Desejamos a todos os leitores do Bloggallerya um feliz natal e um próspero ano novo, recheado de chester, champagne, presentes, esperanças e sonhos renovados e muitos filmes para quem for passar o fim de ano em casa à procura de boas opções de entretenimento, seja com a família, ou só. Lembrem-se: solidão não é sinônimo de tristeza e tem muita gente que encontrou a felicidade estando só 😉
Para vocês que apreciam bons filmes de natal, aí vão nossas dicas:
Meninas Malvadas (2004)
Direção: Mark Waters
Este clássico teen da Sessão da Tarde toca em importantes temas como rivalidade feminina e slut shaming e é um dos últimos exemplares do cinema high-school sem smartphones e redes sociais, o que o torna genuinamente mais interessante e encantador do que os longas adolescentes mais recentes. Roteirizado por Tina Fey, protagonizado por Lindsay Lohan e antagonizado por Rachel McAdams, na pele da emblemática vilã Regina George, a produção acompanha a história da novata na escola Cady Heron. A jovem de 16 anos nunca frequentou uma escola antes. Morava na África com os pais e era educada em casa. É nessa fase turbulenta e efervescente da vida que Cady vai passar a encarar o desafiante mundo do ensino médio americano pela primeira vez e descobrir que ele não é muito diferente das selvas africanas que permearam sua infância. Logo, ela chama a atenção da abelha rainha da escola, Regina George, e passa a almoçar e andar com ela e suas asseclas durante os intervalos e fora da escola. Mas isso não é à toa. Cady é incentivada pelos seus novos amigos, os desajustados e alternativos, Janis Ian (Lizzy Caplan) e Damian Leigh (Daniel Franzese), que armam um plano para espionar e destruir Regina e seu séquito. Uma das clássicas sequências do longa é a performance de Jingle Bell Rock que as garotas apresentam para o show de talentos do colégio, a fim de celebrar o natal.
Disponível em: Amazon Prime Video, Telecine, Google Play, Apple TV
Natal no Hotel Plaza (2019)
Direção: Ron Oliver
Um dos filmes que integra a tradicional coleção de filmes de natal do canal Hallmark, esse não traz absolutamente nenhuma novidade. É mais uma historinha clichê estrelada pelo inexpressivo Ryan Paevey. A diferença é que esse conta com o charme da atriz Elizabeth Henstridge, a Jemma Simmons de Agents of SHIELD. Infelizmente, desprovida do sotaque britânico, mas carismática como de costume. Na trama, a historiadora Jessica Cooper (Henstridge) chega ao Hotel Plaza para organizar uma exposição que remonta a história de celebração do natal no hotel ao longo dos anos. Lá, ela esbarra em Nick (Paevey), com quem não simpatiza a princípio. Porém, ambos são obrigados a trabalhar juntos, vasculhando o extenso arquivo físico do hotel em busca de uma grande história sobre o natal. Jessica está namorando com um professor universitário, mas teme dar o próximo passo em seu relacionamento. No entanto, se vê balançada por Nick enquanto tenta solucionar o mistério sobre a ausência de uma ponta de abeto (o adorno do topo da árvore de natal) de uma festividade passada do Plaza.
Disponível em: Amazon Prime Video, Globoplay
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban / Harry Potter e o Cálice de Fogo (2004/2005)
Direção: Alfonso Cuarón / Mike Newell
Nada melhor do que maratonar Harry Potter no Natal. Especialmente O Prisioneiro de Azkaban (meu favorito absoluto!), em que Harry (Daniel Radcliffe) recebe de presente de natal uma Firebolt, a mais nova versão da vassoura mágica. O pacote tem remetente anônimo, mas vem com uma pista que sugere se tratar de um presente de seu padrinho, Sirius Black (Gary Oldman). Já O Cálice de Fogo conta com um divertido e desastroso (pelo menos para Harry e Ron Weasley, interpretado por Rupert Grint) Baile de Inverno. Dispensável me prolongar nas sinopses dos longas. Você pode lê-las aqui.
Disponível em: HBO Max, Google Play, Apple TV
A Vida de Brian (1979)
Direção: Terry Jones
A genial trupe de humoristas Monty Python apresenta uma sátira religiosa que causou controvérsia na época de seu lançamento, sendo acusado de blasfêmia. Na trama, o jovem e azarado judeu Brian Cohen (Graham Chapman), carrega o peso de ter nascido no mesmo dia em que Jesus Cristo, em uma manjedoura vizinha. Anos depois, na Judéia do ano 33 d.C., Brian se alia a um grupo anti-romano fanático e, durante uma perseguição, acaba confundido com o Messias, o salvador da humanidade. Por mais que tente explicar, não consegue se livrar do bizarro rótulo e da consequente fama e, contra a sua vontade, torna-se líder de um movimento religioso. Posteriormente, é julgado por Pôncio Pilatos (Michael Palin) que o sentencia à crucificação. A produção é um dos maiores expoentes do humor nonsense e totalmente besteirol. Destaque para a sequência em que Brian é saudado pelo povo ao aparecer acidentalmente como veio ao mundo na janela de sua casa.
Disponível em: Netflix, Looke
Para Sempre Cinderela (1998)
Direção: Andy Tennant
“Paris no Natal. Consegue imaginar?”. É a única referência à data comemorativa durante todo o filme. Mas eu costumava assistir sempre que o natal se aproximava, durante a infância, em frente à tela da TV, curtindo a Sessão da Tarde. Essa modesta produção de Tennant encanta exatamente pela sua despretensão. Trata-se de uma releitura do universalmente conhecido conto de fadas Cinderela e que acabou por estragar todas as outras versões cinematográficas do conto para mim. Primeiro porque, mesmo abrindo mão da magia em favor de uma narrativa mais realista (isto é, esqueça abóboras que se transformam em carruagens e a ordem de deixar o baile exatamente à meia-noite), o encanto não se perdeu. Segundo, porque traz uma das minhas atrizes favoritas de infância na pele de Cinderela, Drew Barrymore, que equilibra bem tanto a doçura e a elegância quanto a molecagem e a astúcia que esta versão da personagem exige. Terceiro porque traz a brilhante Anjelica Huston perfeita como a madrasta malvada. Quarto porque humaniza uma das irmãs más, que aqui é uma garota legal (Melanie Lynskey), rejeitada pela mãe por estar acima do peso e por não ser considerada tão bela quanto a outra filha (Megan Dodds). Quinto porque tem Leonardo Da Vinci (Patrick Godfrey) como fada-madrinha! E por último e mais importante, temos uma heroína feminista que ama livros, é perita no manejo de uma espada, não precisa de um homem para salvá-la, desafia seu malfeitor e que conquista o respeito do povo cigano em uma das passagens mais divertidas do filme. Sim, essa Cinderela se apaixona, mas o príncipe precisa correr atrás de seu perdão para ficar com ela. Que mocinha mais empoderada!
Disponível em: infelizmente em lugar nenhum 🙁
Esqueceram de Mim (1990)
Direção: Chris Columbus
Esqueceram de Mim era o meu filme favorito na infância e eu era super fã do Macaulay Culkin. Ora, vamos! Eu fui criança nos anos 1990, nascida no final da década perdida, em 1988, orgulhosamente pertencente à geração Y. No longa, o encapetado Kevin McCallister (Culkin) pede que a família inteira desapareça após ser colocado de castigo um dia antes de uma viagem com destino à Paris, ao lado de toda a parentada. Sozinho em casa, em Chicago, enquanto a família viaja, o garoto de apenas oito anos precisa aprender a se virar, além de tentar a todo custo sabotar a vida de dois assaltantes que invadem residências durante as festividades de fim de ano, aproveitando que a maioria das pessoas costuma viajar no feriado de natal. Dentre os filmes natalinos insossos, esta comédia se destacava. O longa carrega a assinatura de Chris Columbus na direção, o mesmo responsável pelos dois primeiros capítulos da franquia Harry Potter. Por ter a alcunha de clássico dos anos 1990, Esqueceram de Mim pode representar uma mera curiosidade para a geração atual e nem conseguir entreter tanto. Mas, apesar de bobinho, é munido de quotes memoráveis e passagens realmente capazes de arrancar algumas gargalhadas, mais por conta da impressionante desenvoltura e carisma do ator mirim, Culkin, e da dupla de ladrões, intepretada por Daniel Stern e o ótimo Joe Pesci. Outro dos subplots inesquecíveis traz o saudoso Roberts Blossom na pele de Marley, o “velho da pá”. Mas quando a gente cresce, muito do encanto do filme se perde e as conveniências de roteiro saltam aos olhos de modo estrondoso. Como uma mãe esquece o filho por tanto tempo e só se dá conta de sua ausência no meio do voo? Uma criança de apenas oito anos conseguindo cuidar da casa e se virar sozinho só pode se tratar de um prodígio. Até compras ele faz! Claro que, para a Hollywood descompromissada que perdura nos dias de hoje, mas que era ainda mais exagerada nos anos 1990, isso não faz diferença. É pura ficção que permanece bonitinha e inofensiva. Deve agradar mais aos nostálgicos do que às crianças da era atual, no entanto, é uma mera questão de opinião.
Disponível em: Disney+
A Felicidade Não Se Compra (1946)
Direção: Frank Capra
Clássico absoluto, A Felicidade Não Se Compra é um dos filmes mais veiculados na televisão americana na época de natal. E tem a, digamos, vantagem de poder ser exibido em qualquer emissora, já que a produção se encontra em domínio público desde 1974. O que muita gente não sabe é que o longa dirigido por Frank Capra foi um fracasso na ocasião de seu lançamento nos cinemas em 1946. E não foi qualquer fracasso. A Felicidade Não Se Compra foi responsável por levar a firma independente que o produziu, a Liberty, à falência. Assim sendo, como os direitos autorais não foram renovados, isso fez com que o filme caísse em domínio público na década de 1970. E como tantas outras obras que foram redescobertas em outras mídias após sofrerem um período de ostracismo nas salas de cinema, o filme de Capra ganhou as multidões que, hoje, se apertam nos sofás da sala em frente à telinha da TV para assisti-lo; o que lhe garantiu uma aura tardia de clássico. E como todo clássico que se preze, sobreviveu ao teste do tempo, sendo constantemente lançado em mídias físicas e digitais, em sessões especiais e também é frequentemente revisitado na cultura pop, seja por meio de releituras, homenagens ou paródias. Tanto que você pode até não ter assistido ao original, mas com certeza reconhece essa sinopse: em plena véspera de natal, em Bedford Falls, George Bailey (James Stewart) está passando por uma crise existencial e resolve se suicidar, pulando de uma ponte. Os motivos: ele desistiu dos próprios sonhos em ordem de ajudar os outros a vida inteira; e também devido às intrigas do milionário Henry Potter (Henry, não Harry, interpretado por Lionel Barrymore). Resta ao anjo da guarda de George, Clarence Odbody (Henry Travers), intervir e evitar o iminente suicídio. Ao anjo cabe a missão de mostrar a George o impacto que gerou na vida de várias pessoas em Bedford Falls e como essas vidas seriam diferentes se ele nunca tivesse existido. Já ouviu essa história por aí, com certeza! Um enredo simples, mas capaz de tocar inúmeros corações. De um péssimo desempenho nas bilheterias a uma irresistível, tradicional e indispensável atração televisiva de natal, A Felicidade Não Se Compra é um filme que te leva a refletir sobre o quanto nossas vidas importam, independentemente de nosso status econômico e social.
Disponível em: Telecine, Amazon Prime Video
Andrizy Bento