E se a Fênix não tivesse morrido?
Essa pergunta era a chamada de capa da HQ Superaventuras Marvel, edição #37, publicada em julho de 1985 no Brasil.
Aproveitando que, neste mês, o longa que encerra a jornada dos X-Men na 20th Century Fox, centrado em umas das mais emblemáticas passagens dos heróis mutantes nos quadrinhos – o famoso arco A Saga da Fênix Negra – estreou nos cinemas de todo o país, o assunto da vez é uma aventura publicada na edição #27 de What If, lançada em julho de 1981. A HQ trazia histórias situadas em universos alternativos da Marvel, sendo apresentadas ao Brasil por meio da publicação intitulada Superaventuras Marvel. Velha conhecida do público que consumia quadrinhos pelos idos da década de 1980, a SM era um verdadeiro compilado de pérolas. Assim, quem curtia os heróis de Stan Lee, tinha de se contentar com o título que vinha com histórias clássicas mutiladas e que também foi a responsável por introduzir ao público heróis que não contavam com HQ própria em nosso país.
O enredo da história, escrita por Mary Jo Duffy e desenhada por Jerry Bingham, se concentrava em como seria o destino de Fênix (entidade cósmica de ilimitado poder, que se apossou da mutante telepata Jean Grey) caso ela não tivesse se suicidado na lua após a derrota dos X-Men contra a Guarda Imperial de Shi’ar.
Como era de se esperar, seu destino teria sido catastrófico. A própria Jean Grey/Fênix previu isso e havia comentado e mostrado para seu namorado, Scott Summers/Ciclope, antes da batalha para a qual os heróis mutantes foram desafiados. Nessa história, os cientistas de Shi’ar resolvem ajudar a personagem, realizando uma operação cerebral na qual instalam barreiras mentais, de modo que Jean não consiga mais acessar seus poderes e, assim, viver como uma humana normal. Porém, o que ninguém esperava é que um novo perigo estava próximo. Trata-se de Galactus, devorador de mundos, com seu arauto Terrax, que ameaça destruir um planeta que está sob os cuidados da guarda imperial de Shi’ar. Cabe à Imperatriz Lilandra solicitar o auxílio dos X-Men.
Após Terrax derrubar Ciclope em um confronto, já tendo derrotado outros mutantes antes dele, os poderes de Jean retornam com força total e a Fênix ressurge. Ela consegue vencer Terrax e impedir a destruição planejada por Galactus. Mais tarde, de modo a impedir que ela mesma se converta em uma ameaça, Jean passa a devorar planetas desabitados, asteroides e estrelas. Professor Xavier e os X-Men tomam conhecimento do fato e, em uma violenta luta, a Fênix extermina os integrantes da equipe, um a um, começando por Kitty Pryde. O último X-Man assassinado por ela é Ciclope. Depois disso, a vilã destrói seu próprio planeta por inteiro. Após a dizimação da Terra, ela reduz todo o universo a nada e, assim, concluímos que seu suicídio na lua, ocorrido na história original, foi imperativo para a sobrevivência do universo com um todo. Se a Fênix não fosse destruída, ela representaria uma ameaça colossal que acabaria com tudo, literalmente.
A edição, como de costume, trouxe aventuras de outros personagens do universo Marvel, como Luke Cage (publicada em Luke Cage, Hero For Hire #15 de 1973), Doutor Estranho (publicada em Doctor Strange #56 de 1982) e também Eternos ao lado dos Ajak e Super Agentes da S.H.I.E.L.D (publicada em The Eternals #7 de 1977)
Agradecimento especial: À minha irmã e editora deste site, Andrizy Bento, que sempre me informou de tudo a respeito das histórias dos heróis mutantes dos X-Men e também ao jornalista Emílio Pacheco, que foi quem me passou algumas informações sobre essa edição.
Fonte: Guia dos Quadrinhos
Adryz Herven