Numa época em que livros e contos eróticos estão na moda, Meg Cabot, a diva das histórias sobre princesas modernas (e aqui, nada tem a ver com a Sarah Sheeva) e dos livros voltados para o público infanto-juvenil, pode ser, surpreendentemente, uma boa pedida para os jovens que querem se entreter com este universo hot e, ao mesmo tempo, romântico, que está fazendo a cabeça do público leitor de todo o mundo.
Patrícia Cabot é o pseudônimo que Meg utilizou para assinar seus livros voltados para o público jovem/adulto, e um deles é o Pode Beijar a Noiva. Ele conta a história de Emma Van Court, dama londrina que, totalmente apaixonada pelo jovem Stuart, resolve fugir e se casar com ele mesmo tendo consciência de que sua vida muito dificilmente terá conforto financeiro.
Seis meses após o casório, Stuart morre (de uma maneira um tanto bizarra) e Emma se vê sozinha numa cidade pequena e pouco desenvolvida, morando numa cabana em condições precárias ao lado de uma cadela e um galo fujão. Misteriosamente, entretanto, ela passa a ter direito a uma grande herança caso volte a se casar, o que faz com que os marmanjos de todo o vilarejo se interesse por ela. Aliás, pelo seu dinheiro.
James Marbury, primo de Stuart e dono da fúria de Emma, vai até o vilarejo sem planos de vê-la, mas o destino prega-lhe uma peça. Ao encontrá-la em uma situação precária e cercada de homens querendo sua herança, James, que não precisa de dinheiro, pois é o Conde de Denham, se oferece como marido temporário de Emma, apenas para liberar a herança de que é era dona e, posteriormente, ele próprio resolverá tudo para a anulação do casamento, já que não irão consumar a união. Teoricamente.
O que podemos encontrar em Pode beijar a noiva é um típico romance “sessão da tarde” com pitadas de “tela quente”. Emma e James são divertidos juntos e Patrícia/Meg se esforçou para deixar algumas passagens engraçadas. O casal tem muita química e os capítulos destinados aos beijos apaixonados e ao sexo foram muito bem feitos (e detalhados!). Confesso que esse fato me pegou um pouco de surpresa, esperava por algo mais “infantil”, talvez por preconceito ou pela própria forma de pensar de Emma, que chega a ser chata no início do livro.
O amor que ela sente por Stuart é mostrado de forma breve (já que o próprio era contra demonstrações físicas de afeto dentre outras coisas), o que torna difícil a existência de “teams”, frequentes nos romances atuais. Stuart também é morno, enquanto Emma tinha uma alma “devassa”, como a própria diz. É com James que a personagem encontra a fusão entre a melhor e a pior parte de si mesma. Emma “devassa” é muito mais divertida do que a Emma “caridosa”, embora as duas estejam presentes em toda a trama.
Quem já está acostumado com literatura erótica (o que não é o meu caso) com certeza vai achar as relações sexuais entre Emma e James fracas e “sem sal”, mas para aqueles que ainda estão iniciando no gênero e curtem um bom romance, Pode beijar a noiva é totalmente indicado.
Daniele Marques