Em 1986 ainda vivíamos em era de Guerra Fria. Já mais enfraquecida, é verdade. Porém, os dois grandes inimigos desse período ainda brigavam por protagonismo: Estados Unidos e União Soviética. O que me leva a pensar que vivemos mesmo em uma eterna dicotomia…
Uma das características do mundo, naquela época, e que causaria estranheza aos jovens de hoje, é o fato de que o que importava era manter a informação restrita. Quem mantivesse o segredo, portanto, era o vencedor. Talvez esse detalhe seja uma das justificativas para o encantamento que Chernobyl, minissérie da HBO, gerou.
A série relata como sucedeu o maior acidente radioativo da história. A tragédia ocorreu na Central Nuclear Vladimir Lenin, conhecida como Usina Nuclear de Chernobyl. Vimos, na trama, um exemplo de prepotência e arrogância daqueles que a comandaram e as consequências desse pedantismo, uma vez que o problema todo se dá porque o chefe era incapaz de ouvir um subordinado, dada a importância e autoridade que atribuía a si mesmo. Então o pior acontece. O acidente atinge proporções inimagináveis e os soviéticos tornam-se vítimas dessas fraquezas e da incompetência com que foi conduzida a situação, chegando a um nível tão extraordinário que os responsáveis são levados, pelo mundo, a assumir o acidente. E as entranhas da nação são, assim, expostas, o que leva à queda da União Soviética e, consequentemente, ao fim da Guerra Fria. Para os Estados Unidos, aqueles que representavam seus mais temíveis inimigos deixaram de existir.
Chernobyl é recheada de excelentes atuações, nos leva à reflexão e até mesmo é capaz de causar um súbito pânico nos espectadores ao fazê-los testemunhar como estivemos realmente muito próximos de uma hecatombe nuclear e, pasmem, esta não seria causada por uma guerra, mas por um botão que não deveria ter sido pressionado.
A minissérie, que conta com cinco episódios, estreou em 6 de maio deste ano e teve seu derradeiro capítulo veiculado no dia 3 de junho. Recomendamos.
Gaby Matos
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