Logo no início, uma informação surge na tela: “baseado em eventos reais”. Então, o filme de Shaka King utiliza como ponto de partida um registro real – uma entrevista concedida por William O’Neal, em 1989, como parte da série documental Eyes on the Prize II: America at the Racial Crossroads 1965–1985, sobre o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, veiculada originalmente na emissora de televisão americana PBS. A forma como Shaka King opta por abrir seu filme evidencia, desde esses primeiros momentos, o caminho convencional que a cinebiografia pretende seguir; sem grandes surpresas ou inovações no que tange à estrutura dramática, sendo um tradicional filme baseado em fatos, inclusive respeitando a cronologia dos acontecimentos e assumindo um caráter linear. Continuar lendo Judas e o Messias Negro