Entre os dias 5 e 13 de junho, será realizada a oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba que acontece anualmente, todo mês de junho. O evento, que teve início em 2012, celebra e promove a produção mundial de cinema independente, trazendo para a capital paranaense, por meio da seleção oficial de filmes, obras cinematográficas de caráter experimental e inventivas tanto no tocante à estética quanto à temática; destacando desde títulos com uma abordagem mais intimista até produções de teor político. Na edição anterior do festival, realizada no ano passado, mais de 18 mil pessoas tiveram acesso à cerca de 150 filmes.
Abaixo, você confere as obras que integram a Seleção Oficial e as que serão exibidas em outras mostras do Festival:
- Seleção Oficial
Na mostra Competitiva deste ano, como já é tradicional, há alguns representantes com passagem de destaque por alguns dos principais festivais de cinema do mundo, como Veneza e Sundance, incluindo-se aí os vencedores das competições principais de San Sebastian e de Roterdã. São filmes que passeiam pelas linguagens da ficção ao documentário, e que traçam um painel das principais questões que atravessam o mundo e, em especial, o cinema atual. Vale notar que os três filmes que representam o Brasil na competição, um deles em estreia mundial e os outros dois em estreia nacional, são filmes realizados por cineastas mulheres: Casa, Chão e Diz a Ela Que Me Viu Chorar.
A mostra competitiva Novos Olhares vai permitir, mais uma vez, conhecer trabalhos que exploram e tentam expandir os limites dos gêneros cinematográficos e que desafiam o espectador a pensar o seu lugar frente a obras instigantes. Há filmes que vêm de festivais como Berlim, Roterdã ou Sundance, e que atravessam o mapa múndi do Canadá ao Japão, passando pela Índia, Espanha e França. O representante brasileiro na mostra, A Noite Amarela, estreia no Brasil depois de passar pelos festivais de Roterdã e Indie Lisboa.
Finalmente, a mostra competitiva Outros Olhares é o espaço onde o festival reflete de maneira ampla sobre os dilemas sociais e humanos que marcam o nosso tempo, e que encontram no cinema a caixa de ressonância mais forte. Assim como nas outras mostras, aqui também temos filmes de enorme destaque internacional, que combinam ficções e documentários dos mais diferentes lugares do mundo. Nesse espaço rico para questionamentos políticos e sociais, chama a atenção, entre os quatro filmes brasileiros a serem exibidos, que realizam suas estreias no Brasil dois filmes com passagem de destaque em dois dos maiores festivais do mundo: Indianara desembarca a menos de duas semanas de sua estreia mundial em mostra paralela do Festival de Cannes, enquanto Espero Tua (Re)volta recebeu em Berlim os prêmios da Anistia Internacional e da Paz. Completam a relação de brasileiros o filme A Cor Branca, fazendo sua estreia mundial no Olhar de Cinema, e Enquanto Estamos Aqui, com passagens recentes no Art of the Real e Roterdã.
Abaixo segue lista dos filmes anunciados em 09/05.
Filme de Abertura
BANQUETE COUTINHO
/ Banquete Coutinho
Josafá Veloso | Brasil, 2019, 74’
Filme de Encerramento
BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE
/ Breve Historia del Planeta Verde
Santiago Loza | Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, 2019, 75’
Competitiva (Longa-metragem)
CASA
/ Casa
Letícia Simões | Brasil, 2018, 94’
CHÃO
/ Chão
Camila Freitas | Brasil, 2019, 110’
DE NOVO OUTRA VEZ
/ De Nuevo Otra Vez
Romina Paula | Argentina, 2018, 84’
DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR
/ Diz a Ela que Me Viu Chorar
Maíra Bühler | Brasil, 2019, 85’
ENTRE DUAS ÁGUAS
/ Entre Dos Aguas
Isaki Lacuesta | Espanha, 2018, 136’
FAMÍLIA DA MADRUGADA
/ Midnight Family
Luke Lorentzen | Estados Unidos, México, 2019, 81’
ETANGS NOIRS
/ Etangs Noirs
Pieter Dumoulin, Timeau De Keyser | Bélgica, 2018, 71’
SEGUIR FILMANDO
/ Still Recording
Ghiath Ayoub, Saeed Al Batal | França, 2018, 120’
TEL AVIV EM CHAMAS
/ Tel Aviv on Fire
Sameh Zoabi | Bélgica, França, Israel, Luxemburgo, 2018, 97’
PRETÉRITO.IMPERFEITO
/ Wan Mei Xian Zai Shi
Shengze Zhu | China, Estados Unidos, 2019, 124’
Competitiva (Curta-metragem)
AQUELES QUE DESEJAM
/ Los que Desean
Elena López Riera | Espanha, Suiça, 2018, 24’
ATALHOS
/ Atajos
Daniela Delgado Viteri | Equador, 2019, 18’
AZIZA
/ Aziza
Kaadan Soudade | Líbano, Síria, 2019, 13’
ENTROPIA
/ Entropia
Flóra Anna Buda | Hungria, 2019, 11’
EM CASO DE FOGO
/ Em Caso de Fogo
Tomás Paula Marques | Portugal, 2019, 23’
PRESENTE
/ Kado
Aditya Ahmad | Indonésia, 2018, 15’
SETE ANOS EM MAIO
/ Sete Anos em Maio
Affonso Uchôa | Brasil, 2019, 42’
THINYA
/ Thinya
Lia Letícia | Brasil, 2019, 16′
TERRAS DO MAR
/ Tierras del Mar
Azucena Losana | Argentina, Chile, 2018, 6’
Novos Olhares
A CIDADE ESCONDIDA
/La Ciudad Oculta
Victor Moreno | Espanha, 2018, 80’
A NOITE AMARELA
/ A Noite Amarela
Ramon Porto Mota | Brasil, 2019, 100’
DOMÍNIOS
/ Domains
Natsuka Kusano | Japão, 2018, 150’
NÃO PENSE QUE EU VOU GRITAR
/ Just Don’t Think I’ll Scream
Frank Beauvais | França, 2019, 75’
MS SLAVIC 7
/ MS Slavic 7
Deragh Campbell, Sofia Bohdanowicz | Canadá, 2019, 64’
LEVANDO DOCES AO CAVALO
/ Ghode ko Jalebi Khilane le ja Riya Hoon
Anamika Haksar | Índia, 2018, 121’
Outros Olhares (Longa-metragem)
A COR BRANCA
/ A Cor Branca
Afonso Nunes | Brasil, 2019, 102’
CINZAS E BRASAS
/ De Cendres et de Braises
Manon Ott | França, 2018, 72’
DANIEL
/ Daniel Fait Face
Atlan Marine | França, 2018, 60’
ENQUANTO ESTAMOS AQUI
/ Enquanto Estamos Aqui
Clarissa Campolina, Luiz Pretti | Brasil, 2019, 77’
ESPERO TUA (RE)VOLTA
/ Espero Tua (Re)volta
Eliza Capai | Brasil, 2019. 93’
NO ALTO DA MONTANHA
/ Huo Shan
Yang Zhang | China, 2019, 126’
INDIANARA
/ Indianara
Aude Chevalier-Beaumel, Marcelo Barbosa | Brasil, 2018, 84’
NO SALÃO JOLIE
/ Chez Jolie Coiffure
Rosine Mbakam | Bélgica, 2018, 70’
PAHOKEE
/ Pahokee
Ivete Lucas, Patrick Bresnan | Estados Unidos, 2019, 112’
SEGUNDA VEZ
/ Segunda Vez
Dora García | Bélgica, Noruega, 2018, 94’
UMA CORRENTE SELVAGEM
/ Una Corriente Salvaje
Nuria Ibáñez Castañeda | México, 2018, 72’
UMA NOITE DE INVERNO
/ Gyeo-Wul-Ba-Me
Woo-Jin Jang | Coreia do Sul, 2019, 92’
Outros Olhares (Curta-metragem)
AURORA
/ Aurora
Everlane Moraes | Cuba, 2018, 15’
CARANGUEJO REI
/ Caranguejo Rei
Enock Carvalho, Matheus Farias | Brasil, 2019, 23’
NA BOCA DA MINA
/ En la Boca de la Mina
Brandán Cerviño | Cuba, 2018, 22’
POLIS
/ Polis
Rafael Baptista | Brasil, 2018, 8’
QUEBRAMAR
/ Quebramar
Cris Lyra | Brasil, 2019, 27’
SABÁ
/ Sabá
Sérgio de Carvalho | Brasil, 2018, 16’
TUDO QUE É APERTADO RASGA
/ Tudo que é Apertado Rasga
Fabio Rodrigues da Silva Filho | Brasil, 2019, 27’
UMA HISTÓRIA AFRICANA
/ A Story from Africa
Billy Woodberry | Portugal, 2018, 32’
TERRA ABENÇOADA
/ Một Khu Đất Tốt
Phan Ngoc Lân | Vietnã, 2019, 19’
ENCLAUSURADO
/ΚΛΕΙΣΑΜΕ
Sol Prado | Espanha, 2019, 22’
INSTRUÇÕES PARA FAZER UM FILME
/ Instructions on How to Make a Film
Nazli Dinçel | Estados Unidos, 2018, 14’
LINHAS DE RISO
/ Lachfalten
Patricia Wenger | Suíça, 2018, 6’
MAKE IT SOUL
/ Make It Soul
Jean-Charles Mbotti Malolo | França, 2018, 15’
OMARSKA
/ Omarska
Varun Sasindran | França, 2018, 19’
- Olhares Clássicos
A LONGA CAMINHADA
/ Walkabout
Nicolas Roeg | Austrália, Reino Unido, 1971, 100’
CANTANDO NA CHUVA
/ Singin’ in the Rain
Gene Kelly, Stanley Donen | Estados Unidos, 1952, 103’
CONHECENDO O GRANDE E VASTO MUNDO
/ Poznavaya Belyy Svet
Kira Muratova | União Soviética, 1978, 75’
FILHAS DO PÓ
/ Daughters of the Dust
Julie Dash | Estados Unidos, 1991, 112’
MEMÓRIAS DO CÁRCERE
/ Memórias do Cárcere
Nelson Pereira dos Santos | Brasil, 1984, 185’
O CONFORMISTA
/ Il Conformista
Bernardo Bertolucci | Alemanha, França, Itália, 1970, 111’
O FUNERAL DAS ROSAS
/ Bara No Sōretsu
Toshio Matsumoto | Japão, 1969, 105’
OS RENEGADOS
/ Sans Toit ni Loi
Agnès Varda | França, 1985, 105’
Ó, SOL
/ Soleil Ô
Med Hondo | França, Mauritânia, 1967, 98’
PROGRAMA GERMAINE DULAC
/ Programa Germaine Dulac
Germaine Dulac | França
/Celles qui s’en Font – 1930, 6’
/ Danses Espagnoles – 1930, 7’
/ La Cigarette – 1919, 56’
REMINISCÊNCIAS DE UMA VIAGEM À LITU NIA
/ Reminiscences of a Journey to Lithuania
Jonas Mekas | Estados Unidos, Lituânia, 1972, 82′
- Exibições Especiais
“O Brasil vive no meu imaginário desde minha infância”, diz a grande cineasta portuguesa Rita Azevedo Gomes, cujo mais recente e marcante filme, A Portuguesa (2018), terá sua estreia brasileira na mostra Exibições Especiais na oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba. “Uma terra vasta como o mundo; uma terra de contraste, de aflição e de serenidade simultâneas. Exibir um filme meu, em qualquer local desse país, é sempre uma ocasião a ser observada por um ponto de vista parcialmente desconhecido e, por isso mesmo, se torna fascinante e me deixa num estado alerta de curiosidade. No final, não é por acaso que alguns dos mais apurados comentadores, críticos e espectadores que conheço são brasileiros”.

A Portuguesa conta a história de uma jovem rica na Itália medieval que se esforça para se habituar em sua nova pátria enquanto seu marido luta em uma guerra longínqua. O filme, exibido em festivais em Mar del Plata e Berlim, ocorre no passado, mas fala diretamente ao público através de métodos teatrais que trazem uma sensação urgente e comovente do presente. A diretora estará presente ao festival como parte do corpo de jurados, e vai apresentar as sessões de seu filme.
O filme da realizadora portuguesa é um dos cinco programas da mostra Exibições Especiais deste ano. Outro programa apresenta dois novos filmes de mestres brasileiros do cinema experimental. Sedução da Carne (2018), que estreou em Locarno no ano passado, é o mais recente longa-metragem de ficção de Júlio Bressane, cuja apresentação delicada da história de vida de uma escritora viúva dá continuidade aos esforços de um dos maiores cineastas brasileiros em explorar os mistérios da humanidade. O filme de Bressane será exibido junto com o novo integrante da série Sem Título de Carlos Adriano – intitulada Sem Título #5: A Rotina Terá Seu Enquanto (2019) – vencedor da competição de curtas no mês passado no festival É Tudo Verdade e que liricamente intercala material do último filme de Yasujiro Ozu com um passeio de trem na companhia de um novo amor.

“Os filmes da série Sem Título nascem de uma necessidade vital e desesperada, apenas possível graças à estruturação de uma forma poética de cinema, de uma constelação-montagem de pontos luminosos”, diz Adriano. “Isso para dar conta e encanto (o encantamento contra o desalento; o deslumbre contra o desamparo) da abissal e irremediável condição humana e suas questões tão simples: o amor, o desejo, a fome, a matéria, a morte, o leitfossil. Os últimos filmes de Júlio Bressane mobilizam um sofisticado repertório de eruditos signos culturais para tratar dessas paixões e pulsões viscerais, com rigor intelectual e descomedida carnalidade; para compreender e se compreender. Encontro neles um extraordinário pensamento sensível sobre essas questões”.
Outra sessão da mostra Exibições Especiais presta homenagem a uma lenda do cinema brasileiro, cujas parcerias incluem renomados nomes tais como Bressane, Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha, Rogério Sganzerla, além dela mesma. A Mulher da Luz Própria (2019), dirigido por Sinai Sganzerla, presta homenagem à mãe da cineasta, Helena Ignez, ao permitir que a brilhante e ainda ativa diretora e atriz de teatro e cinema reconte sua vida com suas próprias palavras. A fala de Helena se desenvolve em conjunto com uma rica coleção de material de arquivo, abrangendo mais de seis décadas de sua atuação como uma importante artista e ativista. O filme terá sua estreia mundial dentro do Olhar de Cinema.
“A Mulher da Luz Própria é um filme de um personagem, a mulher e seus filmes realizados como atriz e diretora, desde o Cinema Novo até os dias atuais”, diz a própria Helena. “O resultado é forte, feminista e livre de noções preconcebidas. Ouvi de Sinai que A Mulher de Luz Própria não seria um filme sobre sua mãe. Nesse momento tive certeza que o filme seria bom e interessante”.
Mais uma homenagem será feita à cineasta americana falecida recentemente, Barbara Hammer (1939-2019), dentro de um programa de seis curtas-metragens coletivamente chamados de Diálogos Barbara Hammer. A programação apresenta cópias digitais em alta resolução de dois dos filmes mais conhecidos da prolífica Hammer – Dyketactics (1974) e Força Dupla (1978) – bem como uma bela homenagem de Deborah Stratman à ela, Vever (para Barbara) (2019), cuja estreia se deu esse ano em Berlim pouco antes de sua morte. Esses filmes serão exibidos em diálogo com três curtas brasileiros contemporâneos – Boca de Loba (2018) de Barbara Cabeça, Latifúndio (2017) de Érica Sarmet e X-Manas (2017) de Clarissa Ribeiro.
“Barbara Hammer foi detentora de uma carreira de mais de 40 anos e 100 filmes, tendo falecido em março deste ano após uma longa batalha contra o câncer”, diz Carla Italiano, programadora no Olhar de Cinema. “Mais do que um tributo à realizadora, que foi responsável por um pioneiro e influente cinema experimental lésbico, a sessão propõe aproximar os trabalhos de Hammer feitos na década de 1970 com curtas-metragens de diretoras brasileiras contemporâneas e o último filme da artista Deborah Stratman. A intenção é atualizar a proposta estética de Hammer com o cinema contemporâneo, com atenção especial aos modos não normativos de abordar cinematograficamente os corpos e as sexualidades LGBTQ. Compõe, assim, um mosaico de tempos e imagens em uma proposição assumidamente queer”.
O último programa da mostra Exibições Especiais é o de duração mais longa, mas possivelmente também a sua maior surpresa. A alegre e grandiosa obra de ficção de Patrick Wang, Uma Fábrica de Pão (2018) consiste em dois filmes, cada um com duas horas de duração, que serão exibidos no Olhar sequencialmente, com um intervalo. A história se desenrola em um centro de artes – uma fábrica de pães reformada – de uma pequena cidade no estado de Nova Iorque e apresenta as aventuras de diversas pessoas que produzem teatro, poesia, cinema entre outras atividades e montam atos de resistência contra os esforços capitalistas de fechar o espaço. Apesar de um elenco composto de atores norte-americanos conhecidos tais como Tyne Daly, James Marsters e Janeane Garofalo, Uma Fábrica de Pão ainda não recebeu a merecida atenção. É um dos filmes norte-americanos mais extraordinários dos últimos anos, que canta à favor de expressão artística independente.
“É muito fácil falar em arte independente, outra coisa é apoiá-la”, diz Wang. “Cada vez mais as forças políticas e econômicas buscam sufocá-la, mas um sempre foco resiste aqui e lá. Estou muito feliz por ter encontrado este foco em Curitiba e recebê-lo em nossa irmandade de fábricas de pão”.

- Olhar Retrospectivo
A mostra Olhar Retrospectivo da oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba apresenta diálogos entre as histórias recentes de dois países de nosso continente. Um lado da retrospectiva oferece oito filmes do grande diretor chileno Raúl Ruiz, a maioria dos quais foram realizados durante o período da ditadura militar do Chile (1973-1990). O período de realização de tais filmes também coincide com o da própria ditadura militar do Brasil (1964-1985), período que será representado pelo outro lado da retrospectiva, onde se exibirá 10 filmes realizados durante o período do governo ditatorial por diretores brasileiros em passagens pelo exílio. Participações especiais de convidados e debates irão complementar as exibições dos filmes e auxiliar o público a refletir sobre os significados desse legado transnacional, dentro do contexto de uma mostra cujo nome se inspira no filme Diálogos dos Exilados, o primeiro longa-metragem de Ruiz concluído na França, após sua fuga do Chile para a Europa.
8 filmes a seguir, dirigidos por Raúl Ruiz:
Três Tristes Tigres (Tres tristes tigres, 1968, Chile, 98min, cópia restaurada fornecida pela Cineteca Nacional de Chile)
Diálogos dos Exiliados (Diálogos de exiliados/Dialogue d’exilés, 1975, Chile/França, 104min, cópia restaurada fornecida pela Cineteca Nacional de Chile)
A Vocação Suspensa (La vocation suspendue, 1977, França, 95min, cópia restaurada fornecida pela INA)
A Hipótese do Quadro Roubado (L’Hypothèse du tableau vole, 1978, França, 64min, cópia restaurada fornecida pela INA)
As Divisões da Natureza (Les divisions de la nature: Quatre regards sur le château de Chambord, 1978, França, 31min, cópia restaurada fornecida pela INA)
Dos Grandes Eventos e Pessoas Comuns (De grands événements et des gens ordinaires, 1979, França, 61min, cópia restaurada fornecida pela INA)
O Teto da Baleia (Het dak van de walvis, 1982, Holanda, 90min, cópia restaurada fornecida pela Cinémathèque française)
As Três Coroas do Marinheiro (Les trois couronnes du matelot, 1983, França, 117min, cópia restaurada fornecida pela INA)
10 filmes dirigidos por cineastas brasileiros:
Meio-Dia (dir. Helena Solberg, 1970, Brasil, 11min, cópia digital fornecida pela Filmes de Quintal)
Un Séjour (dir. Carlos Diegues, 1970, França, 56min, cópia digital fornecida pela Luz Mágica)
O Leão de Sete Cabeças (Der Leone Have Sept Cabeças, dir. Glauber Rocha, 1970, França/Itália/Brasil, 99min, DCP restaurado fornecido pela Copyrights, com agradecimentos ao Cine Humberto Mauro)
Não É Hora de Chorar (No es hora de llorar, dir. Luiz Alberto Barreto Leite Sanz e Pedro Chaskel, 1971, Chile, 36min, cópia digital fornecida pela Cineteca Universidad de Chile)
Memórias de Um Estrangulador de Loiras (dir. Júlio Bressane, 1971, Inglaterra/Brasil, 71min, cópia remasterizada fornecida pela TB Produções)
A Dupla Jornada (dir. Helena Solberg, 1975, Argentina / Bolívia / México / Venezuela, 54min, cópia digital fornecida pela Filmes de Quintal)
Estas São as Armas, (dir. Murilo Salles, 1978, Moçambique, 56min, cópia digital fornecida pela Cinema Brasil Digital)
Mueda, Memória e Massacre (dir. Ruy Guerra, 1979, Moçambique, 75min, cópia remasterizada fornecido pela Arsenal – Institüt fur film und videokunst e.V.)
O Pequeno Exército Louco (dir. Lúcia Murat e Paulo Adário, 1984, Brasil/Nicarágua, 52min, cópia em alta resolução fornecida pela Taiga Filmes)
Fragmentos de Exílio (dir. Sivio Tendler, 2003, Brasil, 6min, cópia digital fornecida pela Caliban Produções Cinematográficas)
- Pequenos Olhares
A Pequenos Olhares preocupa-se com a formação de público, trazendo filmes que dialoguem com os pequenos e os adolescentes, em programas selecionados para cada faixa de idade. Além de possibilitar a vivência de um festival de cinema, faz com que os títulos cheguem a um público que dificilmente teria acesso a eles se dependesse do circuito comercial.
Nesta oitava edição, a Pequenos Olhares apresenta o longa-metragem “Um Filme de Verão”, dirigido por Jô Serfaty, sobre o cotidiano de um grupo de jovens em uma comunidade do Rio de Janeiro. O filme foi destaque na última Mostra de Tiradentes, onde levou o prêmio de melhor montagem pelo trabalho de Cristina Amaral.
Onze curtas-metragens, divididos em três programas, completam a seleção. Para os pequenos, o programa faz um tour internacional com o espanhol “Mosca Seca”, o suíço “Circuito”, o belga “Marionete” e o brasileiro “Lily’s Hair” e fala de identificação e ambiente de maneira lúdica e acessível. O programa para toda a família traz os filmes “Kids”, “Vivi Lobo e o Quarto Mágico”, “O Malabarista” e “O Grande Amor de um Lobo”, que falam de experiências pessoais e do viver em sociedade. O programa para os jovens volta aos assuntos, mas aborda de forma mais aprofundada e amplificada outras de questões e situações com os filmes “Alma”, “Impermeável Pavio Curto” e “Negrum3”, os dois últimos premiados em festivais brasileiros.
Alma (dir. Santiago León Cuéllar, Colômbia, 17 min)
Circuito (dir. Delia Hess, Suíça, 9 min)
Impermeável Pavio Curto (dir. Higor Gomes, Brasil, 21 min)
Kids (dir. Michael Frei, Suíça, 9 min)
Lily’s Hair (dir. Raphael Gustavo da Silva, Brasil, 15 min)
Marionete (Patin, dir. Thimotée Crabbé, Bélgica, 6 min)
Mosca Seca (Dry Fly, dir. Rut Juan, Espanha, 5 min)
NEGRUM3 (dir. Diego Paulino, Brasil, 22 min)
O Grande Amor de um Lobo (dir. Kennel Rogis, Brasil, 12 min)
O Malabarista (dir. Iuri Moreno, Brasil, 11 min)
Um Filme de verão (dir. Jô Serfaty, Brasil, 94 min)
Vivi Lobo e o Quarto Mágico (dir. Isabelle Santos/Edu MZ Camargo, Brasil, 13 min)
- Mirada Paranaense
A Mirada Paranaense chega completando o ciclo ao fazer com que os títulos produzidos no estado do Paraná sejam conhecidos pelo público paranaense. A mostra demonstra toda a diversidade e pluralidade desta produção em uma seleção de nove filmes. O longa-metragem “Pinhão”, que fala de uma realidade muito própria de Curitiba, onde a economia encontrou uma nova moeda.
A seleção se completa com os curtas “Aquele Casal”, “Criativa(Mente) Destoante”, “Mirror Mirror On The Wall”, “Fronteiras/Guaíra”, “Apneia”, “Essa Terra Não Vai Terminar”, “Maldita” e “Bicha-Bomba”, numa mistura de temas, abordagens e linguagens, divididos em dois programas.
Apneia (dir. Carol Sakura/Walkir Fernandes, Brasil, 14 min)
Aquele Casal (dir. William de Oliveira, Brasil, 22 min)
Bicha-Bomba (dir. Renan de Cillo, Brasil, 8 min)
Criativa(mente) Destoante (dir. Natacha Oleinik, Brasil, 17 min)
Essa Terra Não Vai Terminar (dir. Matias Dala Stella, Brasil, 32 min)
Fronteiras/Guaíra (dir. Juliana Sanson, Brasil, 26 min)
Maldita (dir. Laysa Machado, Brasil, 4 min)
Mirror Mirror On The Wall (dir. Igor Urban, Brasil, 7 min)
Pinhão (dir. Andréia Kaláboa, 52 min)
- Olhares Brasil
Entre as novidades do 8º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba está uma mostra muito especial: a Olhares Brasil. Justamente quando o cinema brasileiro vem sofrendo uma série de ataques e desvalorizações, a seleção demonstra não só a variedade de linguagens e temáticas, mas também o grande alcance das obras aqui produzidas.
Os filmes selecionados pela equipe de curadoria estiveram na última edição do Festival de Berlim, passaram pela Mostra de Tiradentes, Festival de Brasília e outros. São cinco longas-metragens e quatro curtas.
Diretamente da capital alemã, a Olhares Brasil apresenta ao público do festival “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”, dirigido por Marcelo Gomes, sobre uma pequena cidade no Agreste pernambucano considerada a capital nacional do jeans. O documentário sobre o capitalismo moderno esteve no festival É Tudo Verdade e na mostra Panorama da Berlinale.

Também da Berlinale, o Olhar de Cinema apresenta “Rosa Azul de Novalis”. Fruto da parceria entre Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, o longa apresenta ao público Marcelo, com suas histórias de vida e de vidas, em narração, imaginação e representação. O filme também fez parte da seleção da Mostra Aurora, na 22ª Mostra de Tiradentes.
Da mostra na histórica cidade mineira chega também uma pequena pérola: o filme “Bimi Shu Ykaya”, dirigido por Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube Huni Kuin e Siã Huni Kuin, sobre a primeira mulher indígena a organizar a sua própria aldeia.
Outro filme que passou por Tiradentes, mas também esteve em vários outros festivais do Brasil, é o baiano “Ilha”, segundo longa-metragem da dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio. O passeio entre vida e encenação, unindo experimentações narrativas ao que há de mais usual na linguagem, também esteve no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e levou os prêmios de melhor ator, para Aldri Anunciação, e melhor roteiro, escrito pela dupla de diretores.

O documentário “Bloqueio”, dirigido por Quentin Delaroche e Victória Álvares, também chega do festival brasiliense e encontra na urgência seu destaque. As lentes da dupla exploram a paralisação nacional de caminhoneiros acontecida em maio de 2018.
Para completar a seleção de curtas-metragens que chamaram a atenção por onde passaram e que trazem questões pessoais e identitárias relevantes, além de questionar essa relação do ser com o ambiente onde ele está inserido e a realidade que é obrigado a vivenciar. São eles: o paulista “Antes de Ontem”, de Caio de Nóbrega Franco; o baiano “Um Ensaio Sobre a Ausência”, de David Aynan; o fluminense “Prefiro Não Ser Identificada”, de Juliana Muniz, e o mineiro “Vaga Carne”, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.
O 8º Olhar de Cinema tem duas comissões de curadoria, a de longas-metragens é composta por Carla Italiano, Eduardo Valente e Aaron Cutler, a de curtas-metragens, coordenada por Marisa Merlo é composta por Carol Almeida, Camila Macedo e Kariny Martins. A direção geral e artística do festival é de Antônio Junior.
Confira a lista completa de filmes selecionados para a mostra Olhares Brasil:
Ilha (dir. Ary Rosa, Glenda Nicácio, 2018, 94 min)
Rosa Azul de Novalis (dir. Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, 2019, 71 min)
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar (dir. Marcelo Gomes, 2019, 86 min)
Bloqueio (dir. Quentin Delaroche e Victória Álvares, 2018, 76 min)
Bimi Shu Ykaya (dir. Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube Huni Kuin, Siã Huni Kuin, 2019, 52 min)
Vaga Carne (dir. Ricardo Alves Jr. e Grace Passô, 2019, 45 min)
Antes de Ontem (dir. Caio da Nóbrega Franco, 2019, 7 min)
Um Ensaio Sobre a Ausência (dir. David Aynan, 2018, 15 min)
Prefiro Não ser Identificada (dir. Juliana Muniz, 2019, 20 min)
Serviço: Ingressos à venda a partir de 22 de maio somente no local de exibição do filme (Cine Passeio, Shopping Novo Batel ou Shopping Crystal), sendo R$14 (inteira) e R$7 (meia).
Shopping Crystal (Espaço Itaú)
Rua Comendador Araújo, 731
Horário da Bilheteria: 13h15 às 21h30
Shopping Novo Batel (Cineplex Batel)
Alameda Dom Pedro II, 255
Horário da Bilheteria: 13h30 às 20h30
Cine Passeio
Rua Riachuelo, 410
Horário da Bilheteria: 13h00 às 20h30 de terça a domingo.
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