Old City Blues

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Roteirizada e ilustrada pelo jovem Giannis MilonogiannisOld City Blues surgiu como webcomic, ganhando, posteriormente, as páginas de uma publicação física pela editora Archaia Studio Pressi, a mesma de títulos como Artesia Os Pequenos Guardiões. O lançamento oficial do primeiro volume da série ocorreu em julho de 2011, nos Estados Unidos. Trazendo influências que saltam à vista de imediato – como Blade Runner e Akira – a HQ é ambientada em um futuro pós-apocalíptico e mescla cyberpunk com thriller policial, recorrendo a alguns lugares-comuns de ambos os gêneros.

A trama acompanha o trabalho do detetive Solano, que integra a divisão especial da polícia de New Athens, e faz o possível para manter a ordem em uma cidade mergulhada no crime, corrupção, tráfico de drogas, contrabando e cercada por poderosas corporações em pleno ano de 2048. A metrópole New Athens foi construída sobre as ruínas do que, outrora, foi a Grécia.

Apesar desta ambientação atraente já pela descrição, Old City Blues não é necessariamente inovadora em termos narrativos, mas trata-se de uma obra envolvente mesmo assim. A arte é um primor, conta com um traço rebuscado, preciso na representação de uma atmosfera caótica e traz um dos preto e branco mais bem elaborados que vejo em muito tempo.

Os personagens não oferecem muita complexidade, mas tem seu carisma. O herói da história, o detetive Solano que estampa a capa, é bem o que se espera de um personagem central de um thriller cyberpunk. E, como não poderia deixar de ser, o vilão hi-tech megalômano está lá. Os diálogos espertos e a agilidade e energia da narrativa ajudam Old City Blues a passar uma boa primeira impressão a despeito de alguns clichês e da ausência de um roteiro realmente original. Mas só pela arte, conceito e referências – apontando para tramas ainda mais instigantes nos próximos volumes –  a leitura já é altamente recomendável.

Para completar, tem uma história bônus e, nas últimas páginas, conhecemos mais a respeito do autor da obra de apenas 26 anos, em uma minibiografia em quadrinhos – um verdadeiro achado – na qual ele revela suas influências (atente para a imagem emblemática de Blade Runner!), fala sobre o processo de produção de Old City Blues e como começou sua carreira na nona arte. Apesar de alguns recursos manjados, esta HQ ciberdistópica vale muito a pena e merece um lugar na estante.

Andrizy Bento

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