O prazo para que os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood definissem os vencedores da 91ª edição do Oscar encerrou-se em 19 de fevereiro e, amanhã, dia 24, finalmente conheceremos os premiados com as tão almejadas estatuetas do maior e mais emblemático prêmio da indústria cinematográfica mundial. Uma noite sem mestre de cerimônias, mas que contará com com uma tonelada de estrelas para anunciar os vencedores – mais de 50 nomes marcarão presença no palco do Dolby Theatre, em Hollywood Boulevard, Los Angeles. A cerimônia de entrega dos prêmios será exibida ao vivo pela emissora ABC nos Estados Unidos. Aqui, no Brasil, terá transmissão simultânea pelo canal por assinatura TNT a partir das 22h:00.
Abaixo, você confere as nossas apostas para os vencedores e alguns breves comentários.
Melhor Filme: Roma
Possibilidade: Green Book
Considerações: Se Roma ganhar, fará história no Oscar. Será o primeiro filme falado em espanhol e o primeiro longa lançado originalmente em um plataforma digital (Netflix) a levar o prêmio de Melhor Filme e, se não bastasse, o primeiro a receber a estatueta de Filme Estrangeiro (isto é, se vencer nessa) a ser consagrado, também, na categoria principal da premiação. Aliás, será o primeiro filme não falado em língua inglesa a ganhar o prêmio! Agora, se Green Book vencer, o Oscar estará premiando o Conduzindo Miss Daisy 2. Um flagrante retrocesso. Pantera Negra, apesar de seu SAG de Melhor Elenco, não foi indicado em nenhuma das categorias vitais que embasariam uma vitória ao Oscar de Melhor Filme, tais como Direção, Fotografia, Montagem e, especialmente, Roteiro.
Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma)
Possibilidade: Spike Lee (Infiltrado na Klan)
Considerações: Cuarón venceu o prêmio em 2014, com Gravidade. Seguido de Alejandro González Iñárritu em 2015 por Birdman e em 2016 com O Regresso. No ano passado, Guillermo del Toro foi agraciado com a estatueta por A Forma da Água. Se o norte-americano Damien Chazelle não tivesse quebrado o padrão ao vencer o prêmio em 2017 por La La Land, estaríamos diante de uma categoria dominada pelos cineastas mexicanos nas últimas cinco edições do Oscar. O sensacional Spike Lee ameaça de leve, mas não deve preocupar Cuarón.
Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa)
Possibilidade: Olivia Colman (A Favorita)
Considerações: Glenn Close venceu a maioria dos prêmios da temporada (Atriz de Drama no Globo de Ouro, além de Critic’s Choice e SAG) e é sua sétima indicação ao Oscar. Vem, estatueta! A não ser que ela leve uma rasteira de Olivia Colman, que levou o Globo de Ouro de Atriz de Comédia… E o BAFTA que não costuma pautar o Oscar.
Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Possibilidade: Christian Bale (Vice)
Considerações: Rami Bale ou Christian Malek? Bale venceu o Globo de Ouro de Ator de Comédia. Malek, de Ator de Drama. Venceu o SAG e o BAFTA de ator principal. Embora o trabalho de Bale esteja soberbo em Vice e, particularmente, eu o ache melhor que o Malek, este último também tem seus predicados e fez um bom trabalho como Freddie Mercury. Veremos!
Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Possibilidade: Rachel Weisz (A Favorita)
Considerações: Reitero a opinião de que Rachel Weisz merecia mais alarde. Arrisco dizer que representa o melhor de A Favorita. Mais do que Colman. Pelo menos, o Bafta lhe fez justiça, premiando a atriz nesta mesma categoria. Porém, Regina King, vencedora do Globo de Ouro e Critic’s Choice Awards, só não ganhou o SAG porque não foi indicada. Celebrada pelo novo petardo de Barry Jenkins, sua vitória no Oscar é praticamente certa.
Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book)
Possibilidade: Ninguém, não… Tá bem, Richard E. Grant (Poderia Me Perdoar?)
Considerações: Não desmerecendo o ótimo Richard E. Grant. Longe, muito longe disso. O ator está incrível em Poderia Me Perdoar? ao lado de Melissa McCarthy – aliás, o filme é maravilhoso! – Mas ninguém chamou tanto a atenção quanto Mahershala Ali, altamente premiado nessa temporada (SAG, Globo de Ouro, Critic’s Choice, Bafta). É um franco favorito.
Melhor Roteiro Original: A Favorita
Possibilidade: Green Book
Considerações: Eu estou pronta para errar nessa, isto é, acho que a possibilidade tem grandes chances de sair vencedora. Eu não consigo compreender inteiramente as razões de um roteiro baseado em fatos ser considerado original… Ele é adaptado da vida real para as telas, não é? Embora Green Book tenha floreado bastante a história original. Divagações à parte, o roteiro de A Favorita é bem interessante, subvertendo os paradigmas dos tradicionais dramas de época sobre a aristocracia inglesa.
Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan
Possibilidade: Poderia Me Perdoar?
Considerações: Acredito que o páreo é duro. Ambos são brilhantes, cada um à sua maneira. Poderia Me Perdoar? venceu o Prêmio do Sindicato dos Roteiristas (WGA), mas minha aposta é Infiltrado na Klan. E minha torcida também 🙂
Melhor Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso
Possibilidade: Os Incríveis 2
Considerações: Aranhaverso é a animação mais premiada do ano. Os votantes do Globo de Ouro, Critic’s Choice e Bafta reconheceram a ousadia e ineditismo da melhor adaptação cinematográfica do Homem-Aranha até hoje. Os Incríveis foi premiado nesta categoria em 2005. Aquela animação maravilhosa rendeu uma sequência bem aquém das expectativas (eu aguardei ansiosamente durante 14 anos por esta continuação e fiquei bastante decepcionada com o resultado, confesso…). Aranhaverso, em contrapartida, me fez sair da cabine de imprensa emocionada e com lágrimas nos olhos. Torço pela vitória e aposto nisso!
Melhor Filme Estrangeiro: Roma
Possibilidade: Cold War
Considerações: É até estranho pensar que, após tantas vitórias de cineastas mexicanos nos últimos anos, o país em questão nunca tenha levado a estatueta de Filme Estrangeiro. Portanto, mais uma forma de Roma fazer história no Oscar, é vencendo nesta categoria. O belo e melancólico Cold War, representante da Polônia no Oscar deste ano, foi dirigido por Pawel Pawlikowski, o mesmo do excelente Ida, vencedor da categoria em 2015. Potencial ameaça, mas acho difícil ir mais longe do que Roma.
Melhor Documentário: Free Solo
Possibilidade: RBG
Considerações: Free Solo ou RBG? Disputa difícil. RBG também concorre na categoria de Melhor Canção Original, venceu o National Board of Review e o prêmio da crítica da Filadélfia. Mas o cenário parece mais favorável para Free Solo, documentário sobre o Alex Honnold, o mais bem-sucedido escalador solo do mundo e sua mais audaciosa aventura – escalar o El Capitán sem o auxílio de equipamentos e bater um recorde. Venceu o Bafta e os prêmios da critica de Seattle e Toronto.
Design de Produção: Pantera Negra (Possibilidade: A Favorita)
Fotografia: Roma
Montagem: Vice (Possibilidade: Infelizmente Bohemian Rhapsody)
Figurino: A Favorita (Possibilidade: Pantera Negra)
Maquiagem: Vice
Edição de Som: Bohemian Rhapsody (Possibilidade: Um Lugar Silencioso)
Mixagem de Som: Bohemian Rhapsody (Possibilidade: Nasce Uma Estrela)
Trilha Sonora: Se a Rua Beale Falasse (Possibilidade: Infiltrado na Klan)
Canção Original: “Shallow” – Nasce Uma Estrela
Efeitos Visuais: Vingadores: Guerra Infinita (Possibilidade: O Primeiro Homem)
Curta-Metragem: Marguerite (Possibilidade: Skin)
Curta de Animação: Bao
Documentário em Curta-Metragem: Period. End of Sentence
Andrizy Bento
Uma consideração sobre “Previsões Oscar 2019 – Vencedores”