástico). Posteriormente, em 1984, o cultuado David Lynch o levou às telas, em um filme renegado pelo próprio diretor americano, mas que ganhou ares de trash cult. Compreendo que a experiência de filmar Duna não foi das melhores para Lynch devido às interferências do estúdio, mas considero sua posição bastante radical. Ele fez o que podia com recursos limitados e mesmo diante da falta de autonomia durante a execução do longa, o resultado não é tão ruim quanto clamam por aí.
Por fim, quase quarenta anos depois da adaptação de Lynch, chega aos cinemas (após diversos adiamentos por conta da pandemia), a nova versão de Duna. E coube ao cineasta Denis Villeneuve a tarefa de traduzir para o grande ecrã a obra de Herbert que inspirou, dentre outras obras, nada menos do que Star Wars. Continuar lendo Duna