Data de lançamento: Novembro de 1998
Duração: 50:41
Faixas: 30
Estilo: Brock
CD 1 (azul):
OS PARALAMAS DO SUCESSO – Óculos
LULU SANTOS – O Último Romântico
TITÃS – Televisão
BLITZ – Você Não Soube Me Amar
KID ABELHA – Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor)
BIQUINI CAVADÃO – No Mundo da Lua
CAPITAL INICIAL – Música Urbana
METRÔ – Beat Acelerado
ULTRAJE A RIGOR – Nós Vamos Invadir Sua Praia
DR. SILVANA & CIA – Eh!Oh!
SEMPRE LIVRE – Fui Eu
PAULO RICARDO & RENATO RUSSO – A Cruz e a Espada
BARÃO VERMELHO – Bete Balanço
ZERO & PAULO RICARDO – Agora Eu Sei
HANÓ HANÓI – Totalmente Demais (ao vivo)
CD 2 (vermelho):
RPM – Olhar 43
LOBÃO E OS RONALDOS – Corações Psicodélicos
CAMISA DE VÊNUS – Eu Não Matei Joana Darc
IRA! – Núcleo Base
MARINA LIMA – Uma Noite e Meia
GANG 90 & ABSURDETES – Nosso Louco Amor
CAZUZA – Exagerado
RÁDIO TAXI – Garota Dourada
AS FRENÉTICAS – Perigosa
GILBERTO GIL – Pessoa Nefasta
ENGENHEIROS DO HAWAII – Era Um Garoto…
NENHUM DE NÓS – O Astronauta de Mármore
INIMIGOS DO REI – Uma Barata Chamada Kafka
MAGAZINE – Sou Boy
RITA LEE – Dançar Para Não Dançar (ao vivo)
Produção: André Werneck
Direção musical: Hélio Costa Manso
Projeto gráfico: Marciso (Pena) Carvalho
Gravadora: Globo Disk
Capas
Eis uma coletânea que foi um presente de natal para os roqueiros saudosistas há 20 anos (sim, eles já existiam na época). A Globo Disk foi um selo expert em lançar coletâneas mensalmente, tendo surgido em 1997. O esquema era o seguinte: você telefonava para o número que aparecia na propaganda e pedia a coletânea dupla (ou tripla). Seu pedido chegava um mês depois, junto do boleto para você pagar o seu pedido no banco.
Propaganda na TV:
Em dezembro de 1998 a extinta revista Showbizz estampou em sua capa a turma do BRock e citou essa coletânea. A matéria da publicação também mencionou a ascensão do Titãs, na época, com o recém-lançado disco Volume Dois, além da volta de Dinho Ouro Preto e Loro Jones ao Capital Inicial, que acabara de lançar Atrás dos Olhos. Cita também os ícones do gênero que não são mais vistos na mídia brasileira, além de histórias de bastidores e as tantas vezes que deviam se apresentar no programa Cassino do Chacrinha se quisesse conquistar enorme popularidade. Para garantir presença no programa do Velho Guerreiro, eles tinham de tomar parte em uma turnê que o Chacrinha promovia por vários clubes do Brasil, onde os artistas musicais faziam playback (assim como na TV).
A matéria de capa da Showbizz ainda mencionou o documentário sobre essa geração que Os Paralamas do Sucesso fizeram para a Conspiração Filmes e foi exibido no canal fechado HBO no dia 25 do citado mês. Esse documentário ainda contou com a participação de Paula Toller, Frejat, Arnaldo Antunes, Dinho Ouro Preto e o Roger Moreira (só pra citar alguns). Esse último (portador da síndrome do pânico) chegou ao Rio em um trem de prata nos seus últimos momentos de existência. Os Paralamas armaram os seus instrumentos em um sobrado na Praça da Bandeira, bairro da zona norte carioca, onde realizaram uma jam session com seus convidados.
Quanto à coletânea em si, até o fechamento da Showbizz citada acima, a publicação informou que, só na primeira semana, vendeu 60 mil cópias. Quem adquiriu essa coletânea dupla se queixou (e com razão) da ausência de outros artistas do BRock. Por conta disso, teve gente que apareceu mais nessa coletânea, caso de Herbert Vianna e Paulo Ricardo em três ocasiões. Ambos, explico mas abaixo.
O volume 1 da Rock Brasil abre com a clássica Óculos d’Os Paralamas do Sucesso. Ela abre também o segundo disco do power-trio carioca, O Passo do Lui (1984), que os consagrou nacionalmente, principalmente por terem tocado na primeira edição do festival Rock in Rio, em 1985. Óculos versa sobre a miopia de seu autor, guitarrista e vocalista Herbert Vianna. Contando também com Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria), Os Paralamas do Sucesso se tornaram a banda com a formação mais duradoura junto do Ira!. A segunda faixa é O Último Romântico de Lulu Santos. Ela encerra o Tudo Azul (1984), terceiro disco do cantor e guitarrista carioca, cuja turnê também o levou para o Rock in Rio. A terceira faixa é Televisão, que abre o segundo disco homônimo, lançado em 1985, pelo grupo Titãs. Esse álbum foi produzido pelo citado Lulu Santos e marcou a estréia do baterista Charles Gavin no octeto paulista. Composta por seu intérprete, Arnaldo Antunes, e pelos guitarristas Tony Belloto e Marcelo Fromer, Televisão tem em seu refrão o famoso bordão “Ô cride, fala pra mãe”, eternizado pelo comediante Ronald Golias.
A quarta faixa é Você Não Soube Me Amar do grupo carioca Blitz. Lançada no seu primeiro disco, As Aventuras da Blitz (1982), a canção foi um marco na história, recolocando nas paradas de sucesso nacional o rock brasileiro, então relegado a festivais underground (com exceção de Rita Lee), iniciando a era do BRock. A quinta faixa é Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor) do Kid Abelha que, na época, atendia pelo extenso nome Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens. A faixa fazia parte do primeiro disco do quarteto carioca, o Seu Espião (1984), cuja turnê os colocou no primeiro Rock in Rio. A sexta faixa é No Mundo da Lua dos também cariocas do Biquíni Cavadão. Contando com Bruno Gouveia (voz), Sheik (baixo), Álvaro Birita (bateria) e Miguel Flores (teclado) em seu inicio, o grupo foi apadrinhado por Herbert Vianna, que foi o guitarrista dessa faixa e de Tédio, ambas lançadas em um compacto no ano de 1985. Antes das gravações de seu primeiro disco, Cidades em Torrentes (1986), o Biquíni contratou Carlos Coelho para ser o guitarrista oficial e as duas faixas acima foram incluídas no citado álbum.
A sétima faixa é Música Urbana do Capital Inicial. A origem do quarteto brasiliense se deve ao grupo punk Aborto Elétrico, de onde vieram os irmãos Flávio (baixo) e Fê Lemos (bateria), além de Renato Russo (vocalista e guitarrista), que depois montaria a Legião Urbana. O próprio Renato Russo compôs Música Urbana no período do Aborto e cedeu para o Capital gravá-la no seu primeiro disco homônimo, em 1986. Nesse mesmo álbum há, também, outras canções de autoria de Renato Russo como Fátima e Veraneio Vascaína. A oitava faixa é Beat Acelerado do grupo Metrô. Essa banda é formada por músicos franceses (menos o baterista Danny Roland que é argentino) radicados no Brasil, mais precisamente em São Paulo, por isso eram chamados de franco-paulistas. Começaram fazendo rock progressivo e com o nome de A Gota Suspensa. Sua vocalista francesa, Virginie Boutaud, encantava a todos com seu carisma, até mesmo o apresentador Chacrinha. Beat Acelerado faz parte do primeiro disco do Metrô, o Olhar (1985). A nona faixa é Nós Vamos Invadir Sua Praia do Ultraje a Rigor. Ela abre e dá nome ao primeiro disco lançado em 1985 pelo grupo paulista liderado por seu autor, vocalista e guitarrista Roger Moreira, que conduz a banda até hoje. A canção é um recado bem humorado ao rock carioca, que dominava o mercado fonográfico na época e contou com a participação de Lobão, Léo Jaime, Ritchie e Selvagem Big Abreu (do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados), os três últimos ausentes na coletânea com suas canções. Além de Roger, o Ultraje a Rigor contava, na época, com Mauricio (baixo), Carlinhos (guitarra) e Leospa (bateria). Nós Vamos Invadir Sua Praia é considerado um dos melhores discos da história do rock brasileiro, pois nunca um álbum do gênero perpetuou tantos sucessos.
A décima faixa é Eh! Oh! do grupo carioca Dr. Silvana & Cia. A canção foi lançada em um compacto, em 1984, junto de Coisa Mais Gostosa. Porém, a versão que entrou na coletânea faz parte do primeiro disco homônimo, lançado em 1985. A décima-primeira faixa é Fui Eu do Sempre Livre. O quinteto carioca é um dos primeiros formados por musicistas femininas do rock brasileiro e foi apadrinhada pela atriz Patrícia Travassos e por Herbert Vianna, que cediam as suas composições para elas. Composta pelo mencionado Herbert (que depois a regravou com os Paralamas no citado O Passo do Lui), Fui Eu faz parte de Avião de Combate (1984), o primeiro disco das cariocas. Sua vocalista, Dulce Quental, se tornou uma bem sucedida artista-solo e compositora (escreveu O Poeta Está Vivo do Barão Vermelho). A décima-segunda faixa é A Cruz e a Espada de Paulo Ricardo e Renato Russo. Sucesso do seu antigo grupo RPM, Paulo Ricardo a regravou no seu terceiro disco solo, Rock Popular Brasileiro (1996). Além de Renato Russo, essa versão contou com a participação de Paulinho Moska (ex-Inimigos do Rei), que tocou um violão de 12 cordas.
A décima-terceira faixa é Bete Balanço do Barão Vermelho. Foi a canção que consagrou nacionalmente o quinteto carioca, ainda mais que dá nome ao filme de Lael Rodrigues, de 1984, cuja a personagem-título foi vivida por Débora Bloch e o próprio Barão faz uma ponta nele. Bete Balanço também marca presença no terceiro disco do Barão Vermelho, o Maior Abandonado (1984), o mais conhecido da era Cazuza. A turnê rendeu a mágica apresentação da banda no Rock in Rio e em pleno dia da eleição civil vencida por Tancredo Neves. Além de Cazuza, o Barão também contava com Roberto Frejat (guitarra), Dé Palmeira (baixo), Guto Goffi (bateria) e Mauricio Barros (teclados). A décima-quarta faixa é Agora Eu Sei da banda paulista Zero. É a canção mais conhecida do grupo liderado pelo vocalista Guilherme Isnard e conta com a participação de Paulo Ricardo nos vocais e faz parte de seu primeiro disco, Passos no Escuro (1985). O disco é encerrado com Totalmente Demais, o maior sucesso dos cariocas do Hánoi Hánoi. Porém, na coletânea, entrou a versão presente no seu único disco ao vivo, Credus (1995).
O volume 2 da Rock Brasil abre com Olhar 43 do RPM. O quarteto paulista foi um verdadeiro fenômeno do rock brasileiro nos anos 1980, fazendo o país ter momentos de beatlemania, “tirando o sossego” de Paulo Ricardo (voz e baixo), Luis Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo Pagni (bateria). Eles ultrapassaram a barreira de 1 milhão de cópias de seu primeiro disco, Revoluções Por Minuto (1985), do qual Olhar 43 faz parte. Sua turnê resultou no Radio Pirata Ao Vivo, que vendeu 2 milhões de cópias. A segunda faixa é Corações Psicodélicos de Lobão e Os Ronaldos. Quando saiu da Blitz, o cantor e guitarrista carioca Lobão se lançou em carreira solo com o disco Cena de Cinema (1982). Em seguida, se juntou a banda Os Ronaldos com quem lançou apenas um disco Ronaldo Foi Pra Guerra (1984), que contém a faixa da coletânea, além da célebre Me Chama. A terceira faixa é Eu Não Matei Joana D’arc do grupo baiano Camisa de Vênus. Liderado pelo vocalista Marcelo Nova, o quinteto mostrou que rock na Bahia não se resume Raul Seixas. Porém, eles pouco apareciam na TV por conta do nome, que muitos tinham vergonha de pronunciá-lo, pois o Brasil ainda estava nos momentos finais da ditadura militar. Pra quem não sabe, Camisa de Vênus, nos anos 1980, era uma gíria do preservativo sexual, mais conhecido como camisinha. Eu Não Matei Joana D’arc faz parte do segundo disco do Camisa de Vênus, o Batalhões de Estranhos (1984).
A quarta faixa é Núcleo Base do Ira!. Nessa época, os “pobres paulistas” exaltavam em roupas o saudosismo mod inspirado no The Who e na musicalidade do The Jam. Núcleo Base é uma crítica ao alistamento militar obrigatório, além de fazer parte do primeiro disco do Ira!, o Mudança de Comportamento (1985). Desse álbum, o quarteto manteve a sua formação (assim como Os Paralamas) com Nasi (voz), Edgard Scandurra (guitarra), Ricardo Gaspa (baixo) e André Jung (bateria, ex-Titãs, que o trocou por Charles Gavin do próprio Ira!) até o seu fim em 2007, voltando em 2014 sem os dois últimos. A quinta faixa é Uma Noite e ½ da carioca Marina Lima. A canção exaltava o verão brasileiro e faz parte de seu sétimo disco, Virgem (1987). O álbum possui, também, Preciso Dizer Que Te Amo, cortesia do amigo Cazuza. A sexta faixa é Nosso Louco Amor da Gang 90 e As Absurdetes. Liderado por Júlio Barroso, esse grupo nasceu em São Paulo e foi descoberto no festival MPB Shell em 1981, onde tocou Perdidos na Selva, seu outro grande êxito. Nosso Louco Amor faz parte de seu único disco, Essa Tal de Gang 90 e As Absurdetes (1983), além de ter sido tema de abertura da novela Louco Amor da TV Globo. Seu vocalista, Júlio Barroso morreu aos 30 anos, após cair da janela do 11º andar de seu apartamento, no dia 6 de Junho de 1984. Por ter um histórico envolvendo problemas com álcool e drogas, a causa de sua morte mais aceita é a de queda acidental.
A sétima faixa é Exagerado do cantor Cazuza. Após sair do Barão Vermelho, em 1985, Cazuza embarcou em uma carreira solo muito bem sucedida ao lançar, no mesmo ano, o seu primeiro disco. Exagerado foi composto por ele junto de seu produtor, Ezequiel Neves e Leoni, baixista do Kid Abelha, fora que se tornou seu outro apelido. Além de Exagerado, o primeiro disco solo de Cazuza também possui Mal Nenhum, Codinome Beija-Flor e Só As Mães São Felizes. A oitava faixa é Garota Dourada, do grupo paulista Rádio Taxi, que foi formado por ex-integrantes do Tutti Frutti e Secos & Molhados como Willie de Oliveira (voz), Lee Marcucci (baixo), Gel Fernandes (bateria) e Wander Taffo (guitarra). A canção emplacou quando fez parte da trilha sonora do filme Menino do Rio (1981) e deu nome à sua sequência, lançada em 1984, ambos dirigidos por Antônio Calmon. Garota Dourada faz parte do primeiro disco do Rádio Taxi, lançado em 1982. A nona faixa é Perigosa do grupo As Frenéticas. As cariocas não têm nada de rock, mas são respeitadas no cenário musical brasileiro por serem consideradas pioneiras da Disco Music no Brasil. As Frenéticas lançaram Perigosa no seu primeiro disco, em 1977. A décima faixa é Pessoa Nefasta do Gilberto Gil. Ícone de fato da MPB, o cantor baiano é mais um que não tem nada de rock, mas sempre gostou de beber da fonte do gênero, ainda mais que tocou no primeiro Rock in Rio. Gil lançou Pessoa Nefasta em seu décimo quinto disco, Raça Humana (1984).
As duas faixas seguintes foram uma tremenda injustiça com os maiores representantes do rock gaúcho. Eles entraram na coletânea através de covers, ao invés de canções próprias. É o caso do Engenheiros do Hawaii, que ocupa a décima-primeira faixa com Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones. A canção é de autoria do cantor italiano Gianni Morandi, nos anos 1960 e que, na mesma década, já havia sido aportuguesada pelo grupo Os Incríveis. Na versão produzida pelo trio formado por Humberto Gessinger (voz e baixo), Carlos Maltz (bateria) e Augusto Licks (guitarra), foi incluído o Hino da Independência do Brasil em um solo de guitarra. A canção foi lançada em seu quarto disco, O Papa é Pop (1990), cuja turnê os colocou no festival Rock in Rio 2, em 1991. O Engenheiros contava com sucessos de sobra para integrarem a coletânea, como Alívio Imediato, Somos Quem Podemos Ser, Infinita Highway e a própria O Papa É Pop (só para citar alguns). Seus conterrâneos, Nenhum de Nós, vem com a décima-segunda faixa, O Astronauta de Mármore. Cover de Starman de David Bowie, a faixa integra o Cardume (1989), o segundo disco do quinteto, e a turnê os colocou também no Rock in Rio 2. O Nenhum de Nós tinha um sucesso autoral, caso de Camila, que foi lançada no seu primeiro disco, em 1987 e falava de violência contra a mulher.
A décima-terceira faixa é Uma Barata Chamada Kafka, do grupo carioca Inimigos do Rei. A faixa faz parte de seu primeiro disco, lançado em 1989. Esse grupo revelou os vocalistas Paulinho Moska (atualmente na carreira solo) e, o hoje ator, Luiz Nicolau. A décima-quarta faixa é Eu Sou Boy do grupo paulista Magazine. Lançada em seu único disco, em 1983, a canção é uma ode aos office-boys, um típico representante da selva de pedra paulistana. O Magazine era formado por Kid Vinil (voz), Ted Gaz (guitarra), Lu Stopa (baixo) e Trincão (bateria). A coletânea é encerrada por Rita Lee, com Dançar Para Não Dançar. Originalmente gravada no seu melhor disco solo, Fruto Proibido (1975), a versão que está presente na coletânea é de A Marca da Zorra (1995), o terceiro álbum ao vivo da rainha do rock brasileiro.
Quanto aos ausentes, foram muitos. Mas eu menciono aqui o Ritchie, Léo Jaime, Heróis da Resistência (banda pós-Kid Abelha do Leoni), Neusinha Brizola, Absyntho, Eduardo Dusek, Plebe Rude, Celso Blues Boy, Uns e Outros, Tokyo (estréia musical de Supla), João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Roupa Nova e Hojerizah. Não conta apenas os direitos autorais, mas conta também o esquecimento dos responsáveis pela coletânea. Se eu me esqueci de algum nome aqui, podem escrever nos comentários. Porém, a ausência mais sentida, com certeza, foi a da banda brasiliense Legião Urbana. Depois da morte de seu vocalista, Renato Russo, em 1996, a venda de seus discos tiveram um crescimento extraordinário, mas isso não quer dizer que eles vendiam pouco enquanto estavam na ativa. Ainda há uma dificuldade de pedir para Dado e Bonfá uma canção do grupo para uma coletânea relacionada ao BRock.
Apesar das ausências e dos deslizes na escalação de alguns artistas citados acima, a coletânea é recomendável de se ouvir. Não se sabe ao certo o quanto ela vendeu ao todo, fora que, nos dias de hoje, é um item raro. Caso você tenha ficado interessado nessa coletânea, ele só pode ser encontrado mesmo em sites de venda como Mercado Livre. Eu adquiri esses CDs na época de seu lançamento e me fez viajar literalmente nos anos 1980. Quanto à Globo Disk, ela deixou de existir três anos depois de seu nascimento, virando Som Livre Direct. Nos anos 2000, virou Somlivre.com, que recentemente parou de lançar CDs e entrou na era dos aplicativos de celular.
Esse artigo eu dedico à memória de Lidoka, Júlio Barroso, Cazuza, Renato Russo, Marcelo Fromer, Wander Taffo, Ezequiel Neves e Kid Vinil.
Windson Alves
Eis o documentário que citei no artigo. https://www.youtube.com/watch?v=x-7CuuKoeFI