Green Book: O Guia

O timing de lançamento de Green Book não poderia ser mais equivocado. Se lançado há uma década, ou mesmo há uns cinco anos, não encontraria tanta reprovação popular (lembram como o público ovacionou o indigesto e condescendente Histórias Cruzadas, por exemplo?). Diante dos esforços para parecer cada vez mais moderna e alinhada ao politicamente correto, uma vitória de Green Book no Oscar denunciaria o anacronismo da Academia. Seria premiar o Conduzindo Miss Daisy 2.0 quando mesmo o prêmio deste é contestado até hoje, quase três décadas depois. Mas também não seria surpreendente. O Globo de Ouro tentou a mesma cartada, pagando de moderna, promovendo extensivamente Pantera Negra da Marvel Studios (indicado, inclusive, ao prêmio de Melhor Filme de Drama na premiação) e elegeu Green Book como o grande título de 2018. Pior, o longa ainda conquistou o PGA, prêmio do Sindicato dos Produtores de Hollywood, considerado um dos termômetros mais infalíveis do Oscar. Continuar lendo Green Book: O Guia