Aladdin Sane (1973) – David Bowie

Data de Lançamento: 20 de abril de 1973
Faixas: 10 faixas
Duração: 41:32
Estilo: Rock, Glam Rock, Pop Rock, Hard Rock
Produção: David Bowie e Ken Scott
Gravadora: RCA

Lado A:
Watch That Man
Aladdin Sane
Drive-In Saturday
Panic in Detroit
Cracked Actor

Lado B:
Time
The Prettiest Star
Let’s Spend the Night Together
The Jean Genie
Lady Grinning Soul

Uma capa icônica trazia o artista com uma pintura no rosto que se transformou em sua marca registrada. A foto entrou para a história da música mundial junto a um trocadilho que intitulou um dos maiores clássicos do rock n’roll. Um álbum com uma porção de canções marcantes para a coleção da já consagrada carreira do camaleão do rock, David Bowie. O lendário álbum Aladdin Sane de 1973 completa meio século neste ano.

Em 1972, com o lançamento de Ziggy Stardust, Bowie entrou para o hall da fama, como há tempos sonhava. Animado com a grande repercussão do trabalho, não demorou muito para que ele entrasse em estúdio novamente para conceber mais um álbum pela gravadora RCA, produzido ao lado Ken Scott, com quem o artista já havia trabalhado em outros álbuns. As expectativas criadas devido ao êxito do disco anterior, transformou o novo trabalho em um grande desafio para o cantor. Ainda em meio à repercussão de Ziggy Stardust, Bowie escreveu novas músicas e trabalhou por três meses no Trident Studio, junto à sua banda de apoio, Spiders From Mars

As gravações tiveram início em outubro de 1972 e se encerraram em janeiro de 1973. Aladdin Sane foi o último disco do músico a contar com a formação original dos Spiders From Mars, já que, após o último show do personagem Ziggy Stardust, em 3 de julho de 1973, o baterista Woody Woodmansey foi demitido, sendo pego de surpresa. Os outros dois integrantes, Mick Ronson e Trevor Bolder, ainda participaram do álbum seguinte, o Pin-Ups. Depois disso, a parceria com a famosa banda de apoio chegou ao fim. Além dos Spiders, quem também participa do álbum é o pianista Mike Garson, que acabou se tornando membro frequente da banda de apoio de Bowie, participando até o último show da carreira do astro. 

Sem dúvida, um dos elementos mais chamativos do álbum é a já mencionada capa em que Bowie posou em um fundo branco com o rosto pintado com um raio vermelho, e uma lágrima escorrendo pela sua clavícula. Considerada a Mona Lisa das capas de discos, o empresário Tony Defries queria tornar a capa a mais cara possível. Determinado a isso, ele efetivamente atingiu seu objetivo, já que a imagem foi a mais cara da época, pelo simples fato de insistir em um sistema de sete cores sem precedentes. Bryan Duffy foi quem fez o registro fotográfico histórico de Bowie em seu estúdio, situado em Londres. Pierre Laroche, por sua vez, foi o encarregado pela maquiagem na face do artista. A pintura vermelha foi possível graças a um batom. Pierre continuou como maquiador do astro até o fim da turnê daquele ano. A maquiagem do artista na foto de capa simboliza a dualidade mental do novo personagem que Bowie representa nessa fase, sendo um desenvolvimento do próprio Ziggy Stardust. O nome do disco, Aladdin Sane, é um trocadilho de “A Lad Insane” que, traduzindo, quer dizer “um rapaz insano”. 

David dedicou o álbum ao seu meio-irmão mais velho, Terry, por quem o cantor tinha muito carinho. Diagnosticado com esquizofrenia, Terry passou o resto de sua vida em uma instituição de saúde mental. Além disso, o trabalho também evidencia o sentimento que o músico tinha para com os Estados Unidos, contendo suas observações pelas estradas do país enquanto viajava na turnê de 1972, sendo descrito pelo próprio como “Ziggy vai a América”. De acordo com o biógrafo Christopher Sandford, Bowie estava simultaneamente chocado e obcecado pela América.

Podemos dizer que todas as músicas de Aladdin Sane ficaram bem conhecidas, ainda mais que Bowie costumava adicionar todas as faixas desse disco no repertório dos shows que realizou na época. No álbum, estão em destaque a música título, The Jean Genie (o personagem da canção era inspirado no seu amigo Iggy Pop); Time (escrita após David ouvir a notícia do suicidio do baterista Billy Murcia do New York Dolls); sua própria versão para o sucesso dos Rolling Stones, Let’s Spend the Night Together; e, ainda falando em Rolling Stones, outro destaque do disco é Drive-In Saturday, que tem uma breve citação ao vocalista da banda, Mick Jagger. Aliás, o disco tem uma pegada bem Stones nas canções.

O legado desse álbum na história do rock e na carreira de David Bowie é sintomático. Aclamado pela crítica, elogiado no Reino Unido e mais ainda nos Estados Unidos – ainda que tenha recebido menos críticas favoráveis do que o álbum anterior e alguns desses críticos acreditassem se tratar de um disco feito às pressas. O que não o desfavorece, claro. É um dos seis álbuns de David Bowie a figurar na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone – na 279ª posição -, além de ocupar o 230º lugar dos 500 melhores álbuns de todos os tempos levantado pela renomada publicação NME (New Musical Express) e em 77º nos 100 melhores álbuns da década de 1970 da Pitchfork.

Ganhou disco de ouro devido às 500 mil cópias vendidas nos Estados Unidos e 100 mil tanto na França quanto no Reino Unido. Aliás, foi no UK que Aladdin Sane recebeu, posteriormente, disco de platina por 300 mil cópias vendidas.

Por ser um dos álbuns mais procurados pelos fãs, Aladdin Sane já teve vários relançamentos. Só para citar alguns, em 1980, nos Estados Unidos, houve uma reedição do álbum que, ao contrário da primeira, contava com uma capa comum sem a dobra. Além do LP e K7, saiu pela primeira vez em CD em 1984. Uma versão remasterizada das fitas originais foi lançada em 1990. Em 1999, saiu outra versão remasterizada para as gravadoras Virgin Records e EMI. Ainda não podemos esquecer da edição de aniversário de 40 anos em 2013, tanto em CD quanto no formato digital. E não para por aí: vem chegando um novo lançamento para comemorar o 50º aniversário do disco. Vamos aguardar.

Adryz Herven

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s