Data de Lançamento: 1987
Faixas: 11 faixas
Duração: 33:23
Estilo: Punk Rock, Rock e Pós-Punk
Produção: Herbert Vianna
Gravadora: EMI
Lado A:
Bravo Mundo Novo
Nova Era Techno
48
Não Tema
Censura
Nada
Lado B:
Nunca Fomos Tão Brasileiros
A Ida
Consumo
Códigos
Mentiras Por Enquanto
Uma das grandes bandas que representava o rock de Brasília, a Plebe Rude, estava a todo o vapor após o lançamento do primeiro disco, O Concreto Já Rachou, fazendo shows pelo país inteiro e provando o gosto do sucesso. Tanto que, no ano seguinte, em 1987, a banda entrou em estúdio para gravar seu novo trabalho, o álbum intitulado Nunca Fomos Tão Brasileiros.
Em tempos de ápice do rock nacional, a Plebe tinha conquistado um bom espaço, imprimindo sua marca no cenário musical. Com o enorme sucesso do primeiro LP lançado em 1986, no ano seguinte, a gravadora EMI pressionou o grupo a lançar um novo álbum. O porém era que a banda estava quase sem canções inéditas para incluir neste novo projeto. Com apenas três composições novas, a Plebe decidiu incluir no disco algumas das músicas de sua autoria que já costumava tocar ao vivo desde o início da carreira e outras que haviam sido descartadas do álbum anterior – por se tratar de um mini-LP, contendo apenas 7 faixas. A ditadura militar havia acabado no país, a censura enfraqueceu e as letras traziam críticas àquele momento.
Este foi, particularmente, um trabalho rodeado de altos e baixos. Além da citada pressão exercida pela gravadora, Herbert Vianna dos Paralamas do Sucesso, que já havia produzido o álbum anterior da banda, foi convidado novamente para produzir Nunca Fomos Tão Brasileiros. Mas, de acordo com o baixista André X, o músico não estava muito focado no disco, já que, além de estar envolvido em outros projetos, também havia sofrido uma desilusão amorosa, terminando seu namoro com Paula Toller do Kid Abelha. Um dos pontos positivos do trabalho, no entanto, foi a confecção da capa e contracapa que traziam uma pintura de um artista de Brasília, feita especialmente para o álbum.
Algumas das músicas mais conhecidas da Plebe estão entre as faixas do LP, como a canção que intitula o álbum, além de A Censura (música que, mesmo com a censura da época dando seus últimos suspiros, terminou por ser censurada. Irônico, no mínimo) e Bravo Novo Mundo. Destaque também para as três canções inéditas: A Ida, Nada e Mentiras. Outra que não podemos deixar de citar é Consumo, que contou com a participação especial de Fernanda Abreu e Marcia Bulcão da Blitz nos backing vocals.
Embora atualmente o disco seja bem cobiçado pelos fãs da banda, na época, em termos de vendagem, não chegou perto dos números alcançados pelo primeiro LP. Ainda que tenha vendido 150 mil cópias, não foi disco de ouro por ter demorado mais de um ano para atingir a marca de 100 mil cópias, devido, sobretudo, à hiperinflação e recessão da época (o próprio André X fez a gentileza de nos fornecer essa informação). Com os integrantes se reunindo novamente em 1999 para realização de novos shows, Nunca Fomos Tão Brasileiros e os demais álbuns da banda foram relançados em CD.
Adryz Herven