A Netflix investe fortemente na linha de documentários e uma de suas últimas aquisições para o catálogo foi a série documental Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy. Para quem não quem conhece a figura, ele é um dos maiores estupradores e assassinos seriais que aterrorizaram os anos 1970, nos Estados Unidos. Bundy era cheio de peculiaridades. Branco, bonito e estudante de Direito. Mantinha um emprego voluntário em uma ONG, prestando apoio emocional a pessoas deprimidas. Tinha como principal arma o seu próprio charme. Seduziu e matou uma quantidade expressiva de mulheres – jamais se chegou a um número definido de assassinatos praticados por ele.
As autoridades conseguiram ligar ao seu nome apenas quatro dos inúmeros assassinatos que cometeu, além de uma tentativa de homicídio. O caso de Ted Bundy revolucionou a imprensa e a polícia. Todos queriam ter, no currículo, a sua prisão. Ele enrolava juízes e promotores, simplesmente lançando mão de seu charme para conseguir regalias que um preso comum jamais conseguiria. Escapou por duas vezes da prisão; na segunda, tendo ido parar na Califórnia, onde se registra as mortes mais violentas praticadas por ele. Finalmente, foi capturado e condenado à morte por eletrocussão em 1989.
A série começa nos dias atuais, com um jornalista narrando como foi entrevistar Ted durante os anos 1980, às vésperas de sua execução, quando tentava desesperadamente evitar a sua morte. Lembrem-se: a série vale muito a pena para quem curte o estilo policial e investigativo. Mas as fitas não trazem nenhuma grande novidade para a biografia de Ted Bundy. Todavia, é válido fazer um contraponto com a atualidade, pois acho praticamente impossível uma vida criminosa como a de Bundy prosperar hoje em dia, dada a velocidade com que as notícias correm. Afinal, o assassino tinha como área de interesse a região norte, mais propriamente Washington. Quando fugiu para a Califórnia, era completamente desconhecido, portanto, pode agir livremente.
Como personagem, Bundy é formidável dentro de sua loucura. Um prato cheio para fãs do gênero crime, assim como para advogados, jornalistas e psiquiatras a fim de um estudo de caso, afinal, todos os termos ligados às práticas criminosas popularizados nas últimas décadas, tiveram como origem a existência de Bundy.
Gaby Matos
Uma consideração sobre “Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy”