Produção baseada nos quadrinhos de Maurício de Sousa traz pré-adolescência sem redes sociais e smartphones, mas é moderna no texto e na linguagem.
Para quem cresceu lendo os gibis da Turma da Mônica, ou que como eu aprendeu a ler com os quadrinhos da baixinha invocada de vestido vermelho, as produções audiovisuais em live-action da turminha possuem um caráter mais sentimental. Mas, ao proceder com o devido distanciamento e analisar mais criticamente essas obras, percebemos que a criação de Maurício de Sousa está, sim, em boas mãos e não é só nossa memória afetiva nos pregando uma peça.
Daniel Rezende é um realizador sensível, com um olhar terno direcionado aos personagens que vêm encantando e divertindo crianças de todas as idades há várias gerações. Ele preserva a essência dos personagens, capturando a inocência e sagacidade dos perfis presentes nos quadrinhos, em uma tradução perfeita para as telas. Ainda tem o privilégio de contar com um cast carismático e talentoso; as crianças certas para retratar as figurinhas que crescemos acompanhando nas revistas semanais e quinzenais das editoras Abril, Globo e Panini.
Após dirigir os dois longas-metragens protagonizados pela turminha – Turma da Mônica: Laços (2019) e Turma da Mônica: Lições (2021), Rezende se encarregou da Turma da Mônica – A Série, produção original da Globoplay. Reprisando os papéis desempenhados nos filmes, estão Giulia Benite interpretando Mônica, Laura Rauseo como Magali, Kevin Vecchiato na pele do Cebolinha e Gabriel Moreira vivendo o Cascão. O elenco ainda traz acréscimos bem-vindos, como Luiza Gattai no papel da esnobe Carminha Frufru.
A festa de aniversário da nova e ilustre moradora do Bairro do Limoeiro, Carminha Frufru é sabotada e todas as suspeitas recaem sobre Mônica. Denise (Becca Guerra), a fofoqueira do bairro, inicia uma investigação e aponta como principal motivação do crime, o fato de Mônica sentir inveja de Carminha. Logo, os amigos da dona da rua, são vistos como cúmplices. A série aborda temas como crise de identidade, crescimento, transição da infância para a adolescência, bullying, exclusão e pertencimento. Tudo isso transmitido de maneira sutil e orgânica, sem soar panfletário.
O roteiro é repleto de gírias oriundas das redes sociais e memes internéticos. Mas não vemos as crianças imersas em smartphones ou computadores em nenhum momento. O que pode parecer pouco realista em um primeiro momento, logo se revela uma alternativa interessante e acertada: a ideia é resgatar a infância enaltecida nos gibis da Turma da Mônica; de crianças dinâmicas, que sempre curtiram aventuras, brincadeiras na rua, o contato pessoal, estar junto dos amigos, frequentando a padaria da esquina e brincando nos parquinhos e quadras esportivas de um bairro verdejante e suburbano. É um doce resgate de uma infância feliz. Contudo, aquele universo retratado na tela não deixa de soar moderno e plausível – obviamente devido à linguagem, referências e estética adotadas. E, pensando bem, trazer crianças com a cabeça afundada em telas seria trair os conceitos do material de origem. Conceitos, estes, que vêm conquistando há décadas o público leitor.
Sem apelar para a forçação de barra e nem ser superficial nos discursos pro-representatividade – afinal são crianças ensinando lições e passando mensagens pertinentes ao mundo atual – a narrativa antibullying louva as características que fazem cada indivíduo se sentir único, sem apontá-las como defeitos ou fraquezas, mas como vulnerabilidades às quais todos estamos sujeitos. Não somos iguais ou perfeitos. É bom se sujar um pouco e assumir o que nos faz sermos nós mesmos.
Munida de easter eggs referenciando personagens da ampla galeria da Maurício de Sousa Produções, contando com a presença marcante e pontual do vilão Capitão Feio (Fernando Caruso) e uma Mariana Ximenes espirituosa no papel de uma madame que busca a perfeição, Turma da Mônica – A Série acerta em cheio ao retratar o espírito infanto-juvenil. Com uma fotografia luminosa, dominada por uma cartela de cores vibrante, a produção é genuína na transmissão de sua mensagem, divertindo e emocionando em iguais medidas.
Disponível no catálogo da Globoplay desde julho deste ano, a série estrelada pela turminha mais querida e famosa do Brasil é engraçada e cativante, bem humorada e sensível. Uma narrativa deliciosa sobre amizade e autoaceitação.
Andrizy Bento
Eu amo a turma da Mônica eu sou muito expert e sei muitas informações e notícias da turma da Mônica eu amo,amo e amo queria muito um dia conhecer o grande e amado cartunista o número 1 do Brasil o Maurício de Souza assisti o filme lições e achei emocionante um grande e profundo abraço para a MSP e para todos as pessoas que são fãs da turminha mais querida do Brasil