Há oito anos, chegava ao fim um ícone da televisão mundial. A preferência majoritária, talvez, seja Família Soprano e Six Feet Under, mas temos de admitir que a loucura por séries dominou o globo quando aquele avião caiu, lá no Havaí, e fomos alçados a um fenômeno. Nunca mais a experiência de se assistir séries foi a mesma. Brotaram fóruns na internet para discussão de episódios; mil teorias inundaram a internet em uma época em que o conceito de redes sociais engatinhava e ainda não existiam os smartphones; e, claro, milhares de centenas de espectadores que não estavam dispostos a esperar pelas legendas oficiais ocasionaram o surgimento de um grupo bem organizado de legenders para salvar nossas vidas.
Lost acompanhava a vida dos sobreviventes de um acidente aéreo em uma misteriosa ilha. Narrava, através de flashbacks, o que os levou a pegar aquele voo da Austrália para os Estados Unidos e forçava os sobreviventes a enfrentar toda sorte de perigos e mistérios que rondavam a ilha paradisíaca.
Como espectadora, às vezes, eu sinto falta daquela ansiedade que só Lost soube causar. Fringe, em determinados momentos, até conseguiu nos levar àquele nível teorético, mas nada chegou perto. Uns irão contestar, alegando que Game of Thrones causa o mesmo frenesi. Particularmente, não acredito. Queira ou não queira, GoT atinge um nicho e Lost era capaz de atingir gregos e troianos, agradando ou não a todos. Ainda que fosse o espectador casual, todos queriam entender as referências que permeavam a narrativa, a filosofia que a fundamentava, o jogo mental que so Lost foi capaz de estruturar.
E grande parte dos fãs não se conformou com o final da série porque ela cometeu um erro: fez muitas perguntas e não soube respondê-las satisfatoriamente em sua series finale; e aquela história de redenção da alma humana foi uma decepção atroz para muitos. Lost sempre será julgada pelo seu final incompreendido.
Saudade de personagens memoráveis como Jack Shephard, Sawyer, Kate Austen, Juliet Burke, John Locke… Saudade de vibrar com “We have to go back” (“nós temos que voltar”), “Not Penny’s boat” (“não é o barco da Penny”) e tantos outros quotes que compreendem uma verdadeira antologia dentro do universo Lost.
Eu gostaria mesmo é de voltar no tempo e poder viver Lost toda de novo.
Gaby Matos
Uma consideração sobre “Lost – Oito anos desde a finale”