No dia 28 de fevereiro, encerrou-se o prazo para que os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas definissem os vencedores à 90ª edição do Oscar, o maior prêmio da indústria cinematográfica. No domingo, dia 4 de março, a partir das 22h:00 (horário de Brasília), conheceremos os vencedores em cerimônia apresentada novamente por Jimmy Kimmel e transmitida no Brasil pela TNT. Abaixo, como já é tradição por aqui, você confere as previsões do Bloggallerya para o Oscar 2018:
Melhor Filme: A Forma da Água
Possibilidade: Três Anúncios Para Um Crime / Corra!
Considerações: A Forma da Água venceu o PGA (Producers Guild of America Award), uma honra que, por muito tempo, pautou o Oscar. Mas esse padrão não vem se repetindo nos últimos dois anos. Estranhamente, o filme de Guillermo del Toro ficou de fora da categoria principal, a de melhor elenco, no SAG (Screen Actors Guild Awards). E, embora, o vencedor do SAG venha tendo pouco peso no que concerne à categoria de melhor filme do Oscar nos últimos tempos, é raro ver um vencedor do Oscar não ser indicado ao principal prêmio do Sindicato dos Atores… Corra! pode surpreender, mas a Academia (apesar do hype atual de moderninha), está mesmo preparada para premiar um filme tão fora do padrão Oscar? Ainda mais um filme de gênero? E um horror despretensioso, para ser mais específica? Parece alternativo demais para os padrões da Academia. Três Anúncios Para um Crime, infelizmente, é uma potencial ameaça. Venceu o Globo de Ouro, o SAG e o BAFTA nas duas principais categorias. Não é indicativo de que vá vencer o Oscar, mas infelizmente, pode acontecer. Nem o fato de estar de fora da categoria de diretor depõe contra o longa, para ser franca. Então, as chances são bastante favoráveis.
Melhor Diretor: Guillermo Del Toro (A Forma da Água)
Possibilidade: Jordan Peele (Corra!)
Considerações: Del Toro venceu o DGA (Directors Guild of America Awards) e também o Globo de Ouro. Seu Oscar parece quase certo. Jordan Peele recebeu tanto amor nessa temporada de premiações por Corra! (foi indicado ao DGA, como diretor estreante) que até pode ser considerado, mas não parece chegar lá, efetivamente. Christopher Nolan corre por fora. Trabalho estupendo em Dunkirk, mas o filme não recebeu tanto destaque quanto o esperado nessa Awards Season, tendo maior repercussão em categorias técnicas.
Melhor Ator: Gary Oldman (O Destino de Uma Nação)
Possibilidade: Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
Considerações: Oldman colecionou estatuetas de melhor ator em praticamente todos os prêmios célebres deste ano – Globo de Ouro, Critics Choice, SAG, BAFTA, o que confirma seu favoritismo. Injusto dizer que ele leva por conta do trabalho pesado de maquiagem, visto que Oldman é um monstro na interpretação de Winston Churchill. Daniel Day-Lewis corre por fora; vencedor de três Oscars, pode até surpreender em um daqueles raros momentos de imprevisibilidade da premiação. Timothée Chalamet, contudo, é o que chega mais próximo de representar uma ameaça. Vencedor de vários prêmios da crítica, como o New York Film Critics Circle Award, e de ator revelação no National Board of Review, ele começou a Awards Season em alta, fazendo muita gente acreditar que a alardeada vitória de Oldman não se concretizaria. Com apenas 22 anos, é o mais jovem ator a ser indicado ao Oscar. Sua eventual derrota vai gerar revolta no Twitter (ah, esses fandoms… Destroem tudo o que é divertido). Já o filme pelo qual Denzel Washington – um dos favoritos à categoria no ano passado – concorre, é pequeno demais e pouca gente viu (garanto que até membros da Academia ficaram devendo, mas eles fingem que viram e a gente finge que acredita).
Melhor Atriz: Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
Possibilidade: Nenhuma, não.
Considerações: Frances é ótima. O filme é uma bomba. Mas quase todo mundo gostou. A atriz foi agraciada com o Globo de Ouro, SAG, BAFTA, Critics Choice, diversos prêmios da crítica, Troféu Imprensa, Prêmio Multishow, Melhores do Ano do Faustão… Falta o Oscar na sua estante. Não que ela já não tenha um careca dourado, afinal, ela ganhou um em 1997, por Fargo, e chegou perto de levar outro, de atriz coadjuvante, em 2001, por Quase Famosos, além de outras indicações. Uma curiosidade: amanhã, ao ganhar seu segundo Oscar de melhor atriz, ela se une a Vivien Leigh, Ingrid Bergman, Bette Davis, Elizabeth Taylor, Meryl Streep e Hilary Swank, só para citar alguns nomes de atrizes que venceram duas vezes nessa categoria.
Melhor Ator Coadjuvante: Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
Possibilidade: Willem Dafoe (Projeto Flórida)
Considerações: Dafoe está perfeito em Projeto Florida, inclusive ganhou vários prêmios da crítica especializada: de Nova York, Los Angeles, Londres, dentre outros. Mas Woody Harrelson é o meu favorito nessa categoria, mesmo que eu não goste do filme. Harrelson sempre vale a pena. Rockwell é, contudo, o palpite praticamente certeiro. Também venceu o Globo de Ouro, SAG e BAFTA. Que venha o Oscar, então.
Melhor Atriz Coadjuvante: Allison Janney (Eu, Tonya)
Possibilidade: Laurie Metcalf (Lady Bird)
Considerações: Os personagens de Eu, Tonya, embora sejam todos representações de pessoas reais, soam caricatos em um filme de humor ácido baseado em fatos bem dramáticos, quase trágicos… Mas Allison desempenha seu papel com vigor e naturalidade fora do comum, tornando sua personagem algo plausível. Também vencedora de todos os prêmios importantes da temporada, sua vitória no Oscar não parece ameaçada, de fato, mas que Laurie Metcalf é minha favorita ao prêmio, isso é. Impecável como a mãe em Lady Bird. Lesley Manville também está ótima em Trama Fantasma, Octavia Spencer rouba a cena em A Forma da Água, mas como Mary J. Blige foi deixada de lado nessa Awards Season após um desempenho exemplar em Mudbound, é algo que não consigo compreender. Ela é a melhor coisa de um filme que possui inúmeros predicados.
Melhor Roteiro Original: Corra! (Jordan Peele)
Possibilidade: Três Anúncios Para um Crime (Martin McDonagh)
Considerações: Sabe aqueles momentos em que você tem de escolher entre seu lado racional e ser feliz? Pois bem, resolvi ser feliz desta vez, preparadíssima para errar nessa. Mas, em uma era em que o cinema sofre com a escassez de roteiros originais, é tão bom ver um filme como Corra! (abro um parênteses para uma observação: engraçado como, no passado, animações contavam com um texto geralmente adaptado de outras mídias, hoje é um terreno fértil de textos originais…). Um filme de gênero, com um texto inteligente e original, seria fenomenal se levasse o Oscar. Corra! ganhou o WGA (Writers Guild Awards), prêmio do Sindicato dos Roteiristas, então minha aposta não foi lançada, assim, do nada. Pelo contrário, tem um fundamento. Mas havia Três Anúncios Para um Crime no meio do caminho. Infelizmente, pode ser a bola da vez. Lady Bird corre por fora.
Melhor Roteiro Adaptado: Me Chame Pelo Seu Nome (James Ivory)
Possibilidade: Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi (Dee Rees, Virgil Williams)
Considerações: Me Chame… também é vencedor do WGA, na categoria de roteiro adaptado. Um palpite, provavelmente, certeiro. Eu joguei Mudbound na possibilidade, mas acho que passa longe de representar uma ameaça.
Melhor Animação: Viva – A Vida é Uma Festa
Melhor Filme Estrangeiro: Uma Mulher Fantástica (Chile)
Melhor Documentário: Faces Places / Icarus
Design de Produção: A Forma da Água (Paul Denham Austerberry, Shane Vieau, Jeff Melvin)
Fotografia: Blade Runner 2049 (Roger Deakins)
Montagem: Baby Driver (Jonathan Amos, Paul Machliss) / Dunkirk (Lee Smith)
Figurino: Trama Fantasma (Mark Bridges)
Maquiagem: O Destino de Uma Nação (David Malinkowski, Lucy Sibbick, Anita Burger)
Edição de Som: Dunkirk (Richard King, Alex Gibson)
Mixagem de Som: Dunkirk (Gregg Landaker, Gary A. Rizzo, Mark Weingarten)
Trilha Sonora: A Forma da Água (Alexandre Desplat)
Canção Original: “Remember Me” (Viva – A Vida é Uma Festa)
Efeitos Visuais: Blade Runner 2049 (John Nelson, Paul Lambert, Richard R. Hoover, Gerd Nefzer) / Planeta dos Macacos: A Guerra (Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett and Joel Whist)
Curta-Metragem: DeKalb Elementary
Curta de Animação: Dear Basketbal
Documentário em Curta-Metragem: Edith+Eddie
Andrizy Bento
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