“(…) Porque eles não são como os outros super-heróis. Eles são mais como uma família. Quanto mais poder adquirem, mais podem causar danos, inconscientemente, uns aos outros. Este é o sentido do Quarteto Fantástico: Que a família é uma espécie de antimatéria pessoal. A família é o vazio do qual você emerge e o lugar ao qual você retorna quando morre. E este é o paradoxo – quanto mais ela te atrai, mais fundo você mergulha no vazio”.
Esse quote surge em voiceover já na primeira cena de Tempestade de Gelo (1997) de Ang Lee e é proferido por Paul, personagem de Tobey Maguire que, curiosamente, cinco anos após este longa, viria a ser o Homem-Aranha no cinema. Ang Lee, por sua vez, dirigiu o Hulk (2003), altamente subestimado e execrado por inúmeros quadrinhófilos ao redor do globo.
Contudo, por mais que muitos críticos e fãs aleguem que o cineasta não entendia lhufas de quadrinhos – ao analisarem, frustrados, o resultado de sua adaptação para as telas do Gigante Esmeralda – estes mesmos hão de convir que, em um curta e simples narração em off de uma drama familiar, Ang Lee compreendeu a essência do Quarteto Fantástico. Algo que Tim Story não foi capaz de fazer em dois longas-metragens que dirigiu dos heróis na década passada; e Josh Trank tampouco em seu reboot que chegou recentemente às salas de projeção e vem sofrendo o ostracismo do público e a dura rejeição da crítica.
Não é para menos. O novo longa do Quarteto Fantástico – que aperta o botão de restart da franquia no cinema – não é nada fantástico. São tantos problemas que a tarefa de apontá-los é árdua, exatamente por não se saber por onde começar. Infelizmente, trata-se de mais um caso em que o trailer consegue ser melhor do que o filme inteiro. E, para falar a verdade, as previews pouco me diziam a respeito do filme que vi, com desgosto, na tela.