Se eu tivesse acompanhado a corrida pelo Oscar, como costumava fazer até ano passado, o título do post sobre a cerimônia e os vencedores da premiação seria Tapa na Cara da Sociedade. Mas o Oscar já passou e a presente publicação não é sobre isso. Nem tenho a intenção de dedicar algumas palavras ao lamentável episódio que se desenrolou durante a recente edição do prêmio e cujas consequências continuam a impactar a vida dos envolvidos e até de não envolvidos, que sequer estiveram presentes naquela noite de 27 de março, no Teatro Dolby em Hollywood. O objetivo aqui é falar sobre o filme King Richard: Criando Campeãs. Até porque de piadas sem graça, já basta o Chris Rock 😉
O drama biográfico narra a persistência e tenacidade de Richard Williams (Will Smith), pai das estrelas do esporte – as tenistas Venus e Serena Williams (Saniyya Sidney e Demi Singleton, respectivamente) – na busca pelo reconhecimento do talento de suas filhas. Rigoroso nos treinos e na educação de sua prole (que ainda inclui outras três meninas), faz o possível para mantê-las longe das ruas, focadas no tênis, mas sem descuidar dos estudos, ao mesmo tempo em que enfrenta adversidades e obstáculos diários, incluindo preconceitos racial e de classe. Contudo, Richard não desanima e segue firme e forte no propósito de concretizar o plano de vida e carreira que traçou para suas filhas.
Soando, na maior parte do tempo, como um veículo para Will Smith brilhar (e para Academia reparar a ausência de uma estatueta do Oscar para o ator que concorreu primeiramente por Ali de Michael Mann, há exatos vinte anos), King Richard foi o drama motivacional e edificante da temporada ao lado de CODA – No Ritmo do Coração (o contestável vencedor de Melhor Filme na cerimônia de premiação deste ano).
Trata-se do típico filme de roteiro que segue uma estrutura bem linear e convencional e não apresenta grandes inovações estéticas, composto de planos e transições de cena bastante óbvios e previsíveis. É até uma surpresa negativa saber que o diretor de fotografia é Robert Elswit – colaborador habitual de Paul Thomas Anderson; responsável pela cinematografia magistral de Sangue Negro do próprio PTA e O Abutre de Dan Gilroy. Mas neste, ele se contenta com enquadramentos pouco inspirados. Na certa, para ficar condizente com o roteiro quadrado de Zach Baylin e a direção sem grandes momentos de Reinaldo Marcus Green.
O filme foi lançado originalmente na 48ª edição do Festival de Cinema de Telluride, em 2 de setembro de 2021 e nos cinemas e no serviço de streaming da HBO Max em 19 de novembro de 2021, nos Estados Unidos. No Brasil, encontra-se disponível na plataforma da HBO Max desde o dia 2 de dezembro do ano passado. Na 94ª cerimônia de estrega do Oscar, realizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e transmitida mundialmente em março deste ano, o filme disputou o prêmio em seis categorias: Melhor Filme, Roteiro Original, Montagem, Canção Original, Melhor Atriz Coadjuvante para Aunjanue Ellis (que interpreta a mãe de Venus e Serena, Oracene “Brandy” Price) e Melhor Ator, na qual Will Smith saiu vitorioso pelo seu trabalho como protagonista do longa.
Para quem quiser conferir, basta clicar aqui 😉
Andrizy Bento