Rock in Rio III – 20 anos

Agora é a vez do Rock in Rio 3 ser lembrado aqui. Afinal de contas, o festival celebra suas bodas de porcelana. A terceira edição do Rock in Rio foi realizada entre os dias 12 a 14 e 18 a 21 de janeiro de 2001. Tratou-se do primeiro grande evento musical do século XXI.

Aviso que não me esqueci da segunda edição, mas o artigo sobre ela ainda está sendo desenvolvido.

O Rock in Rio 3 é a edição do festival que mais deu certo, diferentemente das duas anteriores. Seu público estava repleto de jovens que viveram e curtiram o rock dos anos 1990 e que eram apenas crianças nas duas primeiras edições. É um evento marcante para mim, pois eu estava lá nos dias 14 e 19.

Em uma atitude inédita, a organização do festival vendeu os ingressos em quiosques montados em shopping da cidade do Rio de Janeiro. Antes, os ingressos eram vendidos nos bancos que patrocinavam o festival. Fora que na Cidade do Rock havia bilheterias. Assim como no primeiro Rock in Rio, as empresas de ônibus do Rio e do Grande Rio emprestaram parte de sua frota, para transportar o público para a Cidade do Rock. Isso em uma época em que a Barra não tinha transporte BRT e nem linhas de ônibus de várias partes do estado.

Confiram as curiosidades sobre o evento:

Uma nova Cidade do Rock

O anúncio do Rock in Rio 3 permitiu que uma nova Cidade do Rock fosse erguida na mesma Barra e no mesmo terreno onde se realizou a primeira edição em 1985, dessa vez sem Leonel Brizola para atrapalhar. No primeiro Rock in Rio, o político gaúcho era governador do estado do Rio, tinha atritos com a família Medina e mandou demolir a primeira instalação da Cidade do Rock. Temendo uma nova perseguição política brizolista, Roberto Medina arranjou o Rock in Rio II no Maracanã, em 1991.

O evento trazia o lema “Por um Mundo Melhor”, fazendo Roberto Medina entrar na era beneficente. Ele agora contava com a parceria da filha, Roberta, na realização do festival. A nova Cidade do Rock apresentou novidades, como tendas alternativas, com o intuito de aquecer o público para as atrações mais aguardadas do evento. A partir do Rock in Rio III, o palco do festival passou a se chamar Palco Mundo.

Quantos às tendas, cada uma tinha nome. A Tenda Eletro era dedicada à cena eletrônica brasileira e internacional; ainda contava com dançarinos e o circo do ator Marcos Frota, que esteve presente em todas as noites do festival. A Tenda Mundo Melhor era onde o público debatia idéias com relação ao lema do evento, com personalidades de várias áreas. A Tenda Raízes era dedicada aos artistas internacionais de médio porte, tendo muitos deles vindo do continente africano. Já a Tenda Brasil era dedicada aos artistas brasileiros que não foram escalados para o Palco Mundo. O setor de camarins era situado no pavilhão de exposições do Riocentro, vizinho da antiga Cidade do Rock. Na primeira edição, os camarins ficavam atrás do palco.

Festival na internet

O principal patrocinador do Rock in Rio foi o provedor americano de internet America Online. Na época, era padrão o globo azul do festival dividir espaço com a logo de uma multinacional. O mesmo aconteceu com o Rock in Rio II, cuja logomarca dividiu espaço com a da Coca-Cola.

Essa foi a primeira edição do Rock in Rio a ser transmitida ao vivo pela internet que, na época, ainda era muito restrita para os brasileiros. Quiosques da America Online foram erguidos em cada canto do Palco Mundo, para que o púbico pudesse ter acesso à internet. No mesmo ano de 2001, a America Online foi comprada pela poderosa Time Warner.

Começava a surgir a polêmica com relação a compartilhar músicas pela internet. O pioneiro nesse estilo foi o programa Napster, que virou réu em um processo movido pelo Metallica. O mesmo Napster fez a festa com os shows do Rock in Rio III na rede, os transformando em inúmeros bootlegs.

Rádio e televisão

Essa edição teve um momento histórico logo no primeiro dia, em 12 de janeiro. Após a Orquestra Sinfônica Brasileira abrir os trabalhos no Palco Mundo, uma menina de 4 anos, chamada Holly May deu três badaladas em um sino para anunciar três minutos de silêncio – momento em que estações de rádio e televisão no Brasil interromperam suas programações e uma mensagem surgiu (em áudio no rádio e em vídeo na tela televisão). Tratava-se de uma reflexão poderia ser feito que resultaria em um mundo melhor.

Nessa primeira noite, apresentaram-se: Milton Nascimento, Gilberto Gil, James Taylor, Daniela Mercury e Sting.

As rádios FM que transmitiram o Rock in Rio III foram a Jovem Pan e a Rádio Cidade do Rio. A paulista Jovem Pan chegou ao Rio de Janeiro em 1994, pegando o dial 94.9, que pertencia anteriormente à Fluminense FM. Em 2000, mudou o seu dial para 102.1, vindo a sair do ar no Rio em 2007. Em 2012, tentou voltar ao Rio, mas encerrou de vez sua transmissão no estado no ano seguinte. Em 2000, a Rádio Cidade do Rio firmou parceria com a rádio paulista 89 FM, formando na época a chamada Rede Rádio Rock, que durou até 2006. Isso deu aos paulistas o direito de acompanhar os shows do Rock in Rio 3 pela mencionada estação.

As câmeras que geraram as imagens do festival eram da operadora de TV por assinatura DirecTV, que transmitiu o evento na íntegra, inclusive os shows da Tenda Brasil. O canal Multishow só transmitiu as apresentações do Palco Mundo. Velha conhecida do Rock in Rio, a Rede Globo se limitava a exibir um resumo de cada noite com um programa de uma hora de duração, apresentado por Márcio Garcia. O programa era exibido de madrugada, logo após o Jornal da Globo. A vênus platinada só transmitiu dois shows na íntegra: os do Guns N’ Roses (por se tratar do retorno da banda aos palcos) e Iron Maiden (na expectativa de uma participação de Jimmy Page).

Comes e bebes

Na Cidade do Rock, em 2001, não tinha McDonald’s e nem Bob’s. A única cadeia alimentícia de renome presente no festival foi a rede de pizzarias Mister Pizza, que vendia também um copo de 1000 litros, o popular copão. Este foi um item muito exibido pela platéia nos shows do festival. Sem contar que o copão tornou-se muito popular com o publico infantil e adolescente durante os anos 1990 no Brasil.

A Coca-Cola perdeu o seu espaço junto à logomarca do Rock in Rio, mas continuou sendo o refrigerante oficial do festival. A cerveja oficial do evento, por sua vez, foi a hoje extinta Schincariol (que, futuramente, mudaria sua denominação para Nova Schin). A marca ainda comercializou, no evento, garrafinhas plásticas de água e distribuiu lenços com a inscrição “ROCK SchINcaRIOl”.

O trailer das bebidas tinha no teto uma bola vermelha da Coca-Cola, enquanto que o da comida tinha uma bola azul e, nesse, vendia o biscoito Club Social (que na época era fabricado pela Nabisco), sanduíche de presunto e lasanha (só para citar alguns). Ambos os trailers foram chamados de Rock in Rio Café, em alusão a boate homônima. A Mister Pizza tinha o seu próprio trailer e ficava nos dois shoppings na Cidade do Rock.

Noite teen

As primeiras atrações confirmadas foram os representantes da música pop que faziam sucesso na virada do século. É o caso da cantora americana Britney Spears e das boybands Five e N’Sync. O anúncio causou polêmica em meio ao público-alvo do evento, no caso, os roqueiros. Não é de hoje que existem reclamações em cima do Rock in Rio, que já recebeu artistas de fora do cenário do rock já em suas duas primeiras edições, realizadas em 1985 e 1991, respectivamente.

As três atrações se apresentaram no palco no dia 18 de janeiro, data que ficou conhecida, na época, como noite teen (como se não tivesse jovens o bastante nas datas roqueiras). Five foi uma boyband inglesa e obteve relativo sucesso, na época, com uma versão de We Will Rock You do Queen. Encarregado de fechar a noite, o quinteto americano N’Sync foi o grupo que revelou Justin Timberlake.  Na ocasião, ele namorava Britney Spears, que decepcionou a platéia brasileira fazendo playback, além de mostrar a bandeira dos Estados Unidos no telão central do Palco Mundo, sendo alvo de vaias do público. Outro artista internacional presente nessa noite foi o cantor adolescente Aaron Carter, irmão de Nick Carter, integrante de outra boyband americana famosa, os Backstreet Boys.

A noite teen também contou com atrações nacionais, como a dupla Sandy & Junior, que não fez playback. Mas a sua presença foi criticada, principalmente pela cantora Fernanda Abreu. Sandy respondeu ironicamente, usando um sucesso de Chico Buarque: “se você não gosta, a sua filha gosta”. A mídia brasileira fez um tremendo alarde em torno do fato de que, no festival, os irmãos poderiam estrear na carreira internacional. Não chegaram nem perto disso. Veterano das duas primeiras edições, o cantor baiano Moraes Moreira abriu a noite teen, desfilando de trio elétrico pela Cidade do Rock.

Boicote das seis bandas nacionais

Faltando três meses para o festival começar, seis grupos que representavam o rock e o pop brasileiro dos anos 1990 já confirmados na edição, decidiram mudar de idéia. Tudo começou quando O Rappa recusou se apresentar em plena tarde no Palco Mundo, na última noite, cuja atração principal seria o Red Hot Chili Peppers. O quinteto carioca resolveu sair da programação do Rock in Rio e levou junto os conterrâneos Cidade Negra, o brasiliense Raimundos, o paulista Charlie Brown Jr. e os mineiros Skank e Jota Quest.

O boicote das seis bandas acabou sendo benéfico para veteranos como o Sepultura e Capital Inicial que, a princípio, estavam de fora do Rock in Rio 3. No lugar d’O Rappa, na última noite, foi escalado o grupo cearense O Surto que, antes, iria se apresentar na Tenda Brasil. O Rock in Rio 3 deu o melhor tratamento às atrações brasileiras, queimando a língua do sexteto desertor. Ironicamente, o mesmo O Rappa se apresentou na primeira edição do festival Lollapalooza Brasil em 2012 e em plena luz do dia. Da turma que representou a geração do rock brasileiro dos anos 1990, somente estiveram presentes no festival a cantora Cássia Eller e os grupos Pato Fu e Pavilhão 9.

Os mineiros do Pato Fu abriram os trabalhos do Palco Mundo na terceira noite (dia 14), encerrando a turnê do quinto disco, Isopor (1999), com direito a dois panos de fundo com os robôs do videoclipe da canção Made in Japan. Os paulistas do Pavilhão 9 tocaram na noite do metal, quando os integrantes decidiram revelar seus rostos no Palco Mundo. Os músicos se apresentavam mascarados, pois haviam sido ameaçados de morte por conta de suas canções que criticavam o abuso de autoridade. A banda começava a turnê do seu quinto disco, Reação (2001), o único feito com uma grande gravadora, a Warner. Na faixa Mandando Bronca, o Pavilhão 9 contou com a participação do saudoso produtor Tom Capone (tocando guitarra), além de Andreas Kisser e Igor Cavalera (ambos do Sepultura).

Volta do Guns N’ Roses

Até o Rock in Rio III, o último show dos Guns N’ Roses datava de 17 de julho de 1993, no Estádio Monumental de Nuñez, na capital argentina Buenos Aires. A apresentação encerrou também a turnê do disco duplo Use You Illusion. Em novembro do mesmo ano, foi lançado o álbum de covers Spaghetti Incident?. A debandada geral começou em 1994, com a saída de Gilby Clark (guitarra). Slash (guitarra) saiu em 1996 para se dedicar o Snakepit. Matt Sorum (bateria) e Duff McKagan (baixo) deixaram Axl Rose sozinho em 1997. O último aproveitou e entrou na justiça para obter direito exclusivo da marca. Em 1999, os membros originais se reuniram para definir o repertório do disco ao vivo Live Era 1987-1993, mesmo em péssimo clima, pois não queriam ver Axl nem pintado de ouro.

O vocalista aproveitou e anunciou que, em 2000, a sua banda iria lançar o disco de inéditas Chinese Democracy. Porém, não houve nenhuma novidade acerca desse álbum no ano mencionado.

De maneira surpreendente, a banda foi anunciada no Rock in Rio III, sendo escalada como atração principal da terceira noite. O Guns atrasou a entrada no palco em duas horas, pois seu egocêntrico vocalista ainda não havia chegado na Cidade do Rock. Axl apareceu no Palco Mundo alguns quilos acima do peso e sem a mesma voz de dez anos antes. A banda que o acompanhou trazia o eterno músico de aluguel Dizzy Reed (teclados), além de Cris Pitman (sampler), Bryan Mantia (bateria), Tommy Stinson (baixo), Robin Finch, Paul Tobias e Buckethead (ambos na guitarra). Fora que, durante seu discurso para o público, Axl contou com o help da tradutora brasileira Beta Lebeis, babá de seus filhos.

Apesar de elogiado, o show mais uma vez iludiu o público com o anúncio do álbum Chinese Democracy que, naquele momento, soava como lenda urbana. O atraso do lançamento foi promovido por Axl, que transformou o Guns N’Roses em banda cover de si mesma. O grupo de punk revival (ou, pejorativamente, pop punk) americano, The Offspring, chegou a anunciar que o álbum Splinter (2003) se chamaria Chinese Democracy, mas tudo não passou de uma brincadeira. Em 2004, foi lançada a primeira coletânea dos Guns N’ Roses. O tão falando Chinese Democracy só chegou ao mercado em 2008, exatos oito anos depois de ter sido anunciado. Em 2016, Duff e Slash fizeram as pazes com o Axl e regressaram à banda.

Escalada do Rock

Assim como na segunda edição, Roberto Medina promoveu um concurso chamado Escalada do Rock, para dar oportunidade às bandas de rock do cenário de música independente do Brasil. O vencedor ganharia o direito de se apresentar no Palco Mundo.

Esse concurso ocorreu na extinta boate Rock in Rio Café, situado, à época, atrás do Barra Shopping, zona oeste do Rio de Janeiro. A boate foi fundada em 1997 e cerrou as portas em 2003. O vencedor da Escalada do Rock foi o grupo mineiro Diesel, que abriu os trabalhos no Palco Mundo na última noite do festival.

O Diesel mudou de nome, posteriormente, para Udora, de modo a não ser confundido com a marca Diesel Jeans. Esse grupo revelou o baterista Jean Dolabella que, mais tarde, tocaria no Sepultura. Os grupos que perderam a Escalada do Rock não saíram do Rock in Rio Café de mãos vazias. O prêmio de consolação foi se apresentar na Tenda Brasil.

Marketing Legionário

É bem verdade que artistas participantes do Rock in Rio não resistiram e acabaram por fazer cover de alguém em suas apresentações. Mas, nesse evento, entre as atrações brasileiras do rock, parecia quase que uma lei fazer cover da Legião Urbana. É de conhecimento geral que o finado vocalista Renato Russo não queria o seu grupo em festivais com bandas gringas.

O pontapé inicial do tributo legionário foi dado no segundo dia do festival (dia 13) pela cantora Cássia Eller, que mandou no Palco Mundo a faixa Por Enquanto. Ela havia regravado a canção em seu primeiro disco solo, de 1990. Depois foi a vez do Barão Vermelho que, na mesma data, tocou Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto. O quinteto carioca havia regravado a canção no disco Balada MTV (1999). Na noite seguinte, o Ira! interpretou, no Palco Mundo, a canção Teorema, presente no seu disco de covers Isso é Amor (1999).

O marketing legionário foi encerrado na última noite do festival (dia 21). Primeiro, com o grupo mineiro Tianastácia, que tocou Faroeste Caboclo em sua apresentação na Tenda Brasil. No Palco Mundo, os brasilienses do Capital Inicial tocaram Que País é Esse? Sempre é conveniente lembrar que o Capital Inicial e a Legião Urbana foram originados do grupo punk Aborto Elétrico. Na quarta edição do Rock in Rio, em 2011, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá realizaram um tributo à Legião Urbana no Palco Mundo, acompanhados da Orquestra Sinfônica Brasileira e convidados como Pitty, Dinho Ouro Preto e Herbert Vianna.

Garrafadas

A organização cometeu uma enorme gafe ao escalar o músico de axé, Carlinhos Brown em uma das noites mais aguardadas, o dia 14. Fizeram isso acreditando que o público roqueiro o enalteceria por dois motivos: o fato do ex-Timbalada ter ajudado o Sepultura na gravação do álbum Roots (1996) e devido à ponta que ele fez no filme americano Velocidade Máxima 2 (1997). Dando início à turnê do disco Bahia do Mundo, Mito e Verdade (2001), Carlinhos Brown subiu no Palco Mundo e foi recebido com vaias pela platéia.

Quando tocou o seu maior sucesso solo A Namorada, Carlinhos Brown foi para o corredor que dá acesso à torre de som do Palco Mundo. No caminho, garrafinhas plásticas da Schincariol voaram em pouca quantidade na sua direção e, em seguida, ele desabafou: “eu sou da paz, eu só jogo amor e não jogo nada em ninguém”. Depois, o baiano cantou à capela o hino nacional brasileiro, segurando uma guitarra desplugada. Carlinhos Brown voltou ao corredor, pediu para a sua banda abaixar o som e gritou “podem jogar o que vocês quiserem, que eu sou da paz e nada me atinge” e, em seguida, centenas de garrafinhas voaram em sua direção. No mesmo lugar, ele xingou o público: “não adianta gostar de nada quando se é ignorante”.

A última pérola dele: “vocês que gostam de rock têm muito que aprender na vida, dizer não para a violência… e agora o dedinho pode enfiar no traseiro”. Essa saia justa foi culpa da organização do evento. Mas o Carlinhos Brown só piorou a situação, porque, a todo o momento, ele queria esfregar o seu repertório na cara do público que o vaiava. Se o Medina escalasse o cantor baiano na primeira noite ou na noite teen, a história teria um final diferente, mas escalá-lo para a mesma data em que tocaram Pato Fu, Papa Roach, Oasis, Guns N’ Roses, Ira! e Ultraje a Rigor foi um grande vacilo.

Ilustres desconhecidos

Por ter ajudado a popularizar o Faith No More através do Rock in Rio 2, em 1991, Roberto Medina resolveu apostar em atrações desconhecidas do grande público para a terceira edição do evento. Porém, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Vieram ao Brasil os grupos americanos Papa Roach e Deftones, que são expoentes do nu metal. Papa Roach foi trazido por sugestão de Axl Rose, e tocou na terceira noite com o seu padrinho ilustre. No Brasil, o quarteto virou banda de um sucesso só, através da faixa Broken Home. Deftones é conhecido do pessoal do Sepultura, pois abriu shows dos mineiros nos Estados Unidos.

Outro desconhecido que foi trazido ao Brasil e que também não emplacou no Rock in Rio, foi o músico alternativo americano Beck. A expectativa era grande, pois seu repertório bebe da fonte da música brasileira. Ele costumava ser atração para festivais de médio porte, como o hoje extinto Free Jazz Festival. Beck podia ter estado nesse festival em 2000, mas o cachê do Rock in Rio era mais tentador.

Desses ilustres desconhecidos, quem mais chamou atenção no Rock in Rio foi o grupo americano Queens of The Stone Age, que fazia o gênero stoner rock. Essa atenção não foi pela música, mas sim pelo fato de seu então baixista, Nick Oliveri, ter entrado no Palco Mundo completamente nu. Durante o show, ele vestiu uma calça, mas o polêmico juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Siro Darlan, estava presente na Cidade do Rock. Ele esperou a apresentação acabar para dar voz de prisão ao musico, por atentado ao pudor. Para justificar a nudez, Nick Oliveri relatou que viu na internet fotos de pessoas nuas no carnaval carioca. O músico não foi indiciado, mas advertido a não repetir esse ato no Brasil. Da formação do QOTSA que tocou no Rock in Rio III, restou apenas o vocalista e guitarrista Josh Homme.

Cássia Eller

2001 foi realmente um ano grandioso para a cantora carioca. Seu show no festival encerrou a turnê do disco Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo (1999), álbum produzido pelo titã Nando Reis. Na coletiva de imprensa, Cássia Eller disse que, desde o Woodstock 69, esperava uma chance de participar de um grande festival.

No Palco Mundo, a cantora realizou uma apresentação impecável e contou com a participação dos pernambucanos da Nação Zumbi que tocaram na Tenda Brasil. Desbocada de carteirinha, Cássia Eller mostrou os seios durante o cover de Come Together dos Beatles. Outro cover de destaque no show foi o de Smells Like Teen Spirit do Nirvana. A cantora ainda contou com a presença de seu filho, Chicão, que brincou nos instrumentos da percussionista Lan-Lan. Cássia Eller mandou também os seus sucessos próprios, como foi o caso de Malandragem e Segundo Sol.

Meses depois, Cássia lançou o CD e DVD Acústico MTV, que se tornou o disco que mais vendeu durante sua carreira – foram cerca de um milhão de cópias comercializadas. Amante inveterada do palco, a cantora não recusava shows e a turnê do Acústico deu a ela a maior carga de apresentações de sua carreira. Cássia só não podia imaginar que esse excesso de shows lhe rendesse um ataque cardíaco, que tirou a sua vida aos 39 anos, no dia 29 de dezembro de 2001. Ela foi sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro. Em 2002, foi lançado o álbum póstumo 10 de Dezembro, que contém canções inéditas. O show de Cássia Eller no Rock in Rio 3 rendeu CD e DVD ao vivo, chegando ao mercado em 2006.

Noite do Metal

Sem dúvida nenhuma, trata-se da data mais conhecida do Rock in Rio. Afinal de contas é a primeira a ganhar nome. Esta ocorreu em uma sexta-feira, 19 de janeiro, e teve uma turnê sendo iniciada e outra que terminava. A que estava iniciando era a de Nation, nome do oitavo disco do grupo mineiro Sepultura, a atração nacional mais pedida e ovacionada pelo público na Cidade do Rock. Durante a apresentação da faixa Sepulnation, alguém da plateia invadiu o palco, sendo repreendido pelos seguranças. Isso fez com que a banda interrompesse o show para socorrê-lo. Nation chegaria ao mercado dois meses depois. O Rock in Rio foi o primeiro festival brasileiro do vocalista americano Derrick Green.

A turnê que estava terminando era a de Brave New World (2000), nome do 12º disco do Iron Maiden, o primeiro com três guitarristas e que marcava a volta do vocalista Bruce Dickinson e do guitarrista Adrian Smith ao grupo. Em entrevista para a extinta revista Showbizz, em dezembro de 2000, o sexteto inglês anunciou que o show seria gravado e transformado em DVD. Fora que, na coletiva no Brasil, a banda ainda confirmou o disco ao vivo. Nela, o sexteto doou para Jimmy Page (Led Zeppelin) uma guitarra autografada para que o músico leiloasse e investisse o dinheiro em sua instituição beneficente, Casa do Jimmy, no Rio. Surgiu aí a expectativa do guitarrista tocar com o Iron, mas Jimmy foi impedido devido a uma dor nas costas. Ainda assim, o Iron Maiden realizou uma apresentação memorável, fazendo valer seu posto de atração principal da noite. Em 25 de março de 2002, o Iron Maiden lançou o DVD e disco ao vivo Rock in Rio, em uma festa na boate Rock in Rio Café.

Quem também se apresentou na mesma noite foi o cantor inglês Rob Halford. Após tocar em dois projetos fora do metal, ele regressou ao gênero que o tornou conhecido mundialmente, ao lançar o seu primeiro disco solo Ressurection (2000). Claro que não faltaram sucessos de seu antigo grupo, Judas Priest (para o qual voltaria em 2003), como foi o caso de Breaking The Law, com a qual ele agitou a plateia. Assim como o Iron Maiden, Rob Halford também transformou o show em disco ao vivo e DVD, cujo lançamento ocorreu em 2008. Quem também se apresentou nessa data foi o grupo pernambucano Sheik Tosado e os já mencionados Pavilhão 9 e Queens of The Stone Age.

Recreio dos Bandeirantes

Ignorados nas duas primeiras edições, os grupos paulistas Ira! e Ultraje a Rigor finalmente bateram ponto no Rock in Rio, em uma apresentação conjunta em 14 de janeiro. Ambos estavam em turnê de seus respectivos discos ao vivo. O Ira! promovia o recém-lançado MTV Ao Vivo (2000), enquanto o Ultraje divulgava o 18 Anos Sem Tirar! (1999). A performance ficou conhecida, na época, como Recreio dos Bandeirantes, em referência ao bairro vizinho à Barra (onde o Rock in Rio III ocorreu) e ao palácio do governo do Estado de São Paulo.

Fazia 13 anos que o Ira! não se apresentava em um grande festival. O último havia sido o controverso Hollywood Rock de 1988, que relatei na resenha do disco Psicoacústica. Os pobres paulistas subiram primeiro no Palco Mundo, abrindo com Gritos da Multidão, com direito a Nasi sendo atendido pelo púbico após pedir “eu quero ouvir os gritos do Rock in Rio”. O quarteto também tocou a inédita Vida Passageira, do mencionado MTV Ao Vivo e contou com a participação de Fernanda Takai (do Pato Fu) no show, interpretando Telefone, cover da Gang 90 que o Ira! regravou. Edgard Scandurra literalmente brincou com a guitarra no Palco Mundo, enquanto Ricardo Gaspa e André Jung ditavam o ritmo do Ira!. Nasi chamou os membros do Ultraje a Rigor para, juntos, mandarem outro cover, o de Should I Stay or Should I Go do The Clash.

Em seguida, o Ultraje a Rigor assumiu o Palco Mundo e recheou o repertório de sucessos dos anos 1980. A única exceção foi a inédita Nada a Declarar (do 18 Anos Sem Tirar!), na qual a banda deixou o público gritar o palavrão do refrão, ficando espetacular. Sem contar que o quarteto mandou o cover de Paranoid do Black Sabbath. Depois de encerrar o show com Inútil e Nós Vamos Invadir Sua Praia, os membros do Ultraje se despediram do público mostrando as suas nádegas, inspirados pelo topless de Cássia Eller no dia anterior. Da formação que tocou no Rock in Rio, apenas Roger Moreira (voz e guitarra) e Mingau (baixo) seguiram na banda, pois Heraldo Paarmann (guitarra) e Flávio Suete (bateria) sairiam meses depois. Noves anos após, o show conjunto entre Ira! e Ultraje a Rigor ganhou CD e DVD ao vivo.

A primeira vez no Brasil

Nas duas primeiras edições, o Rock in Rio ficou marcado por trazer ao Brasil grandes estrelas da música internacional, que nunca haviam se apresentado em nosso país. Porém, nessa edição, três grandes nomes foram novidade em nosso território, como o cantor e guitarrista canadense Neil Young. Ele iria tocar no Hollywood Rock, em 1992, mas cancelou após saber que o evento era batizado com o nome de uma marca de cigarro. Acompanhado da banda de apoio Crazy Horse, Neil Young foi a atração principal da penúltima noite (dia 20) que, antes, teve Sheryl Crow, Dave Matthews Band, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii e os primos paraibanos Elba e Zé Ramalho.

Pela primeira vez no Brasil, a banda americana Foo Fighters iria se apresentar por aqui em fevereiro de 2000. Mas cancelou após seus integrantes descobrirem que um dos shows seria exclusivo para clientes de uma companhia telefônica. Durante a apresentação no Rock in Rio, o vocalista Dave Grohl fez aniversário, com direito a bolo trazido por sua então namorada, Melissa Auf de Maur (ex-baixista do Hole e ex-Smashing Pumpkins). Ele até ganhou um abraço da cantora Cássia Eller (que tocou antes deles). Ele também reviveu os tempos de baterista (função que exercia no Nirvana), travando um duelo com Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters. A banda divulgava o seu terceiro e mais popular disco, There’s Nothing Left To Lose (1999).

O também americano, R.E.M., foi responsável por uma apresentação de encher os olhos do público presente no Rock in Rio III. O show era um resquício da turnê de seu 11º disco, Up (1998), o primeiro sem o baterista Bill Berry. O vocalista, Michael Stipe, declarou que o Rock in Rio foi um dos melhores momentos de sua carreira. Ele até tomou caipirinha no Palco Mundo, com direito a garçom trazendo a bebida e tudo mais. O trio foi a atração principal da segunda noite (dia 13), em que ainda se apresentaram Beck, Barão Vermelho, Fernanda Abreu e os mencionados Foo Fighters e Cássia Eller.

Tenda Brasil

Um dos espaços alternativos do Rock in Rio III, a Tenda Brasil, teve apresentações elogiadas pelo público. Os trabalhos iniciaram no primeiro dia com o grupo de rock gospel Oficina G3. Sucesso no Brasil na virada do século, as bandas Penélope, Los Hermanos e Tihuana agradaram tanto que muitos disseram que eles mereciam estar no Palco Mundo.

Na noite do metal, durante o show do grupo brasiliense Rumbora, o baterista Bacalhau foi ao microfone e criticou Carlinhos Brown por ter ofendido o público roqueiro, o chamando de ignorante. O músico lembrou também que horas antes, na mesma Tenda Brasil, teve a apresentação dos guitarristas baianos Pepeu Gomes e Armandinho, que foram muito elogiados pelo público. Meses depois, Bacalhau virou membro do grupo Ultraje a Rigor.

A Tenda Brasil também foi responsável por revelar grupos como o carioca Autoramas e o mineiro Tianastácia. Veteranos dos anos 1990, os grupos Virgulóides e Nação Zumbi também marcaram presença na Tenda Brasil.

 Caim e Abel na Cidade do Rock

Até a banda liderada pelos irmãos Noel (voz e guitarra) e Liam Gallagher (voz) marcou presença no maior festival de música do Brasil. Considerada a última grande banda de rock do século XX, os Oasis já haviam estado em nosso país em março de 1998. Dessa primeira vinda, além dos irmãos, restou o baterista Alan White. Dois meses antes do Rock in Rio, o quinteto de Manchester lançou seu primeiro DVD e disco ao vivo, Familiar To Millions, que marcou a estréia de dois novos integrantes, Gem Archer (guitarra) e Andy Bell (baixo), substitutos de Paul Arthurs e Paul McGuigan, respectivamente. Durante o Rock in Rio, foi lançada, no Brasil, uma versão highlights de Familiar To Millions, sem quatro faixas.

Comportados em 1998, os irmãos Gallagher aprontaram em sua segunda vinda ao Brasil. A caminho do nosso país, Liam assediou sexualmente uma aeromoça da British Airways. Na coletiva, era de praxe a imprensa brasileira perguntar para os artistas o que era um mundo melhor. Quando a pergunta chegou ao Oasis, Noel Gallagher respondeu: “um ar mais puro e nada de Guns N’ Roses”. Eles foram escalados para tocar na terceira noite do festival, que marcava a volta da banda de Axl Rose. O Oasis subiu no Palco Mundo com roupas de inverno em pleno verão extremo carioca, com exceção do mencionado Alan White, que usou o calção da seleção inglesa de futebol e uma camisa de manga curta.

O Oasis foi criticado por tocar no Rock in Rio com som baixo. Para piorar, tiveram que engolir a arrogância dos admiradores de Axl, que tentavam, em vão, desmoralizar o show do quinteto inglês. Mas a apresentação teve momentos mágicos, como aquele em que Noel Gallagher colocou a Cidade do Rock para cantar o refrão de Don’t Look Back in Anger, mostrando a força dos Oasismaniacos no Brasil. Antes do Oasis encerrar o show com Rock N’ Roll Star, o vocalista Liam Gallagher cutucou: “essa vai para o senhor Rose”. O Oasis fez valer a pontualidade britânica. Entrou e saiu do Palco Mundo no horário, ao contrário da banda de Axl Rose, que subiu no palco com duas horas de atraso. Um dia depois, Noel Gallagher e Gem Archer fizeram um show acústico no estúdio da Rádio Cidade no Rio.

BRock in Rio 3

A turma do rock brasileiro dos anos 1980 mostrou o seu poderio de fogo. Na Tenda Brasil, apresentaram-se os grupos Biquíni Cavadão e Plebe Rude, além dos cantores Supla e Sylvinho Blau Blau. O último contou com a participação do finado cantor Serguei, que entrou no palco fantasiado de urso ao som de Ursinho Blau Blau, sucesso do Absyntho (antiga banda de Sylvinho). Os dois juntos cantaram Satisfaction, hino dos Rolling Stones. Sylvinho teve como baterista Fabio Brasil, futuro integrante do grupo Detonautas.

Presente nas duas primeiras edições, Os Paralamas do Sucesso e Titãs estavam de férias. Mas alguns de seus integrantes marcaram presença na Tenda Brasil em seus projetos paralelos. Foi o caso do paralama João Barone (bateria) com o grupo The Silvas. O Titãs foi representado no evento com os shows de Nando Reis, Sérgio Britto e o ex-integrante Arnaldo Antunes, todos promovendo suas carreiras solo. Sem contar que Branco Mello tocou com a banda S-Futurismo. No Palco Mundo, Fernanda Abreu não tinha nada de rock em sua carreira solo. Mas matou a saudade do passado, quando era vocal de apoio da Blitz, cantando Você Não Soube Me Amar, ao lado do ex-colega de grupo Evandro Mesquita.

Ainda no Palco Mundo, o Barão Vermelho encerrou a turnê do disco Balada MTV (1999) e anunciou suas férias, que duraram três anos. Os gaúchos dos Engenheiros do Hawaii encerravam a turnê de seu terceiro disco ao vivo, 10.000 Destinos (2000). O show contou com a participação do sanfoneiro Renato Borghetti (tocando na versão acústica de Toda Forma de Poder) e de Paulo Ricardo (em Rádio Pirata do RPM). Foi o último show em que Humberto Gessinger (voz e baixo) contou com Luciano Granja (guitarra), Adal Fonseca (bateria) e Lúcio Dorfman (teclado), que deixariam a banda para se dedicarem ao grupo Massa Crítica. Experiente do primeiro Rock in Rio, o Kid Abelha tocou sem problema no Palco Mundo, divulgando o disco de covers Coleção (2000). Outros representantes do BRock no Rock in Rio 3 foram os mencionados Capital Inicial, Ira! e Ultraje a Rigor.

Último dia

A entrada dos espectadores para a última noite de shows do Rock in Rio não foi das melhores. Ela foi tumultuada, pois alguns promoveram um empurra-empurra na pressa de ingressar na Cidade do Rock. Esse tumulto fez abreviar o show da banda Diesel, que abriu os trabalhos no Palco Mundo. A atração seguinte foi o mencionado O Surto, que ficou conhecido nacionalmente na época com a canção A Cera. A primeira atração internacional da última noite foi a banda americana Deftones.

Depois veio a última atração nacional do Rock in Rio, o Capital Inicial. O quarteto promovia, na época, o seu Acústico MTV, mas, sabiamente, os integrantes voltaram a utilizar as guitarras. Foi um dos últimos grandes shows do Capital com o guitarrista Loro Jones.           A noite foi do grupo pós-grunge Silverchair. O trio australiano promovia o seu terceiro disco, Neon Ballroom (1999), que trazia as faixas Ana’s Song (Open Fire) e Miss You Love, baladas que tocaram nas temporadas 2000 e 2001 de Malhação. Alguns fãs do grupo exibiram um cartaz escrito “grunge not dead” (“grunge não morreu”), mas lamentaram a ausência de Tomorrow, o primeiro sucesso deles. O Silverchair fechou a noite com Freak, em que o vocalista Daniel Johns se aventurou pelo vocal grave e agudo.

Coube ao Red Hot Chili Peppers encerrar o Rock in Rio. O quarteto americano divulgava o seu sétimo e mais popular disco, Californication (1999), cuja turnê já os havia trazido ao Brasil em outubro de 1999, para um show no Credicard Hall em São Paulo. Apesar de seus videoclipes terem feito enorme sucesso na MTV, a apresentação foi bastante apática. O público ficou tão sonolento que boa parte resolveu ir embora da Cidade do Rock antes do show acabar. Após o encerramento da apresentação do RHCP, fogos de artifício estouraram no céu, para celebrar o êxito do Rock in Rio III.

Cidade do Rock pós-Rock in Rio 3

Após o termino da terceira edição, Roberto Medina anunciou o Rock in Rio 4, previsto para 2003. Porém, nenhuma atração foi anunciada para a quarta edição. Para a tristeza do público brasileiro, o Rock in Rio ganhou a sua primeira edição estrangeira, que foi o Rock in Rio Lisboa, em 2004. O evento ganhou continuidade em Portugal desde então e, posteriormente, ainda ganhou três edições em Madrid (2008, 2010 e 2012), na Espanha e uma em Las Vegas (2015), nos Estados Unidos.

Enquanto o Rock in Rio não ganhava uma quarta edição aqui no Brasil, a velha Cidade do Rock recebeu outros eventos, como o Coca-Cola Vibezone e o Claro Que é Rock. Em 2007, foi erguido no terreno um campo de beisebol e outro de softbol, para os Jogos Pan-Americanos. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido sede das Olimpíadas de 2016, a Vila Olímpica (o alojamento dos atletas) foi erguida no terreno da antiga Cidade do Rock. O esqueleto do primeiro Palco Mundo (que vocês podem ver na foto) ficou erguido por 15 anos, até ser posto abaixo, para a finalização das obras da Vila Olímpica.

Quanto ao Rock in Rio 4, ele foi prometido pelos Medina para 2005, 2007 e 2014. Mas foram convencidos pelo, então, prefeito carioca, Eduardo Paes, a trazer o festival de volta em 2011, se tornando um evento bienal. Uma nova Cidade do Rock foi erguida em um terreno vizinho à antiga. Além da quarta edição, a nova Cidade do Rock recebeu as edições de 2013 e 2015. Atualmente se encontra abandonada. Desde 2017, o Rock in Rio tem sido realizado no Parque Olímpico, cujo terreno abrigava antes o Autódromo de Jacarepaguá.

Windson Alves

2 comentários em “Rock in Rio III – 20 anos”

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