Mamonas Assassinas (1995)

Data de lançamento: 23 de junho de 1995
Duração: 39:04
Faixas: 14 faixas
Estilo: Rock cômico

Lado A:
1406
Vira Vira
Pelados em Santos
Chopis Centis
Jumento Celestino
Sabão Crá Crá
Uma Arlinda Mulher

Lado B:
Cabeça de Bagre II
Mundo Animal
Robocop Gay
Bois Don’t Cry
Débil Metal
Sábado de Sol
Lá Vem o Alemão

Produção: Rick Bonadio
Gravadora: Emi Odeon

Em seu curto período de estrada, o grupo paulista Mamonas Assassinas tornou-se a principal referência musical no Brasil há 25 anos. Seu único disco celebra, este ano, suas bodas de prata. Não é justo lembrar-se do quinteto apenas na data de seu falecimento.
O Mamonas Assassinas começou a ser formado em 1989. Naquele ano, o baterista Sérgio Reoli trabalhava na Olivetti e lá conheceu o nipo-brasileiro Maurício Hinoto. O último viu Sérgio batucando com uma caneta e perguntou se ele era baterista. Ao ouvir a resposta afirmativa, Maurício revelou que tinha um irmão que tocava guitarra. A fim de realizar um teste com ele, Sérgio passou o endereço de sua casa em Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi como conheceu Alberto Hinoto, apelidado de Bento.

Apesar de reclamar da distância, Bento chegou ao ensaio e conheceu, também, o irmão de Sérgio, o baixista Samuel Reoli. Estava formada a banda Utopia, que vivia de fazer covers de bandas nacionais dos anos 1980 como Ultraje a Rigor, Titãs e Barão Vermelho (só para citar alguns). A única exceção estrangeira no repertório era o power-trio canadense Rush.

Em um dos shows na sua Guarulhos, o Utopia conheceu Dinho, que pediu para cantar com eles. A partir daí, o trio virou quarteto. Posteriormente, a banda aceitou o ingresso do tecladista Márcio Araújo e de Júlio Rasec, amigo de Dinho. Júlio era o percussionista e vocal de apoio da banda, além de consertar os fios e cabos de equipamentos. O lado compositor do grupo despertou e as canções da época possuíam uma temática mais séria. Em 1992, eles conheceram o produtor Rick Bonadio, que produziu o seu único disco de forma independente. Esse álbum do Utopia vendeu apenas 100 cópias. Márcio Araújo não pôde conciliar a música com o curso de engenharia civil na faculdade e então deixou o grupo. A partir daí, Júlio Rasec assumiu o teclado.

Com o passar dos anos, as composições irônicas e debochadas da banda começaram a nascer. O quinteto passou a investir nelas e percebeu que essas agradavam mais ao público do que as canções sérias do Utopia. Para marcar a mudança, eles alteraram o nome do grupo para Mamonas Assassinas, por sugestão de Samuel Reoli. Aliás, ele e o irmão Sérgio carregavam o sobrenome Reis de Oliveira na certidão de nascimento. Daí veio a ideia de eles juntarem seus sobrenomes, virando Reoli, para não haver confusão entre o nome do integrante Sérgio e o do cantor sertanejo Sérgio Reis. Samuel (12 de março de 1973) é paulistano da gema (termo usado para quem nasce na capital paulista), enquanto que o irmão Sérgio (30 de setembro de 1969) é de Guarulhos.

O Rasec é o inverso de César, segundo nome do tecladista Júlio. Ele nasceu em Guarulhos como Júlio César Barbosa em 4 de janeiro de 1968. Mesmo se chamando Alberto oficialmente, o guitarrista da banda gostou do nome Bento e resolveu adotá-lo como nome artístico junto de seu sobrenome Hinoto. Ele nasceu em Itaquaquecetuba, na grande São Paulo, no dia 7 de agosto de 1970. De origem japonesa, Bento Hinoto é um nikkei (denominação da língua japonesa para os descendentes nascidos fora do Japão), assim como a apresentadora Rosa Miyake e o ator Carlos Takeshi. Dinho era o único não paulista da banda. Ele nasceu em Irecê, na Bahia, em 5 de março de 1971 como Alecsander Alves Leite. Em 2019, o vocalista foi homenageado em sua cidade natal com uma estátua e uma praça com o seu nome.

Voltando à banda, o quinteto resolveu gravar uma fita demonstrativa (ou no termo popular: fita demo) no estúdio do produtor Rick Bonadio, em outubro de 1994. Em seguida, enviaram a fita para a Sony Music e para a EMI. A última tinha sede justamente na cidade natal da banda, Guarulhos. Ambas recusaram. Rafael Ramos, baterista da banda Baba Cósmica e filho de João Augusto, que na ocasião era o diretor artístico da EMI, pegou a fita e levou para escutar com seus colegas de banda, que adoraram. O trio pediu para João Augusto rever a decisão, caso contrário ele iria se arrepender, da mesma forma quando recusou o Raimundos, que ganhou ascensão nacional com o seu primeiro disco lançado em 1994.

Para ter certeza do potencial do Mamonas, João Augusto foi acompanhado de seu filho Rafael e do produtor Arnaldo Saccomani (então futuro jurado do programa Ídolos) para Guarulhos, assistir a um show do quinteto na boate Lua Nua, no dia 7 de abril de 1995. Nessa apresentação, o grupo começou a utilizar roupas espalhafatosas, pantufas, uniformes de presidiários e fantasias de super-heróis. Por falar nisso, o Mamonas Assassinas são os principais responsáveis pela popularização no Brasil da camiseta do Chapolin Colorado. Foi durante esse show que João Augusto se convenceu de que o quinteto deveria assinar com a EMI.

O disco foi todo concebido em maio de 1995. Os Mamonas fizeram questão de trabalhar com o produtor Rick Bonadio e, em algumas faixas, Dinho refere-se a Rick como Creuzeback, que é a corruptela de playback. A EMI queria, no mínimo, 10 canções para o disco, mas o quinteto só tinha três. A banda acabou compondo 12 canções, uma delas, Não Peide Aqui Baby, uma paródia de Twist and Shout do The Beatles, acabou não sendo incluída no disco. O álbum foi gravado no estúdio de Bonadio, em São Paulo. Já a mixagem foi realizada no estúdio The Enterprise, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Bonadio também acompanhou a banda nesse processo.

A ideia da capa surgiu do próprio grupo. Ela mostra um desenho em que os músicos se penduravam em uma mulher nua, expondo os seus grandes seios (corroborando o trocadilho com o nome da banda, pois a palavra mamona está associada aos peitos femininos), inspirada na modelo Mari Alexandre, um dos maiores símbolos sexuais do Brasil durante a década de 1990. A mulher nua desenhada usa um cordão, cujo pingente carrega a logotipo da banda, que é a inversão do logo da marca de carro alemã Volkswagen.

Agora vamos falar das canções do disco. Você viu acima Lado A e Lado B, por que o disco dos Mamonas foi lançado em LP. Porém eu vou relatar as faixas usando a linguagem do CD, pois o quinteto vivenciou a sua era na indústria fonográfica brasileira. O disco abre com 1406 (quatorze zero meia), que juntando com o 011, se torna a linha do telefone de compras do famoso canal de televendas do Grupo Imagem do inicio dos anos 1990. Suas propagandas eram veiculadas no SBT e na extinta TV Manchete. A faixa cita vários produtos do Grupo Imagem. Dinho canta o refrão imitando o músico brega Falcão e Rick Bonadio é o responsável pelos scratches. A música abre com uma introdução de baixo de Samuel Reoli.

A segunda faixa é Vira Vira, que se tornou o primeiro grande sucesso da banda. Sua letra foi inspirada na piada do português na suruba, gravada pelo humorista Costinha no disco O Peru da Festa Vol. 2 (1982). Não se sabe ao certo se Costinha tomou conhecimento da faixa, pois ele faleceu em 15 de setembro de 1995. A parte rítmica foi inspirada no Vira, gênero musical português, além da canção Arrebita do cantor Roberto Leal. Vira Vira foi a primeira música do grupo a ganhar um videoclipe.

A terceira faixa é Pelados em Santos, que se tornou o hino dos Mamonas Assassinas. O som de trompete ficou a cargo de um conhecido dos integrantes do grupo, chamado Paquito. A letra eternizou na cultura popular a Brasília Amarela, fabricada pela Volkswagen. O mesmo carro apareceu no videoclipe, que foi o segundo estrelado pela banda e mostrou-se mais arrojado que o da canção Vira Vira. A quarta faixa é Chopis Centis, sobre amigos se divertindo no Shopping Center, estabelecimento que se popularizou no Brasil nos anos 1990. É mais uma faixa em que Dinho imita o Falcão e a sua base foi inspirada em Should I Stay or Should I Go do The Clash (presente no disco Combat Rock).

A quinta faixa é Jumento Celestino, na qual a banda brinca com o forrocore do Raimundos. Rick Bonadio tocou o triângulo, enquanto que o acordeom foi executado por César do Acordeom. Ela é uma homenagem da banda ao então vereador Geraldo Celestino, de quem Dinho foi cabo eleitoral. Geraldo ajudava a banda desde os tempos do Utopia, cedendo uma casa para o quinteto ensaiar. A faixa começa com o grupo cantando o refrão de Rock do Jegue (De Quem É Esse Jegue?) do cantor Genival Lacerda. A sexta faixa, Sabão Crá-Crá, dura 42 segundos e é uma das duas canções que não são de autoria do Mamonas. Ela vem do folclore urbano e como eles não encontraram o autor oficial, creditaram como “autor desconhecido”.

A sétima faixa é Uma Arlinda Mulher, cujo título é um trocadilho com o filme Uma Linda Mulher protagonizado por Julia Roberts, em 1990. Sua base musical faz forte alusão às canções Fake Plastic Trees e Creep, ambas do grupo inglês Radiohead. Dinho volta a imitar o cantor Falcão e divide os vocais com o tecladista Júlio Rasec, que imita o estilo vocal do cantor Belchior. A oitava faixa Cabeça de Bagre II é uma letra autobiográfica de Dinho, que relata a sua experiência na quinta série. O título é uma brincadeira com a faixa Cabeça Dinossauro do Titãs. Na parte rítmica, Bento faz solo com a icônica risadinha do Pica-Pau e O Passo do Elefantinho de Henry Mancini.

A nona faixa, Mundo Animal, relata histórias escatológicas sobre os animais. É a ultima canção que Dinho interpreta imitando Falcão. Na parte final dela nota-se a referência à canção Toda Forma de Amor do Lulu Santos. A décima faixa é Robocop Gay, que se tornou o terceiro maior sucesso da banda, embora não tenha ganhado videoclipe. O título é uma alusão ao personagem Capitão Gay, vivido pelo humorista Jô Soares no programa Viva o Gordo, além do personagem Robocop, intepretado por Peter Weller no cinema; ambos figuras icônicas dos anos 1980. Nos shows, o solo de guitarra de Bento Hinoto era substituído pelo Melô do Piri Piri da cantora Gretchen.

A décima-primeira faixa é Bois Don’t Cry, cujo título faz um trocadilho com Boys Don’t Cry do The Cure. Sua letra fala da dor que os homens sentem por terem sido traídos, ou no dito popular “dor de corno”. A canção abre com o trompete tocado por Paquito. No primeiro minuto da parte rítmica e da letra, há uma referência ao cantor Waldick Soriano. Depois, vem a parte roqueira com referências a The Mirror do Dream Theater e Tom Sawyer do Rush (leia o artigo do álbum Moving Pictures). A décima-segunda faixa é Debil Metal, na qual a banda brinca com o thrash metal do grupo mineiro Sepultura, com direito a Dinho imitando a voz gutural de Max Cavalera. É a única canção da banda interpretada em inglês.

A penúltima faixa é Sábado de Sol, outra composição não pertencente ao quinteto. Ela é de autoria dos meninos do Baba Cósmica. O Mamonas gravou uma versão acústica da música e queria mostrar gratidão a eles por terem assinado com a EMI. O próprio Baba Cósmica gravou Sábado de Sol em seu primeiro disco, Gororoba (1996), que obteve um relativo sucesso. A última faixa é Lá Vem o Alemão, em que a banda satiriza o pagode romântico, que estava em alta no mercado fonográfico brasileiro na época. Dinho canta imitando os vocalistas Luis Carlos (Raça Negra) e Netinho de Paula (Negritude Junior). A parte rítmica conta com a percussão de Fabinho (Negritude Junior) e o cavaquinho de Leandro Lehart (Art Popular).

O disco do Mamonas Assassinas é o que mais vendeu na história do rock brasileiro – cerca de 3 milhões de cópias, recebendo o certificado de diamante triplo. O número de vendas também fez dele o disco de estréia mais vendido da história da indústria fonográfica do país. Outros recordes foram o de álbum mais vendido em um dia (25.000 cópias em 12 horas, 50.000 cópias por dia, 100.000 cópias a cada dois dias e 350.000 cópias em uma semana). Em 100 dias, o disco alcançou a impressionante marca de 1 milhão de cópias vendidas e até o natal de 1995 chegou a 2 milhões.

A alta venda do disco acabou contribuindo para o aumento no número de shows pelo Brasil inteiro. Foram 190 apresentações em 180 dias. Os Mamonas só não se apresentaram nos estados do Acre, Roraima e Tocantins. A banda chegou a realizar três shows, em três cidades diferentes em um dia. Para se locomoverem, utilizaram um learjet (taxi aéreo) para poder ir de um estado a outro. A agenda de shows era tão grande, que outros artistas se recusavam a marcar apresentações na mesma cidade e no mesmo dia. Esses mesmos concorrentes apelidaram os Mamonas de “rolo compressor”.

Eles estavam felizes com tudo isso? Não, por que ainda faltava uma peça para o seu quebra-cabeça. Tratava-se de uma apresentação na principal arena esportiva da sua Guarulhos, o Ginásio Pascoal Thomeu, o popular Thomeuzão, marcado para o dia 6 de janeiro de 1996. Três anos antes, o quinteto queria se apresentar no local como Utopia, para fazer o show de abertura do cantor Guilherme Arantes. Mas o dono do Thomeuzão fechou o portão na cara deles. Já como Mamonas, os portões do ginásio lhes foram abertos. Para completar a vingança pessoal, o quinteto subiu no palco para cantar as canções do Utopia, usando roupas civis. Só depois que eles se apresentaram como Mamonas. No meio do show, em um momento raro, Dinho realizou um desabafo, que ficou conhecido como “o impossível não existe”.

Outro fato inacreditável foi que os Mamonas conquistaram o público infantil do Brasil, mesmo com canções de temas escatológicos e cheias de palavrões. A presença de crianças se tornou constante nos shows deles, mesmo sendo alvo de polêmica e até de proibições judiciais. Não faltaram canções do Mamonas Assassinas nos bailes de carnaval em 1996, sobretudo Vira Vira, Pelados em Santos e Robocop Gay.

Ainda em fevereiro, a banda ficou sabendo que iria se apresentar em Portugal. Mas antes, teria que cumprir tabela no Brasil, com o último show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 2 de março de 1996. Após fazerem a última refeição no estádio, a banda decidiu voltar para casa no mesmo dia e, às 21h58, embarcaram no seu learjet modelo 25D prefixo PT-LSD, pilotado por Jorge Luis Martins (30 anos) e pelo co-piloto Alberto Yoshiumi (24 anos). Porém, às 23h16, o avião bateu na Serra da Cantareira, em São Paulo. Além da banda, do piloto e do co-piloto, morreram também o segurança Sérgio Sartunino e o roadie Isaac Souto.

A morte dos Mamonas só foi noticiada durante a madrugada do dia 3 de março. Nessa data, várias coincidências foram associadas à tragédia com a banda. Como por exemplo, a morte do piloto de Fórmula 1, José Carlos Pace, que ocorreu nas mesmas circunstâncias e na mesma Serra da Cantareira, em 1977. Não fazia nem dois anos que o piloto Ayrton Senna havia falecido e a comparação da mídia também foi inevitável. Ainda foi lembrada a tragédia aérea em 3 de fevereiro de 1959, que tirou a vida de três ícones da musica americana: Big Bopper, Buddy Holly e Richie Valens. Esse fato foi denominado “o dia em que a música morreu”, através da canção American Pie, gravada pelo cantor Don McLean, em 1971. Por conta disso, eu particularmente chamo a tragédia ocorrida com os Mamonas de “o dia em que a MPB morreu”.

O velório dos cinco integrantes, do segurança e do roadie foi realizado no Ginásio Paschoal Thomeu. Os caixões estavam fechados, devido ao estado de mutilação dos corpos. No dia 4 de março, ocorreu o sepultamento dos Mamonas Assassinas no Cemitério Parque Primavera, em Guarulhos. O povo de Guarulhos sacudia folhas de mamonas durante o cortejo, feito pelos caminhões dos bombeiros, do Thomeuzão até o cemitério. Por incrível que pareça, o sepultamento do quinteto foi transmitido ao vivo pelas quatro principais emissoras de TV do Brasil na época: Globo, Manchete, Bandeirantes e SBT.

Enquanto estavam vivos, os integrantes do Mamonas Assassinas nunca cederam suas imagens para propagandas de multinacionais, e nem mesmo para produtos próprios. A única exceção foi para as Lojas Americanas, a fim de divulgar o seu CD. Somente depois da tragédia é que a marca Mamonas Assassinas licenciou inúmeros produtos, como por exemplo, uma meleca de plástico, chiclete e álbum de figurinhas. Também foi lançado o livro Mamonas Assassinas: Blá, Blá, Blá – A Biografia Autorizada, que foi escrita pelo jornalista Eduardo Bueno. Em um momento raro, a MTV Brasil lançou no mercado a fita de vídeo do programa MTV na Estrada da banda.

Foram muitos os artistas brasileiros que homenagearam os Mamonas Assassinas, mas só vou citar três. No seu segundo disco, O Padroeiro do Ceará (1997), o cantor cearense Tiririca gravou a canção Ai Como Dói em homenagem ao quinteto. O rapper carioca Gabriel O Pensador citou os Mamonas na faixa Festa da Música, presente em seu terceiro disco Quebra Cabeça (1997). A citação era assim: “E foi aí que a Marina (Lima) ouviu uma buzina e todos foram pra janela na maior adrenalina/Uma Brasília amarela dobrava a esquina/Adivinha quem era?”. Essa parte deixa o mistério no ar, mas para quem ouviu, entendeu a menção ao quinteto de Guarulhos. Somente na versão gravada no DVD e no disco MTV Ao Vivo (2003) que Gabriel O Pensador falou Mamonas Assassinas após o trecho citado acima. O Titãs homenageou o grupo em dose dupla. Primeiro dedicou ao quinteto o seu Acústico MTV (1997) e depois regravou Pelados em Santos no disco de covers As Dez Mais (1999).

Voltando aos Mamonas, ocorreram lançamentos póstumos na indústria fonográfica. Como por exemplo, o CD-ROM (somente para uso em computador), que chegou ao mercado em julho de 1996 e contém vídeos, falas e fotos dos integrantes. Outro registro foi A Fórmula do Fenômeno (1997), que relançou em CD as canções do único disco do Utopia, além de faixas que estariam no segundo disco. O CD também possui a faixa Minha Pitchulinha, primeira versão de Pelados em Santos.

Ainda houve o lançamento de Atenção Creuzebek: a Baixaria Continua! (1998), que traz versões ao vivo das canções do único disco da banda, além de inéditas como Joelho e Onon Onon. O álbum trouxe também Desnudos en Cancun, versão em espanhol de Pelados em Santos. Em 2002, chegou ao mercado o CD e DVD de um show que o quinteto fez em 1996, na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo.

Em novembro de 1999, a extinta revista Showbizz listou os 100 melhores discos dos anos 1990. Na bloco dos 20 melhores nacionais, o álbum do Mamonas Assassinas apareceu na 19ª colocação, vencendo O Descobrimento do Brasil (1993), sexto disco do grupo Legião Urbana. A publicação deixou em aberto para os leitores elegerem por carta (ou e-mail) os seus preferidos. Na edição de janeiro de 2000, o Top 10 nacionais do leitor foi postado na sessão de cartas. O mencionado álbum O Descobrimento do Brasil ganhou o primeiro lugar e o disco do Mamonas Assassinas ficou de fora.

Desde a morte dos Mamonas Assassinas, vem sendo especulada a produção de um filme ou seriado contando a história da banda. Em 2008, a trajetória do quinteto foi reconstituída no programa mensal Por Toda a Minha Vida da Rede Globo. Em 2011, foi lançado o documentário Mamonas Para Sempre, dirigido por Cláudio Kahns e produzido pela Record Entretenimento. A mesma tenta há muito produzir uma série contando a história da banda. Em 2016, os Mamonas Assassinas virou musical no teatro, com texto de Walter Daguerre e direção de José Possi Neto. Ainda em 2016, a tragédia aérea com o quinteto foi relembrada, quando ocorreu o acidente com o time da Chapecoense.

Windson Alves

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