Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa

Meu maior receio com relação à Aves de Rapina era que o longa privilegiasse o conceito em detrimento da narrativa. Que estivesse alinhado às pautas feministas, introduzisse um punhado de personagens femininas idealistas e empoderadas, com frases de efeito lacradoras egressas de redes sociais, mas que em termos de enredo, apresentasse muito pouco. Outro problema vinha do fato de o longa ser um spin-off do inócuo Esquadrão Suicida. Mais um porém – embora se trate de uma opinião pessoal: a caracterização de Margot Robbie como Arlequina jamais me agradou. Nenhum problema com a atriz que é bastante competente (vide Eu, Tonya, filme que lhe garantiu uma indicação ao Oscar em 2018 e não foi à toa).

Mesmo com tantos poréns, e talvez devido às minhas parcas expectativas, Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa, dirigido pela realizadora sino-americana Cathy Yan, se mostrou não apenas uma grata surpresa, mas um dos melhores entretenimentos de 2020. Está certo que, como eu disse no post sobre os favoritos do ano passado, não houve muitas estreias e as poucas que vi, não me cativaram tanto quanto eu gostaria. De qualquer modo, dentre os lançamentos que pude conferir no ano que passou, esse é um dos mais divertidos, dinâmicos e, quem diria, despretensiosos. Continuar lendo Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa