O personagem surgiu nos quadrinhos, em 1950. Na década posterior, nos anos 1960, Beetle Bailey – no Brasil, conhecido como Recruta Zero – ganhou seu próprio desenho animado. Indo a fundo na origem do personagem, quando o seu criador Mort Walker o apresentou ao público nas tiras de jornal, ele ainda não era o soldado que conhecemos, mas apenas um estudante universitário de Rockview.
O curioso é que seus olhos estavam sempre cobertos pelo boné, ou por um capacete de motoqueiro. Nessa época, chegou a mostrar os olhos em uma cena na sala de aula, quando o professor pediu para ele tirar o boné. No entanto, por achar sua aparência estranha, o professor ordenou que ele colocasse o boné de volta. A partir daí, nunca mais vimos os seus olhos novamente. Só que o personagem não foi muito bem aceito quando de sua estreia, resultando em um grande fracasso, com poucos jornais publicando a tira e o retorno financeiro a Walker sendo muito baixo.
Ainda em 1950, eis que tem início a Guerra da Coréia. Com a notícia, surge a brilhante idéia de alistar o personagem no Exército dos Estados Unidos. A reviravolta aconteceu no dia 4 de setembro daquele ano. Uma nova era de sucesso começou para Mort Walker, pois, a partir daí, centenas de jornais do país passaram a publicar a tirinha, fazendo com que o personagem entrasse para a história das HQs.
Na nova fase das tiras, Zero foi recrutado como soldado para o quartel Camp Swampy, onde costumava aprontar ao lado de seus amigos: Dentinho, Roque, Quindim e Cosme, se derretendo de amores por sua namorada Bunny e dando muitas dores de cabeça aos seus oficiais como o General Dureza, o Tenente Escovinha, o cozinheiro Cuca e, principalmente, o Sargento Tainha que se irritava a cada nova confusão que os soldados provocavam no quartel. Mais tarde, Recruta Zero e seus amigos, ganharam as páginas de sua própria HQ mensal.
E ganhando cada vez mais popularidade, o folgado soldado foi parar na televisão com sua série animada, Beetle Bailey and Friends. Contando com cinquenta episódios, a animação estreou no dia 5 de setembro de 1963 e foi finalizada no dia 9 de agosto do ano seguinte.
Aqui no Brasil, a fama do personagem também foi grande. No nosso país, sua primeira aparição ocorreu nas tirinhas de jornais de grande circulação como O Estado de São Paulo, O Globo, dentre outros. Sua HQ Mensal foi publicada pela Rio Gráfica Editora (RGE) e depois pela Editora Globo. Além disso, o personagem também estrelou alguns livros ilustrados e antologias com suas melhores piadas, sem falar nas versões brasileiras, com os personagens interpretando paródias de algum assunto popular da época no país. Já o desenho que, por aqui, foi batizado simplesmente de Recruta Zero – como nos quadrinhos – tornou-se um marco da TV brasileira durante os anos 1980, sendo exibido pelo SBT. Com o passar das décadas, foi transmitido por outras emissoras, como CNT, Record e, por último, pelo canal por assinatura Boomerang.
Adryz Herven
Uma consideração sobre “Recruta Zero”