Um daqueles filmes esquecidos. Não tão esquecido assim, pois o Telecine resolveu resgatá-lo das profundezas do acervo oitentista dia desses, mas já removeu o título do catálogo. Curso de Verão costumava passar com certa frequência em meados da década de 1990 na Sessão da Tarde (e é com enorme espanto que me dou conta de que isso foi há três décadas!). Hoje, provavelmente não passaria pelo crivo da censura, especialmente por conta de sequências clássicas como a simulação de uma cena de filme de horror em plena sala de aula para afugentar uma professora e o plot envolvendo uma mãe adolescente.
Dirigida por Carl Reiner, essa comédia de 1987 originalmente intitulada Summer School e distribuída pela Paramount Pictures, traz uma história bem simples. O filme acompanha o professor de educação física Freddy Shoop (Mark Harmon), cujos planos de desfrutar de umas férias de verão no Havaí são interrompidos pelo vice-diretor da escola onde atua, Phil Gills (Robin Thomas), que lhe incumbe da tarefa de lecionar para um grupo de alunos totalmente desestimulados com os estudos e frustrados por estarem de recuperação e presos na sala de aula em pleno verão.
Sob ameaça de ser demitido, o também desmotivado Shoop concorda com o proposto e passa a contar com a ajudinha de uma professora de história, Robins Bishop (Kirstie Alley, onipresente em produções cômicas da época), por quem se apaixona. A missão, a princípio inglória e ingrata, torna-se um exercício de aprendizado mútuo. Shoop aprende a fazer o papel de mentor e desenvolve uma boa ligação com os deslocados estudantes. Estes, por sua vez, se esforçam para passar na prova final e veem no professor o único capaz de lhes fazer alcançar essa proeza.
Confesso que é bem estranho, até mesmo cômico, ver tantos atores na casa dos vinte e tantos anos, quase trinta, interpretando adolescentes do high school. É inevitável: evoca, de imediato, um clima meio Chaves. Outrora isso não era um problema; cresci vendo trintões interpretando colegiais em infinitas reprises da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa e sequer achava estranho, pois era o costume. As críticas e a zombaria (algumas em forma de filmecos, como Todo Mundo em Pânico) fizeram Hollywood repensar o quão bizarro isso era, a ponto de colocar jovens da faixa etária correspondente, isto é, que possuíam de fato idade escolar para interpretarem adolescentes em grande parte das produções atuais.
O filme envelheceu mal e certamente seria problematizado pela geração Z por uma série de decisões de roteiro e piadinhas antiquadas e preconceituosas. Cabe mais como curiosidade e pelo saudosismo. Mas, atenção, corre aquele risco de ser um dos famosos casos de “vou assistir para relembrar a infância” e você terminar se desapontando como é o caso com Gatinhas e Gatões, Flashdance e tantos outros títulos.
Bem, mas verdade seja dita: Curso de Verão nunca foi um grande filme, nem na época em que meus longas favoritos eram Esqueceram de Mim e As Patricinhas de Beverlly Hills e minhas referências de grandes cinema se limitavam à Saga Star Wars, então revê-lo, para mim, não foi um desses casos de decepção. Como eu disse, ele não está mais disponível no catálogo do Telecine Play. Para quem tem curiosidade, ou quer rever, precisa procurar nas profundezas da internet…
Andrizy Bento
Os loucos anos 80… acho que colocavam atores pra interpretar adolescentes por que não podiam pela lei da censura mesmo, e por isso os trintões estavam lá rsrs filme bobo sim, porém pra época divertido, e para hoje nostálgico! Valeu o post!!! =)