Data de lançamento: 13 de maio de 1985
Duração: 39:54 (LP) e 54:40 (CD)
Faixas: 9 faixas
Estilo: Rock
Lado A:
So Far Away (3:59 no LP e 5:12 no CD)
Money For Nothing (7:04 no LP e 8:26 no CD)
Walk of Life (4:12 no LP e no CD)
Your Latest Trick (4:46 no LP e 6:33 no CD)
Why Worry (5:22 no LP e 8:31 no CD)
Lado B:
Rise Across The River (6:58 no LP e no CD)
The Man’s Two Strong (4:40 no LP e no CD)
One World (3:40 no LP e no CD)
Brothers in Arms (7:00 no LP e no CD)
Produção: Neil Dorfsman e Mark Knopfler
Gravadora: Vertigo Records
Esse álbum é praticamente o greatest hits do grupo inglês Dire Straits, assim como o Nós Vamos Invadir Sua Praia do Ultraje a Rigor. Por coincidência os dois discos foram lançados no mesmo ano. Com o Brothers in Arms, o Dire Straits mostrou para o mundo que não era apenas a banda de Sultans of Swing, êxito de seu primeiro disco lançado em 1978. Voltando ao álbum relatado aqui, ter um exemplar dele em casa era meio que uma obrigação nos anos 1980 e alguém nessa década, certamente, vivenciou essa situação: ir na casa de alguém e esse alguém ter o exemplar de Brothers in Arms na estante da sala. Isso aconteceu comigo.
Brothers in Arms é o quinto álbum de estúdio na discografia do Dire Straits e um marco na indústria fonográfica mundial. É tido como o primeiro no processo de gravação, mixagem e masterização totalmente digitais. O disco foi concebido no estúdio AIR, na Ilha de Montserrat, Caribe entre outubro de 1984 e fevereiro de 1985. A formação do grupo, na época, contava com o seu principal letrista, Mark Knopfler (voz e guitarra), além de John Illsley (baixo), Alan Clark (teclados), Terry Williams (bateria) e Jack Sonni (guitarra). Brothers in Arms chegou ao mercado fazendo história, pois além do LP, foi um dos primeiros trabalhos a serem lançados também em CD, o que era uma novidade na época. Por conta disso, as faixas possuem tempos distintos.
Assim como nos discos anteriores, o Dire Straits bebia da fonte do country e em Brothers in Arms não foi diferente. Os destaques sempre ficaram por conta da guitarra de Mark Knopfler, que nunca precisou de paleta para tocá-la. Seu estilo inspirou o personagem Eugene Martone, vivido por Ralph Macchio no filme A Encruzilhada (1986). Em Brothers…, a guitarra de Mark Knopfler teve que dividir as atenções nas faixas com os teclados, que constituíam o carro-chefe na música da década de 1980.
O álbum abre com So Far Away, primeira canção que eu escutei deles. Um dos maiores êxitos do disco e ganhou videoclipe. A faixa seguinte é a clássica Money For Nothing, uma ode à MTV, canal que se tornou o maior meio de comunicação nos Estados Unidos dentro da esfera da música, dando início à era do videoclipe. É a única canção do disco que Mark Knofler não compôs sozinho. Ele divide os créditos da faixa com Sting (ex-The Police), que é quem canta o refrão. O videoclipe da canção foi um dos primeiros a utilizar recursos de computação gráfica, apresentando como personagens animados um cachorro e dois operários – sendo um deles mais esguio e o outro semelhante ao Brutus de Popeye. No melhor estilo Inception, há videoclipes dentro do videoclipe: Money For Nothing conta com trechos do clipe da canção Állj Vagy Lövök (Baby Baby), de uma banda húngara chamada Elsö Emelet (rebatizada posteriormente de First Floor); e o segundo é um clipe fictício de uma banda igualmente fictícia, que mostra uma garota supostamente chamada Sally e que dá título a tal canção interpretada pelo grupo ficcional, Ian Pearson Band.
A terceira faixa do álbum em destaque é Walk of Life. Assim como as duas anteriores, também se tornou um grande sucesso, e ganhou um videoclipe mostrando cenas hilárias em esportes tipicamente americanos (beisebol, basquete e futebol americano). A quarta faixa é a balada Your Latest Trick, que possui a memorável introdução de saxofone executada por Michael Becker. É outra das músicas que aumentou a venda de Brothers in Arms. Sua intro até hoje é copiada por vários saxofonistas do mundo inteiro. No LP, Your Latest Trick começa com a mencionada introdução de saxofone. Já na versão em CD, antes da introdução, Michael Becker tira outros acordes do seu instrumento de sopro, antes de a introdução entrar em cena. A faixa que encerra o Lado A é a Why Worry, que ganhou prestígio no Brasil por ter feito parte da trilha sonora da novela Roda de Fogo (1986), exibida no antigo horário das oito da TV Globo.
O Lado B abre com Ride Across The River. A faixa também ficou muito conhecida no Brasil, pois fez parte da trilha sonora de outra novela: Mania de Querer (1986) da extinta TV Manchete. A banda não investiu muito nas faixas seguintes, The Man’s Two Strong e One World, mas elas ganharam atenção de quem escutava o disco completo.
A canção-título encarrega-se de encerrar o álbum. Sua letra é uma homenagem aos soldados que morreram durante a Guerra das Malvinas, onde tropas inglesas e argentinas se enfrentaram entre abril e junho de 1982. Esse conflito foi declarado pela Argentina, que visava retomar a posse das Ilhas Falklands e rebatizá-la de Ilhas Malvinas. Porém, os argentinos foram derrotados, ocasionando o fim da ditadura militar no país. O videoclipe da canção teve como base efeitos com desenhos de carvão.
A turnê do álbum foi um grande êxito, tendo início em 25 de abril de 1985, em Split, Croácia que, na época, pertencia à antiga Iugoslávia. Depois a banda tocou em Israel. A chamada Brothers in Arms Tour também rendeu a participação da banda no festival beneficente Live Aid, realizado em 13 de julho de 1985. O Dire Straits tocou na parte inglesa do evento, no antigo Estádio de Wembley, em Londres. Foi esse festival que fez com que a data de 13 de julho fosse proclamada pela ONU como o “dia mundial do rock”. A turnê de Brothers in Arms se encerrou em abril de 1986, em Sydney, na Austrália.

Muita gente se perguntou o que seria do Dire Straits depois de Brothers in Arms. Com o passar dos anos, o disco ainda estava vivo na cabeça do mundo. Nesse embalo, a banda lançou a sua primeira coletânea, o Money For Nothing (1988), que também chegou ao mercado em formato home video, contendo os videoclipes de suas canções. O Dire Straits demorou seis anos para lançar um disco de inéditas, que no caso foi o On Every Street (1991). Em 1995, a banda anunciou o fim de suas atividades. O vocalista, Mark Knopfler, se lançou em carreira solo, além de ser enaltecido como um dos maiores guitarristas do mundo.
Windson Alves