Vencedores do Oscar 2021 – In Memoriam

Nomadland foi eleito o Melhor Filme no Oscar 2021

O Oscar em tempos de pandemia se absteve das tradicionais gags. Ainda bem, pois a criatividade tem passado longe dos roteiristas da premiação ano após ano, com piadinhas cada vez mais desgastadas, sem graça e sem criatividade. Mas, acima de tudo, essa foi uma decisão tomada por questão de respeito, afinal estamos em um momento crítico e sombrio. Por mais que a premiação tenha sido presencial, teve de respeitar as normas e orientações de distanciamento social estipuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS); não foi realizada no tradicional Dolby Theatre (embora, também tenha sido um espaço utilizado durante o evento), mas concentrou seus convidados na Union Station, estação de trem desativada localizada em Los Angeles, e ainda contou com outros palcos ao redor do mundo, como na França e em Londres. Desse modo, os diversos nomes que se revezaram para apresentar as categorias e anunciar os vencedores, se restringiram a fazer o serviço de modo breve e direto, sem embromações. O evento foi discreto e sem muita pompa ou glamour; dirigido pelo cineasta Steven Soderbergh que bem poderia concorrer ao Framboesa de Ouro de Pior Direção no ano que vem por esse Oscar que foi o flop dos flops.

Uma série de tomadas de decisões ruins, cerimônia apressada e atropelada (a despeito de suas mais de três horas de duração), com um ar de que foi realizada apenas para cumprir a tabela da temporada. Foi o que definiu a edição deste ano. Seria ressentimento da Academia por conta de tantos longas independentes e egressos de streaming concorrendo aos prêmios ou a melancolia decorrente do período que nos encontramos que fez a organização ser mais comedida (talvez pelo medo de parecer insensível ao realizar uma festa desse nível quando boa parte do mundo ainda está doente e outra se encontra em fase de recuperação)? Quem vai saber?

A realizadora Chloe Zhao foi a segunda mulher a faturar um Oscar de direção em 93 anos de premiação

Em suma, tratou-se de uma cerimônia sem grande emoção. O In Memoriam – momento típico da premiação em que se presta um tributo aos profissionais do cinema que faleceram ao longo do ano anterior – foi muito rápido, desprovido de sentimento e contando com uma trilha sonora equivocada. O próprio Oscar deveria ser incluso na lista, porque, com o perdão do trocadilho (por favor, não me cancelem!), este foi um evento morto.

Atípico, também, entregar o prêmio principal da noite, de Melhor Filme, antes de anunciarem os vencedores de Melhor Atriz e Ator. Outra das decisões estapafúrdias dos realizadores.

Yuh-Jung Youn entregou o melhor discurso da noite

Dentre os pontos positivos, podemos citar o ótimo discurso de Yuh-Jung Youn, vencedora do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por Minari, que aproveitou para gracejar com Brad Pitt após ele lhe entregar o prêmio, garantindo o melhor momento da noite; Meu Pai vencendo as categorias de Roteiro Adaptado e Melhor Ator para Anthony Hopkins (merecidíssimo); Daniel Kaluuya levando a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante por Judas e o Messias Negro; o belo e devastador Se Algo Acontecer… Te Amo sendo premiado como o Melhor Curta-Metragem de Animação; e Chloe Zhao arrematando o Oscar de Melhor Direção. Aliás, ela é simplesmente a segunda mulher a vencer a categoria de Direção em 93 anos de premiação.

Quanto às minhas apostas… Foi um dos meus piores anos palpitando. 17 acertos em 23 categorias, sendo três possibilidades certeiras. Um verdadeiro desastre tal qual a cerimônia. Abaixo, você confere os vencedores na ordem em que foram anunciados. Os asteriscos indicam os acertos com relação às minhas apostas.

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