The Day of the Doctor – O Especial de 50 Anos de Doctor Who

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O texto abaixo contém spoilers. Para você que não assistiu ao episódio, leia por sua própria conta e risco.

Uma longa espera entre o dia em que adquiri os ingressos (para mim e minha irmã e companheira de nerdices, Adryz Herven) e o “dia do Doutor”. E posso garantir que a espera valeu a pena. Momento mais icônico de nossas vidas como fãs.

Tem como não amar Doctor Who? Uma resposta positiva a essa pergunta nos provoca mais assombros do que qualquer anjo lamentador. O meu vício em séries somado ao eterno saudosismo de minha irmã, fez com que mais um elo entre nós (como se fosse necessário mais um dentre tantos que possuímos) fosse criado. E, assim, são horas de conversas a respeito de Doctors, regenerações, teorias, episódios perdidos, trocas de vídeos e artigos sobre as séries, sessões de episódios pela Rede Cultura com nossos comentários (im)pertinentes durante as exibições, e zilhões de posts no tumblr tanto relativos à série contemporânea quanto à clássica.

Eu comecei a ver Doctor Who por ser apaixonada por seriados, especialmente os britânicos. E principalmente os da BBC. A Adryz por conta de sua verve nostálgica, por apreciar nerdices antigas. Pois bem, obviamente faríamos qualquer coisa para ver o especial de 50 anos da série na telona.

E foi ontem, sábado, dia 23, aniversário de 50 anos de DW (e um dia depois do aniversário da Adryz, convém dizer), que fomos conferir ao lado de vários whovians e um cyberman (!) o especial no cinema. As expectativas eram grandes. Não tinham como não ser. E afirmo categoricamente que o episódio correspondeu a elas.

Com roteiro de Steven Moffat (o atual showrunner da série) e direção de Nick Hurran, a trama de The Day of the Doctor se passa em três linhas temporais distintas. Em 2013, um mistério ronda a National Gallery de Londres. Em 1562, um plano de assassinato tem como cenário a Inglaterra na era da Rainha Elizabeth I. Paralelamente a esses eventos, no último dia da Guerra do Tempo, há uma batalha espacial ocorrendo entre os Daleks e os Senhores do Tempo que aponta para o trágico fim de Gallifrey, o planeta natal do Doctor. As tramas se entrelaçam e convergem, o que culmina no encontro de três Doutores.

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A química entre David Tennant, Matt Smith e John Hurt é surpreendente, como era de se esperar. Individualmente, suas performances estão igualmente impecáveis. Billie Piper  (que interpretou Rose Tyler nas primeiras temporadas da série contemporânea, uma das companions mais queridas) aparece com destaque na trama, representando a entidade Bad Wolf. Jenna Coleman, na pele de Clara Oswald, está maravilhosa, tendo um importante papel no ápice do episódio.

Se você é fã, experimente assistir ao emocionante momento em que o Tenth (Tennant) diz a célebre frase “I don’t wanna go” (que marcou a sua regeneração para o 11º Doutor) e tente resistir às lágrimas. Aposto que será impossível. E uma sonora exclamação de desapontamento parte da garganta de todos quando presenciamos o início da regeneração de John Hurt para Christopher Eccleston (o nono Doctor  que inaugurou a retomada da série em 2005, após um hiato de 15 anos). O ator infelizmente não participa do especial, de forma que a cena é cortada antes de a regeneração se concluir. Mas somos compensados com a ilustríssima presença do quarto Doctor, Tom Baker que faz uma ponta genial e maravilhosa ao lado do Eleventh (Smith). Além, claro, do momento em que todos os Doctors se unem para impedir a queda de Gallifrey, congelando-o no tempo, numa sequência nada menos do que eletrizante.

A fluência da narrativa é digna de nota. Conduzida de maneira firme, o ritmo não cai em nenhum momento. Muito pelo contrário, mal vemos o tempo passar. O clímax é praticamente constante, deixando o espectador sempre aflito e ansioso para as cenas seguintes. Impossível desgrudar os olhos da tela. O roteiro, bem estruturado, alia ótimas cenas de comédia (o bom humor é uma das marcas registradas do personagem) a momentos dramáticos tocantes em que a sensibilidade dos diálogos são o grande destaque. E, claro, a ação é empolgante, capaz de fazer o espectadores vibrarem em diversas sequências. O visual do episódio, como sempre, é um espetáculo à parte, os efeitos especiais são muito bem empregados.

A trilha sonora clássica dispensa comentários, sempre entrando no momento correto. E as alusões a Doutores e temporadas anteriores surgem com uma naturalidade impressionante. Dentre tantos méritos, não posso deixar de citar o fato de que The Day of the Doctor não só respeita os elementos canônicos de Doctor Who (o clássico e o atual), como deixa evidente o carinho pela sua base de fãs ao inserir tantos aspectos fundamentais de sua mitologia, que só quem é fã consegue absorver inteiramente. Em suma, o episódio é fantástico e nos deixa com um gostinho de ‘quero mais’. Além de apontar promissores caminhos que a próxima temporada poderá seguir.

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Confesso que não deixa de ser um tanto estranho ver um episódio de Doctor Who na telona. Obviamente, aqui e ali, o formato não parece adequado, devido aos planos e movimentos de câmera. Mas a diversão foi tão grande, que relevar isso não foi nenhum grande problema.

E, claro, como era uma sessão especial para fãs, algumas das melhores coisas foram todos os aplausos, a histeria e os momentos de assombro dos devotos whovians. A abetura a cargo de Strax; as alfinetadas entre Tenth e Eleventh logo na introdução; as tiradas cômicas certeiras; as linhas de diálogos clássicas; as inúmeras referências a episódios antológicos das séries antiga e contemporânea; bem como os derradeiros momentos que reúnem todos os Doctors, fizeram os whovians presentes na sessão irem das risadas às lágrimas e aos aplausos com a mesma energia com que o Doctor vem viajando pelo tempo e espaço dentro de sua Tardis desde os anos 60 (embora tenha um longo hiato aí no meio).

É fato que jamais irei esquecer desse dia e nem de sua trilha sonora – a cargo do barulhinho das chaves de fenda sônica dentro do cinema antes de a sessão começar; e fãs dignamente vestidos de Doctor, logo após a sessão, descendo as escadas rolantes do shopping, assobiando a música de abertura da série. Inesquecível.

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Obrigada, Moffat!

Andrizy Bento

Jogos Vorazes: Em Chamas

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Uma boa adaptação de uma obra literária para o cinema não consiste em manter fidelidade a cada palavra existente no livro, não se trata de um “livro filmado”. Consiste em ser fiel à sua essência, em manter as características fundamentais que compõem a trama, em pensar a história do livro em um formato cinematográfico, atendendo às exigências e especificidades do meio. Uma boa adaptação trata-se, na verdade, de uma boa releitura.

Os fãs de Jogos Vorazes podem ficar tranquilos. O segundo longa baseado na trilogia distópica escrita por Suzanne Collins trata-se de bom cinema, mas também de boa adaptação e, sem dúvida, estamos diante de um dos melhores blockbusters da temporada.

O presidente de Panem (Donald Sutherland) não está nem um pouco contente com o comportamento da vencedora dos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence). Seu último ato nos Jogos, que garantiu a sua vitória ao lado do parceiro, Peeta Mellark (Josh Hutcherson), pode ter sido encarado pelos alienados da Capital como um gesto genuíno de amor. Mas a população oprimida dos Distritos compreendeu que Katniss estava, na verdade, desafiando a Capital. E se justo alguém do esfomeado e miserável Distrito 12 foi capaz de zombar do sistema, o que impede que outros o façam? Ideias de levante e revolução andam sendo discutidas nos Distritos e a “garota em chamas” se tornou um símbolo de esperança. Diante dos fatos, o presidente Snow faz uma visita nada amistosa à garota para que cheguem a um acordo, mas se trata na realidade de ameaças e chantagem. Ela deve convencer a todos que está apaixonada por Peeta, manter a encenação e continuar fazendo de sua vida privada um entretenimento para dar cabo das esperanças do povo e de seus recentes ideais revolucionários. Assim, ninguém que ela ama irá se machucar. Pensando em sua família e amigos, Katniss aceita os termos do presidente.

Infeliz, ou felizmente, ela não é bem-sucedida em sua missão. Dessa forma, o presidente faz com que ela e Peeta voltem à arena para mais um combate sangrento televisionado e chamado de Jogos Vorazes. Desta vez, eles correm ainda mais riscos, pois devem competir contra veteranos dos Jogos – antigos vencedores de edições anteriores, para celebrar os 75 anos do cruel reality show.

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Uma boa releitura ou adaptação deve ser autoral e Francis Lawrence sabe disso. Assim, o cineasta transformou o universo concebido por Collins e retratado primeiramente por Gary Ross no cinema – no filme de 2012 – em algo um pouco seu, respeitando às convenções dos livros e do primeiro longa, bem como a mitologia da série, mas não deixando de enriquecê-la e aperfeiçoá-la, trazendo uma visão singular e assustadoramente plausível do cenário pós-apocalíptico e cruel em que se desenvolve a ação de Jogos Vorazes. E isto é, no mínimo, admirável em tempos de blockbusters cada vez mais burocráticos.

A crueldade é transformada em espetáculo, um circo macabro transmitido para toda uma nação – uma parte alienada, que aceita ser enganada e iludida pelos poderosos; outra parte revoltada, com ideias de organização de levantes, que custam sua liberdade, seus recursos e meios de subsistência e até mesmo suas vidas. Aliás, a televisão tem um papel interessante como instrumento de alienação e forma de mascarar os fatos na trama. Não muito diferente da realidade, apenas mais assustador.

A premissa é atraente e a execução, brilhante. Nenhuma cena parece fora de contexto e nenhum personagem soa deslocado. Cada um tem a sua função e a narrativa segue numa fluidez espantosa cujo ritmo jamais vacila, prendendo a atenção do espectador do início ao fim e, claro, deixando-o sem fôlego em diversas sequências.

A princípio, por meio de diálogos inteligentes e afiados, os personagens vão dando pistas e, logo mais, detalhes reveladores da situação em que se encontra Panem, o continente formado por 12 Distritos e uma Capital, com base em uma hierarquia tirânica.  A segunda metade do filme, no entanto, parte para a ação desenfreada, com raros momentos de leveza, e apesar de se valer novamente dos Jogos Vorazes, não soa como uma mera repetição do primeiro filme, isto por conta da eficiente condução narrativa que não deixa os Jogos se tornarem o elemento central desta vez, e também por conta dos carismáticos personagens que compõem o novo elenco de tributos.

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Jennifer Lawrence é daquelas atrizes que dá gosto ver em cena, fazendo jus ao Oscar que, mesmo sendo tão jovem, já possui em seu currículo. Lawrence presenteia o espectador com um atuação firme e segura, além de uma entrega rara que poucas atrizes de sua época oferecem. Se a heroína dos livros já era suficientemente interessante, às vezes até ambígua, Jennifer a torna uma personagem ainda mais complexa, transmitindo muito de seus sentimentos contraditórios através do olhar – a insegurança, o medo, a coragem, a ousadia. Com inteligência, a atriz sabe nos deixar em dúvida acerca de seus sentimentos por Peeta – o que é, de fato, real e o que se trata de farsa para manter as pessoas que ama, vivas?

Além de tudo, é uma protagonista generosa também, já que em alguns instantes rouba a cena, fazendo questão de tomar a tela toda para si, mas deixa tempo e espaço mais do que suficiente para seus companheiros de cena brilharem. Aliás, elenco fantástico! De dar inveja a muitos blockbusters de estúdios mais gabaritados por aí. É fascinante ver Philip Seymour Hoffman (como Plutarch Heavensbee, o idealizador-chefe dos Jogos) e Donald Sutherland, dividirem a tela. O primeiro é um acréscimo excepcional e mais do que bem-vindo à série. E se eu reclamei de Sutherland na resenha do primeiro filme por sua atuação muitas vezes passiva (talvez porque não tivesse consciência do material que Ross tinha em mãos na época, afinal primeiros capítulos de franquias são sempre um tiro no escuro), desta vez sua presença de cena é impressionante. Articulado e calculista, ele mantém um tom de voz ao mesmo tempo frio, calmo e autoritário, compondo um vilão memorável.

E seria injusto não falar de Josh Hutcherson. Não só mais um garoto adorável e com aparência ingênua, o ator evoluiu muito desde o primeiro filme. Seu personagem chega a ser tão interessante quanto Katniss. Parece frágil, mas é esperto o suficiente para saber como sobreviver. Soa dependente, mas é seguro de si. Transparente, mas estrategista. Além de ser encantador.

Como fã, é delicioso ver um de seus livros prediletos ser tão bem adaptado para o cinema. E, além disso, ver alguns de seus personagens favoritos tão bem retratados. Não obstante as ótimas interpretações e caracterizações dos já citados, outras figuras atraentes como Haymitch Abernathy (Woody Harrelson), Finnick Odair (Sam Claflin) e Johanna Mason (Jena Malone) merecem nossa atenção. O estilista Cinna, infelizmente, não tem muito tempo de tela, talvez exatamente por conta das limitações na interpretação do músico Lenny Kravitz, mas todos do elenco fazem um bom trabalho, de forma que os espectadores se importam com os personagens, compreendem suas motivações e torcem por um destino menos sofrível e mais digno para todos eles.

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Há um equilíbrio preciso entre cenas de ação, tensão, suspense, romance e até mesmo humor. Mesmo mantendo um ritmo dinâmico e uma alta carga de adrenalina, é capaz de arrancar algumas boas risadas do público. A forma como os Jogos são orquestrados e o clímax são sensacionais. Em Chamas é um filme intenso, com uma trama intrincada e até verossímil. Cada quadro do longa faz questão de nos transportar até Panem. Dessa forma, é impossível ficar indiferente diante da jornada de Katniss.

Dentre outras qualidades, pode-se afirmar seguramente que a fotografia, direção de arte e ambientação estão muito melhores do que no filme anterior. O orçamento polpudo se justifica em cada cena, cada detalhe. A trilha sonora é outro item que agora produz impacto. Tudo acertado e harmonioso, ainda que estejamos vendo na tela uma representação de caos.

Não posso deixar de salientar o quão maravilhoso é saber que uma franquia destinada ao público adolescente se preocupa com questões políticas e sociais tão pertinentes, além de representar uma crítica incisiva à alienação das massas, à centralização do poder e o sistema que rege a nação. A série Jogos Vorazes possui um caráter reflexivo que, atualmente, poucas obras do gênero têm.

Diferentemente do final correto e redondo do primeiro longa, o desfecho deste deixa o espectador salivando pelo próximo episódio. Infelizmente, por questões mercadológicas, o último volume da saga será dividido em dois filmes. Espero que isso funcione e, de forma alguma, afunde uma franquia tão boa.

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Se o primeiro filme mostrava o potencial da série, este atinge definitivamente o seu potencial. Dá vontade de ver de novo. Várias e várias vezes. Curtir novamente as cenas emocionantes.

Transgressor em diversos aspectos (para um filme dedicado ao público jovem) e superior em todos os sentidos ao filme original de 2012, Jogos Vorazes: Em Chamas tem todos os elementos que uma boa distopia deve oferecer aos espectadores. O enredo de cunho social; a energia revolucionária; um símbolo de otimismo representado por uma heroína carismática, rebelde e muito humana; a trajetória de personagens instigantes que lutam pela sobrevivência; e uma visão ora pessimista, ora esperançosa do mundo e da sociedade. Um grande livro e um grande filme.

Resenha do livro Jogos Vorazes

Resenha do filme Jogos Vorazes

Resenha do livro Em Chamas

Andrizy Bento

Trilha Sonora: A música do episódio – The Walking Dead

Sou viciada em séries. Assisto várias ao mesmo tempo e acabo desatualizada na maioria delas. Agora, por exemplo, estou com tantos episódios para assistir que, para conseguir dar conta disso tudo, teria de abrir mão de meus afazeres diários e outros hobbies. O que não vai acontecer, então continuarei atrasada nas séries que normalmente assisto.

Atualmente, no meu perfil do Orangotag (uma rede social para marcar seriados que assistimos e episódios já vistos, de forma que tenhamos um controle e possamos acompanhá-los sem correr o risco de nos perdermos pelo caminho), conto com 25 séries na minha watchlist, mas estou em dia com apenas 10 delas. De algumas vi vários episódios, mas acabei deixando-as de lado por um tempo (leia-se: para me dedicar a outras séries) com a promessa de voltar a vê-las em breve (Ally McBeal, Merlin, The Following). Outras vi apenas o piloto, mas logo pretendo me atualizar (The NewsroomMy Mad Fat Diary). Há algumas que realmente abandonei por não gostar do rumo que elas tomaram (Skins, Misfits, CSI:. Las Vegas). Há aquelas que nem sei por que cargas d’água comecei a ver, mas já abandonei (American Horror Story, Nikita). Tem as minisséries que já fechei os episódios, mas volta e meia torno a assistí-las (Pride & Prejudice, Emma, North & South, Titanic). E mantenho a promessa de assistir algumas que ainda não integram a minha watchlist (Life on Mars, Sons of Anarchy, Entourage, Six Feet Under). Sem falar naquela, cuja qual eu ainda não assisti a última temporada apenas porque não quero dizer adeus tão cedo (Fringe).

Algumas considero prioridade me manter atualizada. É o caso de Doctor Who, Downton Abbey, Girls, Game of Thrones e The Walking Dead.

A última é a que merece destaque nesse post. Muito já se falou sobre The Walking Dead por aí. Tanto defensores quanto detratores e aqueles que mantém um eterno caso de amor e ódio com TWD, já teceram suas opiniões acerca de um dos seriados de maior audiência da TV americana. A série tem uma primeira e segunda temporada viciantes. Uma pena que a terceira tenha contado com tantos fillers e a quarta esteja sendo tão morna.

A preguiça dos roteiristas em trabalhar com diferentes núcleos e arcos dramáticos em um mesmo episódio (optando por focar em determinado personagem e situação e esquecer completamente dos outros, o que é uma solução simplista) tem sido bastante evidenciada nessas duas últimas temporadas. O que é sua grande fraqueza e conta pontos contra a série, resultando em episódios mornos, com ritmo arrastado e pouco memoráveis, a não ser por uma sequência ou outra. Mas para evitar mais críticas, não vou discorrer muito sobre o andamento da trama ou evolução dos personagens (poucos evoluíram efetivamente da primeira temporada pra cá). Que fique claro que gosto muito da série e ainda tenho esperanças desta temporada arrancar e nos proporcionar episódios densos e brilhantes, com cliffhangers que nos deixem realmente ansiosos pelos próximos.

Mas se tem algo que merece aplausos e elogios nesta quarta temporada, sem dúvida, é a trilha sonora. As músicas dos episódios 5 e 6 além de fantásticas por si só, foram certeiras e condizentes com a narrativa.

A música do quinto episódio foi o tema de Hershel Greene, embalando duas cenas do personagem. A canção é do jovem músico Ben Howard e se chama Oats in the Water. Não encarem meu comentário como demonstração de misoneísmo, mas a música é tão boa que parece ser antiga. E o inglês Ben Howard tem uma voz e uma presença tão marcantes que ninguém diz que é assim tão jovem (ele tem apenas 26 anos). Eu não ouço muito música nova. Tudo o que eu costumo ouvir é dos anos 90 para trás. Mas realmente me interessei em procurar saber mais a respeito de Howard depois de me deparar com Oats in the Water em The Walking Dead. Um indie folk delicioso de se ouvir, com uma letra que casa perfeitamente com o enredo da série.

Hershel é um personagem que tem muito a oferecer, racional e generoso e, assim como os demais, ele tem seguido por uma estrada cujo destino é incerto. E está preparado para enfrentar a dor e a perda com mais parcimônia, talvez, do que qualquer outro personagem. Ele está sempre ciente das consequências a que estão sujeitos. Funciona como o equilíbrio e o juízo que muitas vezes falta ao restante do grupo. O clima de melancolia da música é perfeitamente adequado, exatamente por nos trazer a sensação de fuga, de querer se distanciar, mas saber que não há mais para onde correr, de se conformar com o que virá pela frente e jamais deixar de manter um tênue fio de esperança. Bela canção que ilustrou alguns belos momentos protagonizados por Hershel na série.

 

Já o 4X06 apresentou uma abertura maravilhosa embalada pela canção  The Last Pale Light in the West de Ben Nichols, que parecia prometer um episódio sensacional, mas ficou só na promessa mesmo. A música se inicia de forma sombria, para então assumir um caráter melódico, triste e até nostálgico, se confundindo com o próprio ritmo e enredo do episódio, cujo grande destaque é a jornada do Governador, o vilão da série, que aqui revela nuances que os espectadores desconheciam. De certa forma, alcançou alguma redenção, mostrando ser capaz de possuir ainda alguma humanidade, mesmo tendo aniquilado fria e cruelmente diversos civis que contestaram suas ações na temporada anterior.

O Governador aparece primeiramente em uma cena noturna, com o ar frio e calculista de sempre. Logo depois, ele vaga em tomadas diurnas pela estrada, dirigindo e em seguida caminhando solitário após ver Woodbury em chamas, mostrando uma fragilidade inesperada e buscando por ajuda de outros sobreviventes ao apocalipse zumbi. Temos então um personagem desconstruído e desmitificado diante dos nossos olhos. E a música do episódio não poderia ser mais apropriada, funcionando perfeitamente como background da derrota do Governador.

Resta saber se o personagem enlouqueceu ao assumir o poder de Woodbury e agora que não está mais no comando de nada, venha a se mostrar um ser humano provido de emoções e sentimentos; ou se ele continua o sujeito megalômano de antes, que agora deu uma trégua ao perceber que precisa da ajuda de outros para sobreviver. O mais interessante do episódio, certamente, foi mostrar a dualidade e fugir do maniqueísmo. Todos tem seu lado sombrio, basta não deixar que ele se apodere de você. Algo que já tinha sido mostrado de forma menos metafórica na figura de Carol, e alcançou uma simbologia inteligente neste sexto episódio da série, beneficiando-se da melodia e da letra triste e bela da canção de Ben Nichols.

 

Andrizy Bento

Reign

Começou a melhor época do ano para aquele ser viciado em séries, isto é, eu! Juro todos os anos solenemente: “Não verei um piloto sequer”.

Mas óbvio que essa promessa é quebrada sem dó, nem piedade. De vez em quando eu tenho pena de mim. Porque a cada ano eu tenho menos tempo, cada vez mais eu estou mais ocupada e as minhas queridas séries têm de ser selecionadas. Mas como selecionar?

Essa pergunta é sempre feita e eu resolvo praticamente no uni duni tê. Mas esse ano tem uma que, pelo menos por agora, continuará na minha watchlist. Trata-se de Reign, mais uma que compõe a programação juvenil da CW.

Reign tem uma proposta ousada ao recontar a juventude da Rainha Mary da Escócia, durante o tempo em que ela viveu na França. Pormenores para não ver a série você encontra aos montes. Basicamente você sabe o final da historia. Pois Mary é uma figura de importância da historia mundial. Geralmente temos receio de qualquer adaptação histórica (medo dos erros). E o mais preocupante: a série é da CW. O canal americano com a grade mais juvenil.

Nova série da CW aposta em licenças poéticas e triângulos amorosos como mote.

CW é um tipo de canal que nos desperta reações extremas, do tipo ame ou odeie. De coração aberto eu fui encarar essa estreia. A última estreia da amada fall season. E não é que a série é bem legal? Claro que tem todos os ingredientes que são a cara do canal. Amores adolescentes, festas, beijos tórridos e intrigas. Alguém pode estar achando que eu sou contra clichês. Não, não sou. Clichês, desde que bem escritos, eu os amo. E Reign é lotado de clichês bem escritos. Claro que os erros que nos apavoram estão lá. Por exemplo, um português dançando tango em plena Idade Média. Mas pelo fato de o programa ser, assim, tão delicioso de se ver, você releva essas suposições dos americanos que acham que qualquer coisa que não fala inglês, fica na Argentina. Encaremos como liberdades históricas, licenças poéticas.

E pra completar o pacote de crocância de Reign. Nós temos um triângulo amoroso cheio de química. Shippers já pipocam por todos os cantos (eu amo!) e, ao longe, já prevejo shipping wars. E pra me despedir, desejo: longa vida à Reign. E é necessário, visto que a Reign corre sério risco de cancelamento, devido principalmente ao orçamento.

Beijos e até a próxima!

Gaby Matos

Bons Filmes em Novembro (2013)

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01/11 – Thor 2: O Mundo Sombrio
01/11 – Uma Noite de Crime
08/11 – Bons de Bico
08/11 – Minha Vida Dava um Filme
08/11 – Capitão Phillips
15/11 – A Espuma dos Dias
15/11 – Blue Jasmine
15/11 – Jogos Vorazes – Em Chamas
15/11 – Área 51
22/11 – Sobrenatural: Capítulo 2
22/11 – Um Final de Semana em Hyde Park
29/11 – Só Deus Perdoa
29/11 – O Quinto Poder
29/11 – Crô – O Filme
29/11 – Jogos Famintos
29/11 – Carrie, A Estranha

Kevin Kelissy

Nas Prateleiras: Lançamentos de Livros – Novembro / 2013

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Chá de Sumiço
Marian Keyes

Helen Walsh não vive um bom momento. O trabalho como detetive particular não vai bem, o apartamento foi tomado por falta de pagamento e um ex- namorado surge com uma proposta de trabalho: encontrar o desaparecido músico da Laddz, a boy band do momento. Precisando do dinheiro, ela se vê forçada a aceitar, o que causa uma confusão em sua cabeça ao conviver com o ex e precisar acalmar o atual namorado. Ao tentar seguir suas próprias regras, Helen será arrastada para o mundo complexo, perigoso e glamoroso do showbiz, percebendo que seu pior inimigo ainda está por surgir. Irresistível, comovente e muito engraçado, Chá de sumiço é diferente de todos os romances do gênero, e a protagonista – corajosa, vulnerável e dona de uma língua afiadíssima – é a heroína perfeita para os novos tempos.

Princesa Mecânica – As Peças Infernais – Vol. 3
Cassandra Clare

Continuação de “Príncipe Mecânico”, o livro é ambientado no universo dos Caçadores de Sombras, também explorado na série “Os Instrumentos Mortais”, que chegou há pouco ao cinema. Neste volume, o mistério sobre Tessa Gray e o Magistrado continua. Mas enquanto luta para descobrir mais sobre o próprio passado, a moça se envolve cada vez mais num triângulo amoroso que pode trazer consequências nefastas para ela, seu noivo, seu verdadeiro amor e os habitantes do Submundo.

Deixe A Neve Cair
John Green, Maureen Johnson, Lauren Myracle

Na noite de Natal, uma tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio para encontros românticos. Em “Deixe a Neve Cair”, bem sucedida parceria entre três autores de grande sucesso entre os jovens, John Green, Lauren Myracle e Maureen Johnson escrevem três hilários e encantadores contos de amor, com direito a surpreendentes armadilhas do destino e beijos de tirar o fôlego. E provam que o amor verdadeiro pode acontecer quando e onde menos se espera.

Cretina Irresistível
Christina Lauren

Uma forte atração. Nenhum tempo para ficarem sozinhos. E uma misteriosa disputa entre quatro paredes… O intenso relacionamento entre Chloe Mills e Beenett Ryan de “Cretino Irresistível” continua ainda mais ardente e sensual. Agora que a carreira de Chloe está decolando, ela não tem tempo para mais nada e insiste em recusar as investidas de Bennett para passarem um tempo a sós. Ele nunca foi do tipo que aceita um não como resposta e essa disputa resulta em uma ardente relação de amor e obsessão.

O Dom
James Patterson

Os irmãos Allgood nunca desistem de lutar contra os poderes autoritários e desumanos d’O Único Que É O Único, mas, agora, eles estão sem Margô — a jovem e atrevida revolucionária; sem Célia — o grande amor de Whit; e sem seus pais — que provavelmente estão mortos… Então, em uma tentativa de esquecer suas tristes lembranças e, ao mesmo tempo, continuar seu trabalho revolucionário, os irmãos vão parar em um concerto de rock organizado pela Resistência onde os caminhos de Wisty e de um jovem roqueiro vão se cruzar. Afinal, Wisty poderá encontrar algo que lhe ofereça alguma alegria em meio a tanta aflição, quem sabe o seu verdadeiro amor… Mas, quando se trata destes irmãos, nada costuma ser muito simples e tudo pode sofrer uma reviravolta grave, do tipo que pode comprometer suas vidas. Enquanto passam por perdas e ganhos, O Único Que É O Único continua fazendo uso de todos os seus poderes, inclusive do poder do gelo e da neve, para conquistar o dom de Wisty… Ou para, finalmente, matá-la.

Demi Lovato – 365 Dias do Ano – Staying Strong
Demi Lovato

Para a megaestrela Demi Lovato, a vida tem sido uma jornada — de conquistas impressionantes e perdas arrebatadoras.  Cantora recordista de vendas, apresentadora de TV e atriz, ela enfrentou batalhas com a depressão e a dependência, tudo isso sem desistir de encontrar a felicidade e a si mesma. Demi compartilhou sua trajetória na mídia, nas letras de suas músicas e para seus 17 milhões de seguidores no Twitter.  Esses tweets resultaram neste livro, uma obra em 365 insights honestos, esperançosos e impactantes. Aqui estão, nas próprias palavras de Demi, as citações que a inspiraram, assim como suas reflexões pessoais e seus objetivos. Demi Lovato — 365 dias do ano é para todos, em qualquer lugar, que precisem de conforto, inspiração e um motivo a cada dia para serem fortes em sua própria trajetória.

Teardrop – Lágrima
Lauren Kate

Depois de perder a mãe em um acidente no mar, Eureka acha que nunca mais voltará a sorrir. E a promessa que fez à mãe – a de nunca mais chorar – se torna quase impossível, até conhecer Ander. Louro, alto e de pele muito branca, o rapaz parece estar em todos os lugares e saber coisas que não deveria sobre Eureka. Inclusive um estranho segredo relacionado às suas lágrimas e aos três artefatos que herdou da mãe: uma carta, uma pedra e um misterioso livro que conta a história de uma menina com o coração partido. Ela chorou tanto que deixou debaixo d´água um continente inteiro. Logo Eureka vai descobrir que a antiga lenda é mais que uma história, que Ander pode estar dizendo a verdade e que sua vida pode ter um curso mais sombrio do que ela imaginou.

Paixão Sem Limites
Abbi Glines

Blaire Wynn não teve uma adolescência normal. Ela passou os últimos três anos cuidando da mãe doente. Após a sua morte, Blaire foi obrigada a vender a casa da família no Alabama para arcar com as despesas médicas. Agora, aos 19 anos, está sozinha e sem lugar para ficar. Então não tem outra escolha senão pedir ajuda ao pai que as abandonara. Ao chegar a Rosemary, na Flórida, ela se depara com uma mansão à beira-mar e um mundo de luxo completamente diferente do seu. Para piorar, o pai viajou com a nova esposa para Paris, deixando Blaire ali sozinha com o filho dela, que não parece nada satisfeito com a chegada da irmã postiça. Rush Finlay é filho da madrasta de Blaire com um famoso astro do rock. Ele tem 24 anos, é lindo, rico, charmoso e parece ter o mundo inteiro a seus pés. Extremamente sexy, orgulha-se de levar várias garotas para a cama e dispensá-las no dia seguinte. Blaire sabe que deve ficar longe dele, mas não consegue evitar a atração que sente, ainda mais quando ele começa a dar sinais de que sente a mesma coisa. Convivendo sob o mesmo teto, eles acabam se entregando a uma paixão proibida, sobre a qual não têm nenhum controle. Mas Rush guarda um segredo que Blaire não deve descobrir e que pode mudar para sempre as suas vidas. Paixão sem limites – primeiro volume da trilogia Sem Limites, que vendeu mais de 500 mil exemplares como publicação independente – é um livro romântico, sexy e intenso, que vai conquistar os leitores e deixá-los ávidos pela sequência.

Pausa
Colleen Hoover

Sequência de Métrica, continua a história do jovem casal Will e Layken. Depois de testado por tragédias, proibições e desencontros, o relacionamento dos dois enfrenta novos desafios. A ex-namorada de Will retorna, arrependida de ter deixado o rapaz. E está disposta a tudo para reconquistá-lo. Insegura, Layken começa a ler novas razões nos comportamentos do rapaz. E na sua insistência para adiar a “primeira vez” de ambos. Presos em uma ironia cruel do destino, eles precisam descobrir se o que sentem é verdadeiro ou se fruto da extraordinária situação que os uniu.

Wild Cards – Ases Nas Alturas – Livro 2
George R. R. Martin

Depois do vírus alienígena, um ataque vindo do espaço. Estamos no início dos anos 1980, há mais de trinta anos a humanidade convive com os atingidos pelo xenovírus Takis-A, mas a integração ainda caminha a passos lentos. Os abençoados pelo vírus, os ases, combatem os perigos da Nova York que nunca dorme. Os amaldiçoados, com suas deformidades causadas pelo vírus, lutam pela sobrevivência no Bairro dos Curingas. E, no céu, uma ameaça espreita a humanidade, aguardando a oportunidade certa para lançar seu ataque. Um ser extraterreno chamado o Enxame ruma para a Terra, ao mesmo tempo em que alguns ases planejam uma conspiração para controlar o mundo. Entre jogos de aparências, teletransportes e irmandades envoltas em mistério, forças de ases e “limpos”, seres humanos não infectados pelo vírus, se unem para combater o monstro alienígena e a terrível Ordem que se esconde no Mosteiro de Nova York. Este segundo volume da série Wild Cards conta com a participação de novos gênios da fantasia e do próprio organizador, George R. R. Martin, autor do best-seller “Crônicas de Gelo e Fogo”. As cartas da humanidade estão na mesa!

Lilian Alipio