Após o sucesso estrondoso e o impacto causado por Making a Murderer, a Netflix aposta novemante no gênero documental. E, caros amigos, novamente um extraordinário acerto. Pode ser que a série trate de um assassinato acontecido em 1969, mas ela não se restringe apenas a isso. A história envolve homicídio, abuso sexual, e o impacto causado por uma professora em suas alunas que, quase cinquenta anos depois, se unem para encontrar a resposta definitiva para a pergunta que as atormenta: Quem matou Cathy Cesnik?
A produção conta com sete episodios e tem como foco uma morte misteriosa, sem respostas aparentes: a da Irmã Cathy. Anos após o trágico ocorrido, suas alunas se reuniram em um grupo no Facebook: Justiça para Irmã Cathy, onde buscam informações que levem à resolução do assassinato. Subitamente, o espectador é envolvido por uma narrativa perturbadora que está intrinsecamente ligada à morte da freira. Ela era professora de um colégio comandado pela Igreja Católica, e no qual padres estupravam as alunas sistematicamente.
Tudo te impressiona na trama; como mulheres, mesmo tanto tempo depois, ainda sofrem com as lembranças traumáticas do passado . Como a corrupção ajuda a proteger o “status quo”: igreja e (pretensa) justiça. Não importa o sofrimento delas, os abusos dos quais foram vítimas. O que importa é manter a honra dos padres intocável. Você leva sete episódios em busca de respostas e, talvez, elas não venham a contento. No entanto, aprendemos que a força e coragem de uma professora podem moldar as mentes de jovens estudantes em um ambiente opressivo. Ela pode ter morrido na mão de algum lunático pervertido. Mas a sua missão como freira e catedrática foi cumprida. Ela ensinou boas e obedientes meninas a se transformarem em grandes e independentes mulheres.
Gaby Matos