O Ano em Questão: 2001 – O Começo do Século XXI

2001 foi bem diferente do que Stanley Kubrick imaginou…

Parece que foi ontem que tudo aconteceu, não é? Há exatamente 20 anos o século XXI deu seus primeiros passos, mas com algum vestígio remanescente do século XX. 

Antes que reclamem, a Casa dos Artistas já foi relembrada por aqui, assim como a terceira edição do festival Rock in Rio.

Nessa época, ter um computador em casa era um sonho distante para a maioria e quem tinha, usava rede discada. A internet banda larga ainda não existia. Linha de telefone? Já tínhamos em casa, mas celular ainda era para poucos. As TVs por assinatura já começavam a ganhar as massas, porém ainda não haviam chegado à minha casa (só em 2002) e eu estava cansado da falta de diversidade na TV aberta. 

Sem mais delongas, vamos relembrar 2001.

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Exagerado (1985) – Cazuza

Data de Lançamento: Novembro de 1985
Faixas: 10 faixas
Duração: 36:07
Estilo: Pop Rock,Power Pop, Blues e MPB
Produção: Nico Rezende e Ezequiel Neves
Gravadora: Som Livre

Lado A
Exagerado
Medieval II
Cúmplice
Mal Nenhum
Balada de Um Vagabundo

Lado B
Codinome Beija-Flor
Desastre Mental
Boa Vida
Só as Mães São Felizes
Rock da Descerebração Continuar lendo Exagerado (1985) – Cazuza

[Versões e Regravações] Você – Tim Maia

Original:

A canção Você foi escrita pelo cantor e compositor Tim Maia no final dos anos 1960. Ele tentou convencer o cantor Roberto Carlos a gravá-la, mas Roberto pediu a ele que criasse uma música sobre alguém que acabou de sair de um relacionamento. Foi assim que Tim Maia concebeu Não Vou Ficar especialmente para Roberto. No fim das contas, quem acabou interpretando Você foi outro grande nome da Jovem Guarda, o cantor Eduardo Araújo, em 1969, para o seu álbum A Onda é Boogaloo. Continuar lendo [Versões e Regravações] Você – Tim Maia

O Velho e o Mar

Última obra assinada por Ernest Hemingway, o breve O Velho e o Mar é considerado o canto do cisne do autor. Após um longo hiato de dez anos desde o lançamento do bem-sucedido Por Quem Os Sinos Dobram, de 1940, Hemingway retornava à literatura com o insucesso Na Outra Margem, Entre as Árvores, lançado em 1950. Diante das duras e negativas avaliações que o romance recebeu, o expoente da Geração Perdida passou a ser considerado pela crítica especializada um escritor combalido e em fim de carreira. No entanto, O Velho e o Mar veio para mostrar que os ditos especialistas estavam redondamente enganados – o que não foi a primeira e nem a última vez, convém dizer. Continuar lendo O Velho e o Mar

Druk – Mais Uma Rodada

Quem vai fazer como Hemingway e estourar os próprios miolos e quem vai (como Winston Churchil) ganhar uma guerra mundial?

A sede da quarta maior cervejaria do mundo, Carlsberg, fica localizada em Copenhague, capital dinamarquesa, e é uma das atrações turísticas da região, considerada uma verdadeira instituição do país. A Dinamarca também sedia o evento Mikkeller Beer Celebration Copenhagen (outrora conhecido como Copenhagen Beer Celebration), um dos festivais de cerveja mais cultuados ao redor do globo, organizado pela famosa microcervejaria Mikkeller desde 2012. O país nórdico tem uma história de amor antiga com a cerveja, que data de cinco mil anos, segundo pesquisadores – uma relação duradoura. A Dinamarca ainda integra o círculo dos produtores mundiais de grandes whiskies e abrigava a garrafa de vodka mais cara do mundo, em um bar em Copenhague, avaliada em US$ 1,3 milhão (até ser roubada e encontrada vazia em uma obra pública em 2018).  Mas esse é o lado romântico da tradição e cultura etílica do país.

De acordo com os dados divulgados nos últimos anos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e estudos recentes realizados por instituições independentes de pesquisas, por mais que o consumo de bebida alcóolica na Europa venha declinando de uns tempos para cá, o velho mundo continua a figurar como a região com o mais elevado consumo per capita mundial de álcool. A porcentagem vem em constante queda desde 2000, mas o índice de consumo ainda é preocupante. No relatório publicado no periódico médico The Lancet, em 2018, a Dinamarca foi apontada como o país com mais pessoas que bebem no mundo (sendo 95,3% das mulheres e 97,1% dos homens), corroborando as informações fornecidas pela OMS naquele mesmo ano. No ranking da independente Global Drug Survey, divulgado em janeiro de 2021, o país escandinavo aparece em uma posição avantajada dentre os maiores consumidores de álcool, ocupando a quarta posição.

A paixão por bebidas fermentadas e destiladas, bem como as consequências do seu excesso, é o mote de Druk – Mais Uma Rodada, longa assinado pelo cineasta dinamarquês Thomas Vinterberg e vencedor do Oscar deste ano de Melhor Filme Internacional. A trama, um híbrido de drama e comédia, aborda os benefícios e malefícios do consumo de bebida alcóolica em um conto de cunho intimista, mas que aspira a transmissão de uma mensagem universal; sem assumir o tom de apologia, mas passando distante do caráter denunciativo; combinando, em uma mesma esfera, personagens que atravessam a famigerada crise da meia-idade com adolescentes sofrendo as típicas inquietações da juventude. É apoiando-se em uma estrutura de visíveis contrastes que Druk, curiosa e coincidentemente, alcança a proeza de ser um oito ou oitenta, repleto de méritos estéticos e narrativos, mas munido de decisões questionáveis e problemáticas. Continuar lendo Druk – Mais Uma Rodada

Uma Noite em Miami

“This is one strange fucking night!”

Baseado na peça homônima de Kemp Powers, o longa de Regina King é um relato fictício de uma noite transformadora na vida de quatro personalidades lendárias. O que realmente se desenrolou naquele quarto de hotel, em 25 de fevereiro de 1964, apenas os protagonistas desse encontro – Sam Cooke (Leslie Odom Jr), Jim Brown (Aldis Hodge), Malcolm X (Kingsley Ben-Adir) e Cassius Clay (Eli Goree) – saberiam relatar com exatidão, visto que não existem registros da reunião. Mas, partindo do contexto histórico, sócio-político, econômico e cultural da época, bem como das particularidades e características que definem os quatro protagonistas e seus respectivos papéis na sociedade, Uma Noite em Miami imagina quais foram as pautas discutidas naquela informal conversa entre amigos, sem soar forçado, didático ou superficial. Ainda que os eventos tenham sido ficcionalizados, o modo como a trama é conduzida torna a atmosfera crível e natural, fugindo do caráter enfadonho que assombra outros longas adaptados de peças teatrais. Continuar lendo Uma Noite em Miami