Personalidade: Freddie Mercury

Brian May e Roger Taylor integravam uma banda chamada Smile quando conheceram um rapaz que se dizia um grande fã deles e demonstrou possuir um talento incontestável para a música. A história não acaba aí, uma vez que este fã se tornou simplesmente uma das maiores e mais conhecidas vozes da história do rock.

Eles tinham acabado de perder o vocalista quando o conheceram e, apesar de recusarem a proposta do rapaz a princípio, bastou ele soltar a voz para que eles mudassem de ideia. Entretanto, como ele não sabia tocar baixo – diferentemente do vocalista anterior – chamaram John Deacon para completar o conjunto, que logo mudou de nome para Queen. Mas quem, afinal, era esse rapaz que se tornou o novo vocalista da outrora Smile? Ninguém menos do que Freddie Mercury.

Nascido em Zanzibar, no dia 5 de setembro de 1946, e batizado de Farrokh Bulsara, aos 17 anos, mudou-se com a família para Londres, capital da Inglaterra, por conta da Revolução Civil de Zanzibar, em 1964. Nessa época, passou a estudar artes e, mais tarde, graduou-se como designer gráfico. Trabalhava como vendedor de roupas quando conheceu Mary Austin, com quem começou a namorar (ela foi a inspiração para a música Love of My Life).

Após o vocalista e baixista Tim Staffel abandonar a banda Smile, Freddie procurou seus integrantes, que costumavam se apresentar toda noite em um bar cujo ele era frequentador assíduo e, após uma demonstração da potência de sua voz, entrou para o grupo. Em 1971, estava formada a banda Queen.  Sem dúvida, a performance de Freddie no palco era única. Com seu jeito extravagante e cheio de ousadia, além do figurino singular, a dança e a bela voz – ora de tenor, ora se aproximando de uma escala soprano – conquistou o público e a crítica.

 

Em 1973, o Queen lançou seu primeiro disco autointitulado. Influenciado pelo rock progressivo, o primeiro single da banda, Keep Yourself, era a faixa que abria o LP.

Freddie gravou muitos álbuns com o Queen, muitos deles tiveram grande repercussão, como Queen II (1974), o clássico A Night at Opera (1975), News of The World (1977), The Game (1980), Hot Space (1982), e muitos outros, sendo o último, o álbum Innuendo (1991) que, pela fragilidade que o vocalista se encontrava devido às complicações acarretadas pelo vírus HIV, teve um processo mais lento, com as gravações se iniciando ainda em 1989 e sendo concluídas quase dois anos depois. Ainda não dá para deixar de citar os seus dois discos solos – época em que ele quis se aventurar por outros projetos, dando um tempo da banda – Mister Bad Guy e Barcelona, esse último ao lado da soprano Montserrat Caballé. Outro que merece lembrança e menção é o último álbum de estúdio do Queen, lançado como um tributo póstumo ao vocalista: Made in Heaven, de 1995.

O Queen foi, certamente, uma verdadeira metralhadora de hits. Uma das músicas mais marcantes e inovadoras da banda, sem dúvida, é Bohemian Rhapsody com três segmentos e uma longa duração. Tornou-se o grande clássico do grupo. Deu trabalho, mas valeu à pena. Outro dos grandes hinos da banda, converteu-se também em um dos maiores hinos do rock: We Will Rock You, que como dizia a própria letra da canção, era para sacudir plateias e foi idealizada e criada especialmente para os fãs interagirem com eles durante os shows – e dá-lhe batidas ritmadas de palmas e pés.

Outros clássicos incluem Radio Ga Ga, I Want to Break Free, Crazy Little Thing Called Love, Under Pressure (com participação especial do cantor David Bowie, que escreveu a canção ao lado de Freddie Mercury), Another One Bites The Dust e muitas outras que os fãs não cansam de escutar.

Também não podemos esquecer a sua lendária participação no inesquecível festival Live Aid (evento organizado por Bob Geldof), em 1986, no qual se apresentou com o Queen em um show que emocionou uma enorme plateia e cerca de 1,5 milhões de espectadores que acompanhavam o festival pela televisão, principalmente no momento em que que cantaram We Are The Champions.

No dia 24 de novembro de 1991, Freddie veio a falecer em decorrência do vírus da AIDS, doença com a qual foi diagnosticado em 1987. Até então, para que a informação não viesse a público, ele aparecia esporadicamente na mídia e já não mais costumava dar entrevistas. O Queen também não fazia mais shows e, quando o grupo recebeu uma homenagem com direito a uma condecoração no Brit Awards, devido à sua contribuição musical, Freddie estava junto, mas enquanto os outros integrantes agradeciam, ele não falou sequer uma palavra, o que fez aumentar os rumores de que ele estaria realmente doente, apesar de tentar omitir.

O clipe da música These Are the Days of Our Lives foi gravado em preto e branco e ele apareceu todo maquiado, de modo a disfarçar as manchas em sua pele causadas pela doença que avançava em seu organismo. Nos últimos dias, permaneceu na cama, já havia perdido os movimentos das pernas e a visão. Dois dias antes de sua morte, assumiu que era portador do vírus da HIV.

 

O legado de Mercury para a história da música mundial é indiscutível. Até hoje, a banda atrai novos fãs e continua rentável, afinal, diversos tributos e álbuns póstumos foram lançados nos últimos anos. Freddie entrou para a lista dos 100 maiores cantores de todos os tempos da revista Rolling Stone, além de ter sido considerado o maior vocalista de uma banda de rock ‘n’ roll pela Classic Rock. Em 2001, o ídolo também ganhou uma estrela na calçada da fama em Hollywood. Para completar, a biografia cinematográfica intitulada Bohemian Rhapsody, baseada na vida do músico, foi lançada no ano passado e tornou-se um grande sucesso de bilheteria. O ator Rami Malek, de Mr. Robot, ficou com o papel de Mercury e, por seu desempenho no filme, foi premiado com o Oscar de melhor ator.

Freddie Mercury imprimiu sua marca no mundo do rock e na história da cultura pop como um todo. Sem dúvida, ele não era apenas o pobre garoto que ia para onde o vento soprava e, sim, um vencedor que ainda fascina e conquista novos admiradores com suas inesquecíveis canções e seu estilo irreverente.

 

Adryz Herven

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