Depois de um longo inverno, durante o qual só tivemos um vislumbre de Sherlock em um delicioso especial de natal passado no icônico século XIX, finalmente a tão esperada quarta temporada da série (ou seria minissérie?) estreou. Bem, para alguns espectadores se tratou de uma grande decepção e desde que eu terminei de ver me faço a mesma pergunta. O suposto final de Sherlock foi ruim? Ou a maioria não entendeu que o protagonista, como qualquer outra pessoa, mudou e essas mudanças se refletem no modo de agir das pessoas e, portanto, ele não podia ser o mesmo dos dez episódios anteriores!
Agora, Sherlock (Benedict Cumberbatch) não é apenas o sociopata genial, inimigo de Moriarty (Andrew Scott). Ele é irmão de Mycroft (Mark Gatiss), amigo e padrinho de casamento de John Watson (Martin Freeman). Com isso, não quero dizer que a essência de Sherlock mudou. Ela continua lá, porém, ao invés de apenas fazer o que agrada a si mesmo, agora ele repensa suas ações, sabendo que o quer que faça, irá repercutir nas vidas daqueles que o cercam.
Todos os seus atos foram pensados e milimetricamente calculados para ajudar Mary Watson e, para a nossa surpresa, tudo o que aconteceu com a família Watson foi obra de Jim Moriarty e de Eurus Holmes (Sian Brooke). Sobre Moriaty: eis o defunto que não dá descanso. E a respeito da irmã de Sherlock, o que dizermos dela? Uma ótima vilã mal utilizada ou apenas levamos tempo demais para descobri-la, uma vez que ela conheceu Moriarty há cinco anos e indiretamente sempre esteve por perto?
Portanto, meu veredicto é esse: Sherlock foi bom, sim. O problema é que passamos muito tempo sem vê-lo e não estávamos preparados para todas as mudanças psicológicas sofridas pelo nosso querido detetive. O último episódio teve ótimos momentos como Mycroft levando pito dos pais. E também teve o desnecessário epílogo narrado por Mary Watson. Acho que Sherlock merecia uma series finale mais digna de ser chamado de series finale. Mas será mesmo esta a despedida de Sherlock e John Watson?
Gaby Matos