Onze Melhores Filmes Sobre Futebol

A partir deste mês, vou começar a trilogia Copa do Mundo. Em 2018 era o meu segundo ano aqui e eu ainda não estava preparado para debater sobre esse assunto.

Como sabem, a Copa do Mundo desse ano irá ocorrer no Catar, o primeiro país do oriente médio a receber a maior festa do futebol mundial. Essa também vai ser a segunda Copa a ocorrer na Ásia, continente que recebeu o mundial em 2002 na Coréia do Sul/Japão. Será a 22ª edição da segunda maior competição do esporte mundial, depois das Olimpíadas de Verão.

Essa edição da Copa do Mundo vai quebrar um protocolo do torneio, que é sempre realizado entre junho e julho. Nessa época do ano, o verão do Catar é muito rígido. Para preservar a saúde dos atletas, a FIFA decidiu agendar o mundial para novembro e dezembro. Não é a primeira vez que o Catar recebe um torneio oficial da FIFA, entidade máxima do futebol mundial. O país foi sede do Mundial Sub-20 em 1995.

Para que ninguém fique carente, eu elaborei uma lista de onze filmes que tiveram o futebol como tema. Geralmente eu faço uma lista de dez filmes. Porém, de forma simbólica, eu decidi acrescentar um a mais, inspirado no fato de que um time de futebol possui 11 jogadores dentro de campo. É bem verdade que juntar a sétima arte com o esporte mais popular do mundo não agrada a maioria. Porém, é um prato cheio para quem é apaixonado por futebol.

Driblando o Destino (2002)
Direção: Gurinder Chadha

É um filme inglês e gira em torno de Jesminder Bamha (Parminder Nagra), também chamada de Jess, filha caçula de uma família de imigrantes indianos e que mora em Houslow, bairro do subúrbio da capital Londres. Ela adora jogar futebol e tem como maior referência o meia David Beckham, que, na época, era o capitão da seleção inglesa. Inclusive, o título original do longa é Bend It Like Beckham (em tradução livre para o português: “dribla como Beckham”). Jess enfrenta a oposição da mãe (Shaheen Khan) e da irmã Pinky (Archie Panjabi). O seu pai (Anupam Kher) fica indeciso entre apoiar ou não a filha, pois, no passado, ele foi jogador de críquete, mas interrompeu a carreira por ter sido vítima de bullying dos ingleses, carregando com ele essa mágoa.

Seu melhor amigo é Tony (Ameet Chana), que também é imigrante indiano e joga partidas de futebol com Jess em um parque público. Um dia, ela é vista por Jules (Keira Knightley), que a convida para entrar no time local de futebol feminino. O treinador Joe (Jonathan Rhys-Meyers) não vê Jess com bons olhos, mas o desempenho dela faz com que ele a aceite no time. Em várias ocasiões, Jess joga futebol escondido da família e seu time se torna uma força. Porém, a amizade dela com Jules enfrenta uma crise quando as duas se descobrem apaixonadas por Joe. Para piorar, a final do campeonato ocorre no mesmo dia do casamento de sua irmã. Vendo que Jess está triste na festa, Tony resolve levá-la para o jogo com o apoio do pai de seu pai.

Boa parte do elenco indiano é de Bollywood, maior indústria cinematográfica da Índia. O filme mostra algo incomum: uma moça como Jess admirar o David Beckham como esportista. Depois do filme, a sua intérprete, Parminder Nagra, ingressou no seriado E.R., que no Brasil ficou conhecido pelo título Plantão Médico. Keira Knightley é mais lembrada por suas atuações nos filmes da saga Piratas do Caribe, onde viveu Elizabeth Swann e em Orgulho e Preconceito, no qual viveu a protagonista Elizabeth Bennet, papel que lhe valeu uma indicação de melhor atriz ao Oscar. Assim como o seu personagem, Jonathan Rhys-Meyers é irlandês de nascimento. Em seguida, ele interpretou Elvis Presley na minissérie americana da CBS, intitulada Elvis, que conta a história do rei do rock e foi transmitida nos Estados Unidos em 2005. Além de Beckham, outros jogadores ingleses fizeram pontas no filme, como Gary Lineker e John Barnes, além do escocês Alan Hansen.

Meninos de Kichute (2014)
Direção: Luca Amberg

Um filme brasileiro, que mostra a infância nos anos 1970, em um bairro operário de São Paulo. Gira em torno de Beto (Lucas Alexandre), um menino de 12 anos que ama futebol e que joga na posição de goleiro. Ele cria, com amigos vizinhos, um time chamado Meninos de Kichute. Beto joga escondido do pai Lázaro (Werner Schünemann), que é pintor e pregador evangélico, além de ter por hábito demonizar o futebol e qualquer outro tipo de diversão. Ele mora em uma casa humilde junto do pai, da mãe Maria (Viviane Pasmanter), da irmã mais velha Rosa (Mayara Comunale) e do caçula Ismael (Vinicius Azar Damas).

Beto é incentivado no futebol por Rosa e pela aposentada Leonor (Arlete Salles). Rosa, inclusive, cede para o irmão uma camisa preta de manga comprida, para ele usar como goleiro. Leonor compra para ele um par de kichute. Ao ver que o Beto não é submisso e insiste no futebol, Lázaro decide abandonar a família, fugindo com a amante Jacira (Martha Nowill). Maria e seus filhos são consolados por Leonor e o cunhado Rogério “Teroba” (Mauro Zanatta), irmão de Lázaro. Beto pode realizar o sonho de ser goleiro, passando na peneira do Nacional Atlético Clube, cuja aprovação é de Volpone (Paulo César Pereio), dono das divisões de base.

Kichute foi um calçado muito popular com o público infantil do Brasil no fim do século XX. Sua aparência era semelhante a uma chuteira e custava mais barato. Quanto ao filme, ele foi inspirado no livro homônimo escrito por Márcio Américo, que co-escreveu o roteiro com o diretor Luca Amberg. Apesar de se passar em São Paulo, a cidade que serviu de cenário para o filme foi Londrina, no estado do Paraná. O baterista Netinho é o responsável pela trilha sonora que traz canções de suas antigas bandas, Casa das Máquinas (Casa do Rock) e Os Incríveis (Eu Te Amo Meu Brasil, Giramundo e Marcas do Que Se Foi). Do elenco, apenas cinco atores são conhecidos do grande público, como Arlete Salles, Viviane Pasmanter, Werner Schünemann, Ken Kaneko e Paulo César Pereio.

Hooligans (2005)
Direção: Lexi Alexander

Gira em torno do americano Matt Buckner (Elijah Wood), estudante de jornalismo em Harvard. Certo dia, ele é preso após policiais encontrarem drogas em seu armário, o que consequentemente gera sua expulsão da universidade. A droga, no entanto, pertence ao seu colega de quarto, Jeremy Van Holden (Terence Jay), que dá a Matt uma grande quantia em dinheiro em troca de seu silêncio. Ele aproveita e viaja para a Inglaterra, com o intuito de visitar a sua irmã, Shannon (Claire Forlani), que é casada com o inglês Steve Dunham (Marc Warren) e tem um filho. Steve é irmão de Pete (Charlie Hunnam), líder da GSE (Green Street Elite), a torcida organizada do West Ham. Ele leva Matt para assistir a um jogo do clube contra o Birmingham City. É nessa partida que Matt é apresentado ao futebol e o mundo do hooliganismo.

Quem se incomoda com a presença do americano é Bovver (Leo Gregory), o braço direito de Pete. Pra piorar, Bovver desconfia que Matt seja um jornalista espião, pois um membro da GSE diz que já viu o ianque dentro da sede do jornal The Times, junto de seu pai Carl (Henry Goodman). Para os hooligans, a imprensa é tão inimiga quanto a polícia. Para incrementar ainda mais o rolo, Shannon diz a Steve que Matt estudava jornalismo. Ele tenta tirar o cunhado do bar frequentado pela GSE, mas acaba sendo reconhecido como o Major, o fundador da facção, deixando Matt perplexo. Tudo isso perto do duelo entre o West Ham contra o seu maior rival, Milwall, válido pela Copa da Inglaterra.

É uma produção conjunta entre Inglaterra e Estados Unidos. Diferente do Brasil, as autoridades inglesas tomaram medidas contra torcidas organizadas dentro dos estádios, que foram obrigados a instalar assentos e tirar as grades. Essas medidas foram aplicadas após a tragédia de Hillsborough, em 1989. Os hooligans, no entanto, só causam tumulto fora dos estádios. Apesar de ter interpretado uma americana, Claire Forlani é britânica de nascimento. O filme fez Elijah Wood se tornar admirador do soccer (como os americanos chamam nosso futebol). West Ham e Milwall sempre foram rivais e suas facções já promoveram brigas sangrentas nas ruas de Londres. West Ham United é conhecid0 mundialmente por ter sido a base da Inglaterra, campeã mundial em 1966, e por ser o clube de coração de Steve Harris, baixista do Iron Maiden.

Todos Os Corações do Mundo (1995)
Direção: Murilo Salles

É o documentário oficial da 15ª edição da Copa do Mundo, realizada em 1994, que ocorreu nos Estados Unidos e foi conquistada pelo Brasil, que garantiu sua quarta vitória no torneio. Foi a última edição que contou com 24 equipes e detém, até hoje, o maior público da história do Mundial, com cerca de 3.587.358 espectadores, média de 68.991 por partida. O feito inspirou o título oficial do filme, Two Billion Hearts (Dois Bilhões de Corações em inglês). Três meses depois do término do torneio, o diretor do filme, o brasileiro Murillo Salles, liberou algumas imagens da Copa feitas em película para o Fantástico da Globo.

O filme mostra a intimidade dos dois maiores nomes dessa edição – o brasileiro Romário e o italiano Roberto Baggio. Também apresenta a família do goleiro belga Michel Preud’homme, eleito o melhor de sua posição do torneio. Outro destaque foi o microfone do SBT (que cobriu essa Copa junto da Globo e Bandeirantes), que apontava para Maradona, quando esse se encaminhava para a coletiva com a imprensa, na qual falou sobre ter sido pego no exame antidoping. Para terminar, é mostrada também a reação das torcidas em seus países. Do Brasil, ganham destaque Guaratinguetá (em São Paulo), Floresta Amazônica e Rio de Janeiro.

O filme entrou em cartaz oficialmente em novembro de 1995, porém, no Brasil, chegou com um pouco de atraso: fevereiro de 1996. A trilha sonora é de autoria do maestro argentino Lalo Schifrin, o mesmo da série Missão Impossível e de filmes como Operação Dragão (com Bruce Lee) e a saga Hora do Rush (estrelada por Jackie Chan). A narração em inglês e de Liev Schreiber, que ficou conhecido pela saga Pânico e no papel de Dentes de Sabre em X-Men Origens: Wolverine. No Brasil, a narração coube ao ator Antônio Grassi e o texto narrado em português foi assinado pelo jornalista Armando Nogueira. O filme foi dedicado à memória do zagueiro colombiano Andres Escobar, autor do único gol contra registrado nessa edição do torneio. O lance o transformou em bode expiatório da eliminação precoce da Colômbia, resultando no seu assassinato, aos 27 anos, em 2 de julho de 1994. 

O Milagre de Berna (2003)
Direção: Sönke Wortmann

É um filme biográfico e narra a primeira Copa do Mundo, conquistada pela seleção alemã de futebol. No pós-Segunda Guerra Mundial, a então chamada Alemanha Ocidental ainda era vista com maus olhos pelo mundo por conta do nazismo. O centro do filme é a família Lubanski, que mora na cidade industrial de Essen. O patriarca Richard (Peter Lohmeyer) é libertado da prisão soviética, após 11 anos sob custódia e sequer conhece o filho caçula Matthias (Louis Klamroth). Sua esposa Christa (Johanna Gastdorf) e os outros filhos, Bruno (Mirko Lang) e Ingrid (Birthe Wolter) se sustentam com os lucros do bar, do qual são proprietários.

Em Essen, Matthias é uma espécie de mascote do atacante Helmut Rahn (Sascha Göpel), que joga no time da cidade, o Rot-Weiss Essen, além de ter sido convocado para a Copa do Mundo na Suíça, em 1954. Paralelo a isso, o jornalista Paul Ackermann (Lucas Gregorowicz) tem que adiar a lua de mel com a esposa Anette (Katharina Wackernagel) para fazer a cobertura do mencionado torneio. A mesma se decepciona, mas depois decide ir com ele para a Suíça. Na decisão, a Alemanha Ocidental enfrenta a Hungria da Puskas, para quem perdeu por 8 x 3 na primeira fase. Querendo ter uma boa relação com o filho Matthias, Richard decide levá-lo de carro para a final, disputada no Estádio Wankford, na capital suíça, Berna.

Esse é o quinto filme da lista, pois é ambientado na quinta edição da Copa do Mundo. O título do filme é o nome da decisão, a qual a Alemanha Ocidental venceu de virada por 3 x 2 contra a Hungria, que era considerada a favorita. Com a conquista, os alemães provaram para o mundo que poderiam viver sem a terrível sombra do nazismo. A cena em que o capitão Fritz Walter (Knut Hartwig) ergue a Taça Jules Rimet jamais existiu. Na vida real, ele recebeu o troféu e depois foi cumprimentado por Puskas. O gesto de erguer a taça foi criado pelo brasileiro Belline, capitão do primeiro título mundial do Brasil, em 1958. O Milagre de Berna foi raramente exibido no Brasil, com transmissões pouco expressivas na TV Aparecida e SBT. 

Zico (2002)
Direção: Eliseu Ewald

É um documentário biográfico do maior ídolo da história do Flamengo e maior camisa 10 brasileiro pós-Pelé. Aliás, o próprio rei do futebol já declarou que o Galinho de Quintino foi o jogador que chegou mais perto de superá-lo. Zico tem DNA do futebol, pois seu pai, o imigrante português José Antunes (no filme interpretado por Alexandre Zacchia), tentou ser goleiro. Ele queria tirar uma licença na padaria onde trabalhava, para fazer um teste no Flamengo. Mas o patrão português e vascaíno não deixou. Seu José realizou o sonho do futebol através de seus filhos Edu, Nando, Antunes e Zico. Aliás, para se vingar do patrão, o português adotou o Flamengo como clube brasileiro, mas seu time de coração é o Sporting de Lisboa.

Zico foi levado para o Flamengo aos 13 anos por seu padrinho, o radialista Celso Garcia (Jandir Ferrari). O filme mostra, em reconstituição, que Zico foi cortado da seleção que jogaria a Olimpíada de Munique em 1972, por razões políticas. Seu irmão, Nando, foi preso e torturado pela ditadura militar. A película também mostrou como o Galinho aprendeu a cobrar falta, pendurando camisas no travessão do gol e chutando até acertar uma. Não podia faltar o drama de Zico, em virtude da contusão grave que sofreu em 1985. Nessa parte, o Galinho admitiu que tomava morfina para diminuir as dores e poder jogar futebol. Isso em uma época em que eram desconhecidos os efeitos colaterais do uso desse medicamento.

O filme mescla dramatização com depoimentos de familiares e personalidades que conviveram com Zico. Na infância, o Galinho de Quintinho é vivido por Pedro Gonçalves, neto do cantor Nelson Gonçalves que, apesar de ser gaúcho, era flamenguista. Já o Zico na fase adulta é interpretado pelo ator Claudio Fontana, o Igor da novela Deus Nos Acuda, que citei no artigo Rock nas Telenovelas. O filme ainda contou com o depoimento da mãe de Zico, a dona Mathilde da Silva Coimbra, que viria a falecer após o lançamento da película. A estátua de Zico acima foi erguida no Japão, do lado de fora do Estádio Kashima Soccer, em Ibaraki. No início dos anos 1990, o Galinho ajudou a tornar viável o futebol na terra do sol nascente.

Duelo de Campeões (2005)
Direção: David Anspaugh

Outro filme biográfico, envolve a Copa do Mundo no Brasil, em 1950. Conta a história da primeira zebra na história do torneio. A vitória de 1 x 0 dos Estados Unidos sobre a Inglaterra, o país que inventou o futebol. Ocorrido no dia 29 de junho, o jogo ficou conhecido como “O milagre de Belo Horizonte”, uma vez que a partida ocorreu no Estádio Independência, na capital mineira. A equipe semiamadora começa a ser formada na cidade de St. Louis, composta, em sua maioria, por descendentes de italianos como o goleiro Frank Borghi (Gerard Butler), Charles Colombo (Costas Mandylor) e Gino Pariani (Louis Mandylor).

Em seguida, a equipe vai para a Filadélfia e arranja mais jogadores de origem estrangeira, como o português John Souza (Nelson Vargas) e o alemão Walter Bahr (Wes Bentley). Este último se torna capitão da equipe. Os ianques se concentram em Nova York e lá convocam o haitiano Joe Gaetjens (Jimmy Jean-Louis), que trabalhava como lavador de pratos em um restaurante. Em um jogo-treino realizado debaixo de chuva, a seleção americana perdeu de 5 x 0 para a mesma Inglaterra que iria enfrentar no Brasil. Em um jantar no hotel Walford Astoria, na citada Nova York, o capitão inglês Stan Mortesen (Gavin Rossdale) deseja que os ianques tenham boas férias no Brasil. Isso mexe com o brio dos jogadores americanos, e faz com que ganhem uma motivação para a Copa de 1950.

Foi inspirado no livro biográfico escrito por Geoffrey Douglas, jornalista americano que cobriu a partida. Apesar de o jogo ter ocorrido em Belo Horizonte, a cena da decisão foi filmada no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, por conta de sua estrutura tombada pelo Patrimônio da Humanidade. Intérprete de Stan Mortesen, Gavin Rossdale é mais conhecido por ser vocalista da banda pós-grunge inglesa Bush. Herói da partida, Joe Gaetjens teve um destino triste, que não é mostrado no filme. Ao voltar para o Haiti, ele foi assassinado aos 40 anos, em 19 de julho de 1964, pela Tonton Macoute (a polícia da ditadura haitiana), sob ordens do ditador Papa Doc Duvalier, que não gostou de saber que ele trabalhou para os Estados Unidos. Seu intérprete, Jimmy Jean-Louis, é também de origem haitiana.

Kung Fu Futebol Clube (2001)
Direção: Stephen Chow

Em 1983, o craque do futebol chinês Fung (Meng Da Wu), conhecido pelo apelido Perna de Ouro, perde um pênalti, resultando na derrota de seu time na decisão do Campeonato Chinês dentro de casa. Passados 18 anos, ele se torna um carregador de bolas do Team Evil, cujo dono é Hung (Patrick Tse), seu maior rival no passado. Andando na rua, Fung conhece Sing (Stephen Chow), catador de lixo, que leciona shaolin e dá a idéia de misturar sua arte com futebol. Os dois começam a montar uma equipe com vários lutadores e a denominam Kung Fu Futebol Clube (Shaolin Soccer no original).

Na vida de Sing, também aparece a cozinheira Mui (Wei Zhao), que esconde o rosto com o cabelo por conta das espinhas. Ela usa o estilo tai chi para fazer pães na padaria onde trabalha. Mui nutre uma paixão por Sing. Quanto ao time de futebol, ele é montado aos trancos e barrancos. Mesmo desacreditando no potencial da recém-criada equipe, Hung faz questão de pagar a sua taxa de inscrição para a disputa da Supercopa da China. O Kung Fu Futebol Clube conquista a torcida com a beleza de suas jogadas, conhecidas também como futebol arte. Contra todas as expectativas iniciais, a equipe chega à decisão do mencionado torneio contra o Team Evil.

Simbolicamente, é o oitavo filme da lista. Em questões numerológicas, o oito é o número de sorte dos chineses, tanto que a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Verão em Pequim ocorreu em 8 de Agosto de 2008 (08/08/08). Voltando ao filme, a marca esportiva alemã Puma foi a responsável pelos uniformes das equipes de futebol. O goleiro usa o famoso macacão amarelo, que foi popularizado por Bruce Lee no filme Jogo da Morte (1978). Sem contar que o seu intérprete, Danny Chan, ficou conhecido mundialmente como o “sósia de Bruce Lee”. No mesmo ano de 2001, a seleção chinesa de futebol conquistou a classificação para a sua única Copa do Mundo, que ocorreu em 2002.

Verão de 92 (2015)
Direção: Kasper Barfoed

Filme biográfico dinamarquês, conta a história do título europeu conquistado pela Dinamarca, em 1992. Os dinamarqueses entraram nos anos 1990 na sombra da única Copa do Mundo que disputaram em 1986, no México. Nas eliminatórias para a Eurocopa, o treinador Richard Nielsen (Ulrich Thomsen) teve problemas de relacionamento com os irmãos Laudrup, o novato Brian (no longa, interpretado por Cyron Melville) e o experiente Michael (Niclas Vessel), que é remanescente do citado mundial de 1986. Isso prejudicou o desempenho da equipe, que perdeu para a antiga Iugoslávia a vaga para Eurocopa, cuja sede era a vizinha Suécia.

Porém, devido à Guerra Civil Iugoslava, o país foi suspenso de todas as competições. A Dinamarca herdou a sua vaga na Eurocopa, faltando apenas dez dias para o torneio começar. O treinador convocou a equipe junto do auxiliar Kaj (Henning Jensen), preferindo investir em caras novas como o goleiro Peter Schmeichel (Gustav Dyekjaer), deu uma nova chance para Brian, deixando Michael de fora. No meio da competição, o atacante Kim Vilfort (Mikkel Boe) voltou para a Dinamarca após saber que sua filha, Line Vilfort (Selma Neveu) não estava progredindo no tratamento contra a leucemia. Ele regressou ao torneio e marcou o segundo gol dinamarquês, na vitória de 2 x 0 sobre a Alemanha na final. Um mês depois do título, a leucemia tirou a vida de Line, aos 7 anos.

É o nono filme da lista, pois é ambientado na nona edição da Eurocopa. O filme pecou pelo excesso de imagens reais. Se fosse um documentário eu até entenderia, mas como se trata de um filme biográfico, é imperdoável, pois as imagens reais só deveriam ser mostradas no encerramento e nos créditos finais, o que o classifica mais como um híbrido de documentário e drama. Pensei que esse deslize só existisse em filme brasileiro… Quanto à seleção dinamarquesa, mesmo tendo conquistado a Euro 92, ela não obteve a classificação para a Copa de 1994, só voltando a elite do futebol mundial na edição seguinte, na Copa sediada na França, em 1998. O atual goleiro da Dinamarca é Kasper Schmeichel, filho do Peter Schmeichel.

Fuga Para a Vitória (1981)
Direção: John Huston

É ambientado na Segunda Guerra Mundial e retrata a vida de prisioneiros aliados, em um campo de concentração nazista. O major Karl von Steiner (Max von Sydow) que, no passado, jogou na seleção alemã de futebol, tem a ideia de promover um jogo amistoso entre seu país e uma equipe composta pelos prisioneiros, cujo treinador é o capitão inglês John Colby (Michael Caine). A partida é marcada para ocorrer em um estádio em Colombes, cidade próxima à capital francesa, Paris. O propósito desse jogo é propagar o nazismo, assim como tentaram fazer nas Olimpíadas de Berlim, em 1936.

Colby começa a selecionar os jogadores e um dos primeiros a entrar é o americano Robert Hatch (Sylvester Stallone), que não funciona jogando na linha, mas é aprovado para ser o goleiro da equipe. O inglês também fica impressionado com o trinitário Luis Fernandez (Pelé), que mostra ter habilidade com a bola. Um plano de fuga durante a partida é idealizado por Hatch, tendo como escape um buraco aberto no vestiário dos aliados e que leva aos esgotos de Paris. Porém, no meio da fuga, Fernandez convence o americano a retornar à partida, em nome da honra.

Simbolicamente, é o décimo da lista. Pois é o comentado filme hollywoodiano estrelado por Pelé, o rei do futebol e maior camisa 10 da história da mencionada modalidade. O próprio Pelé foi responsável por criar as jogadas e as coreografias de futebol apresentadas no filme. Além do maior nome do esporte brasileiro, outros ícones do futebol fizeram parte do time de aliados, como o inglês Bobby Moore (capitão do título mundial de 1966), o argentino Osvaldo Ardilles (campeão mundial em 1978) e o polonês Kazimierz Deyna, só para citar alguns. Fuga Para a Vitória é a refilmagem de um filme húngaro chamado Két Félidö a Pokolban (1961). Em entrevista recente, Sylvester Stallone revelou que quebrou um dedo da mão ao tentar defender um chute que Pelé deu em uma pesada bola dos anos 1940.

1983 – O Ano Azul (2009)
Direção: Augusto Mallman e Carlos Gerbase

É mais um documentário brasileiro. Gira em torno da primeira Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes conquistados pelo Grêmio. Isso fez o tricolor gaúcho dividir com o Flamengo de Zico (campeão dos mesmos torneios em 1981) a hegemonia do futebol brasileiro nos anos 1980. Isso numa época em que os clubes de nosso país não priorizavam essas competições. Em 1981, o Grêmio conquistou o seu primeiro título nacional de renome, o Campeonato Brasileiro. Nesse time, estiveram o zagueiro uruguaio Hugo De Leon e o lateral Paulo Roberto, que veio das categorias de base.

Mesmo perdendo o Brasileirão para o Flamengo em 1982, o Grêmio se reforçou para o ano seguinte. Pegou emprestado do mencionado Flamengo o atacante Tita, contratou o goleiro Mazzaropi (ex-Vasco) e o treinador Valdir Espinosa, que veio do Esportivo Bento Gonçalves. O mesmo Valdir pediu para o então presidente gremista, Fábio Koff, a contratação de um atacante do citado Esportivo, Renato Portaluppi, que, no Sudeste, é conhecido como Renato Gaúcho. Na batalha da Libertadores de 1983, o tricolor venceu a final por 2 x 1 contra o poderoso Peñarol do Uruguai, que era o detentor do título. Para o Mundial de Clubes, o Grêmio adiou a aposentadoria do tricampeão Paulo César Caju e pegou emprestado do rival, Inter, o atacante Mário Sérgio.

O adversário na decisão do Mundial foram os alemães do Hamburgo –  zebra na Europa, ao ganhar a Liga dos Campeões de 1983, vencendo, na final, a Juventus, que tinha a base da Itália tricampeã em 1982. A final ocorreu em 11 de dezembro de 1983, no Estádio Nacional de Tóquio, capital do Japão. Nela, o Grêmio bateu a empáfia alemã, vencendo o Hamburgo por 2 x 1, com dois gols de Renato Gaúcho. Na volta pra casa, uma grande festa ocorreu para receber os campeões mundiais na capital gaúcha, Porto Alegre. Passados 23 anos, o rival Internacional igualou o Grêmio, faturando o Mundial Interclubes de 2006, vencendo os espanhóis do Barcelona por 1 x 0. Foi no Grêmio que Renato Gaúcho se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão da Libertadores como jogador em 1983 e como treinador em 2017.

Windson Alves

2 comentários em “Onze Melhores Filmes Sobre Futebol”

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