Feliz #BatmanDay! E vamos de trilha sonora:
O primeiro trailer de The Batman, dirigido por Matt Reeves e estrelado por Robert Pattinson, foi exibido no evento virtual DC Fandome e surpreendeu por inúmeros motivos.
Surpreendeu os desacreditados que não estavam botando fé no projeto; surpreendeu os fãs que estavam ansiosos pela prévia, mas não contavam que ela seria ainda melhor do que se imaginava; e surpreendeu pela escolha inesperada da trilha sonora: Something in the Way, faixa presente no clássico álbum do Nirvana, Nevermind de 1991, embala o sombrio e impactante teaser do filme.
Perfeito!
Mas quando falamos em Batman e trilha sonora, qual é a primeira música que lhe vem à mente?
A tão infame quanto clássica canção era tema da série de 1966 estrelada pelo Cavaleiro das Trevas em sua versão mais satírica e fora de forma. Composta por Neal Hefti, a faixa combinava surf music com a partitura de filmes de espionagem e é difícil ouvi-la e não se recordar dos POW! SOC! PAF! e demais onomatopeias que invadiam a tela da TV, em balões extraídos diretamente dos quadrinhos, durante as cenas de luta embaladas pelo tema musical.
Danny Elfman bem que tentou, compondo uma trilha sonora poderosa para o filme Batman de 1989, dirigido por Tim Burton. Mas embora seja um score notável e de respeito, não é tão memorável quanto o NA NA NA NA NA BATMAN!. De qualquer modo, a trilha incidental composta por Elfman serviu de base para a música tema de Batman: The Animated Series de 1992, um dos melhores desenhos animados estrelados pelo personagem em todos os tempos, e chegou a ser executada em alguns dos episódios da citada série. Trata-se de um trabalho realmente fenomenal:
O score de Batman Begins, de 2005, dirigido por Christopher Nolan – um dos melhores filmes do Morcego – ficou a cargo de outro grande nome do ramo: Hans Zimmer, responsável pelas trilhas de filmes como Gladiador, O Rei Leão, Thelma & Louise e quase uma centena de outros filmes. Para Batman Begins, o compositor, juntamente de James Newton Howard e outros colaboradores como Ramin Djawadi, Lorne Balfe e Mel Wesson, investiu em uma partitura impactante que era um amalgama de orquestra com música eletrônica, na tentativa de evitar compor algo similar ao que ele já havia produzido anteriormente, resultando em uma música densa, melancólica e aflitiva na medida certa.
No geral, seu trabalho foi bastante elogiado pela crítica, o que levou Zimmer a ser chamado novamente para compor as trilhas dos demais filmes que integram a trilogia Batman de Nolan: Batman: O Cavaleiro das Trevas de 2008 e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge de 2012.
E não parou por aí; o compositor também é responsável pela trilha incidental do controverso Batman Vs Superman: A Origem da Justiça, de 2016, do diretor Zack Snyder. Sobre esta… Bem, as trilhas de Zimmer já conheceram dias melhores. De qualquer forma, o tema composto para Batman traz um leve sabor de nostalgia por nos fazer recordar brevemente da mais famosa série animada do herói, já comentada alguns parágrafos atrás.
Saindo dos scores e voltando às trilhas mais pop dos filmes do Morcego, vale a pena destacar Face to Face, da banda britânica Siouxsie and the Banshees, que integrou a soundtrack da sequência Batman Returns de 1992, também dirigido por Tim Burton. Aliás, foi o próprio cineasta que pediu à banda para que compusesse aquela que seria a principal música do filme. Portanto, indiretamente, a trilha faz inúmeras referências aos personagens do longa.
Outra que fez bastante sucesso foi a sugestiva Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me dos irlandeses do U2, presente na trilha de Batman Eternamente de 1995, do diretor Joel Schumacher. O clipe da canção intercala trechos em animação com cenas do filme. A música foi indicada ao Globo de Ouro de mehor canção original, ocasião em que perdeu para Colors of the Wind do filme Pocahontas; e ainda recebeu duas nomeações ao Grammy.
Por último, mas não menos importante, está a balada Kiss From a Rose, que também integra a soundtrack de Batman Eternamente. Composta por Seal, em 1987, a canção demorou alguns anos para ser lançada. A princípio o cantor e compositor, sentiu-se constrangido pela música e a engavetou. A faixa só foi lançada mesmo em julho de 1994 e relançada em 1995, ao ser incluída na trilha sonora de Batman Eternamente.
Apesar de ser encarada por muitos como uma música romântica, a letra parece narrar um relacionamento tortuoso e nada saudável, que alude à codependência emocional. Mas há outras interpretações para a misteriosa canção – há ouvintes que percebem a letra sob a ótica do vício em drogas, como se fosse um relato revestido de floreios sobre a dependência química. Seal nunca revelou a explicação por trás de uma de suas canções mais famosas, apenas disse que ela foi inspirada por algum tipo de relacionamento. E, embora tenha voltado atrás na decisão de engavetar a música, o intérprete continua não sendo o maior fã de sua composição.
Sobre o significado, ele ainda comentou: “A canção é sempre maior na mente do ouvinte porque, com ela, eles atrelam imagens que são relativas à sua própria experiência pessoal. Portanto, é a sua percepção do que estou dizendo e não o que eu realmente estou dizendo que é a chave”. Parafraseando Stanley Kubrick: todos são livres para especularem à vontade a respeito dos significados da obra.
O Seal pode não gostar, mas é uma das minhas músicas favoritas, exatamente por saber escapar com inteligência de atributos que poderiam torná-la cafona. A canção embala os créditos finais do longa de Joel Schumacher.
Ah, e já falamos sobre The End Is the Beginning Is the End dos Smashing Pumpkins, que fez parte da trilha sonora Batman & Robin, de 1997, também dirigido po Joel Schumacher, aqui.
Andrizy Bento
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