
As cinzas em que se converteu o Museu Nacional do Rio de Janeiro suscitaram mais uma vez, pelas redes sociais, a discussão acerca do descaso e desleixo para com a cultura no Brasil. Infelizmente, esse trágico e lamentável episódio é somente a ponta do iceberg.
Acredito que a cultura, bem como o esporte, pode ter um efeito transformador na vida de muitas crianças e adolescentes que não dispõem de privilégios e recursos. Ao expressar-se artisticamente, eles transformam o sonho em realidade, e são capazes de evitar caminhos sombrios.
Cultura deveria andar de mãos dadas com a educação. Deveriam ser elementos intrínsecos. “A educação é a base de tudo”, você já deve ter ouvido essa frase milhares de vezes por aí. Investindo em mais educação, na reforma e construção de mais escolas, oferecendo salários mais dignos para professores e fomentando o aprendizado constante e a vontade de educar, estaríamos trilhando certamente um caminho mais seguro. Ao invés de cultivar a cultura da punição, estaríamos incentivando a cultura da prevenção, pensando em um futuro melhor para as crianças.

Mas é mais do que óbvio que educação não é prioridade no país. Tampouco cultura. Um povo letrado e instruído desenvolveria senso crítico, o que poderia ser uma poderosa arma contra governantes picaretas e corruptos. Um país bem educado está longe, muito longe, de representar uma prioridade, pois não traz aos poderosos nenhuma vantagem. Quanto menos instrução, menor é o risco de o povo começar a ponderar, a refletir. Quanto mais iletrado, mais fácil de ser manipulado.
Mas, Andrizy, o que isso tem a ver com a Bienal de Quadrinhos?
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