As séries sempre tiveram nichos a determinar as suas feições, ou melhor: o seu público ideal. As produções da CW, em sua grande maioria, investem em tramas adolescentes recheadas de triângulos amorosos. As séries produzidas pela CBS, geralmente, tratam-se de narrativas policiais e todas as suas possíveis ramificações. Já as séries da HBO não são destinadas a nichos específicos, mas primam sempre pela extrema qualidade, visual e texto rebuscados e alguns críticos as apontam como o biscoito fino da televisão. A emissora não aposta em uma receita como as demais. Só para citar algumas pérolas, A HBO já produziu Família Soprano, Band of Brothers e a aclamada Game of Thrones, que dispensam mais apresentações. Entretanto, o canal tem algumas nódoas em sua carreira como a segunda temporada de True Detective.
A primeira temporada da série foi magnífica e o universo seriemaníaco esperou ardentemente por uma continuação estupenda da antologia que não veio. A segunda temporada de True Detective foi totalmente esquecível, e o receio por uma terceira temporada que representasse um downgrade ainda maior existia. E é possível que a baixa audiência da estreia deste terceiro ano de produção seja reflexo disso.
Mas, caros seriadores, se vocês estavam saudosos de uma trama primorosa, a sua saudade acaba agora. Novamente, True Detective narra um misterioso crime e acompanha a sua investigação. Desta vez, não mais em duas linhas temporais, mas em três. O desaparecimento de crianças durante a década de 1980 é o que move a trama. E ver Mahershala Ali, vencedor do Oscar deste ano, desempenhar o mesmo homem em três fases distintas de sua vida – cada uma determinada pelas mudanças drásticas sofridas pelo personagem – é assistir a arte da perfeita interpretação acontecendo na tela.
Em resumo, ver a história do Caso Purcell pelos olhos do detetive interpretado por Ali é, sem dúvida, um programa imperdível.
Gaby Matos
Temporada excelente essa!
Não tão boa quando a primeira.
Mas certamente melhor que a segunda.