Há um ano, a comunidade seriamaníaca impactou-se com a notícia de que a Netflix ofereceu à showrunner Amy Sherman-Palladino a oportunidade de terminar Gilmore Girls do seu jeito. A cultuada série, de sua autoria, foi cancelada há dez anos quando o show já não estava mais em suas mãos.
Para melhor situá-los, há quase uma década, a emissora CW surgiu da fusão de alguns outros canais, como a UPN e a The WB – a última na qual Gilmore Girls era exibida. Na época, tentaram entrar em um acordo com Amy sobre a produção de apenas mais uma temporada. Porém, ela queria duas. Feito o impasse, David S. Rosenthal assumiu como showrunner e descaracterizou a série, dando aos fãs um sétimo ano odiado por 99% dos fãs. Aquelas personagens retratadas na tela durante a última temporada definitivamente não eram Rory e Lorelai, e a despedida deixou aquele gosto amargo de que não tinha terminado bem. Todo o potencial da série não foi respeitado.
Ah! E Amy encheu nossos ouvidos durante esses anos dizendo que sempre soube quais seriam as últimas quatro palavras que fechariam Gilmore Girls. Imagina, a curiosidade do fandom?
Pois bem, em novembro, a nossa querida Netflix, nos deu mais um ano na fictícia Stars Hollow em quatro episódios na sequel em formato de minissérie batizada de Gilmore Girls: A Year in the Life. Assim, pudemos matar a saudade – além de Rory e Lorealai – do sempre ranzinza Luke e seu mágico café; e de Kirk… Como vivemos esses dez anos sem Kurk? Sem as reuniões do Conselho da cidade? Sem Michael e seu adorável e arrogante sotaque francês? Só em Stars Hollow temos um bar secreto.
Hart of Dixie bem que tentou – só tentou um pouco – ser Gilmore Girls. E jamais conseguiu.
Talvez hoje não consigamos compreender inteiramente o porquê de amarmos tanto aquilo. Hoje, somos “maduros” ou fazemos de conta que somos. Talvez paremos para pensar como fomos achar Lorelai uma personagem tão legal, sendo ela egoísta, loquaz e que fala muito rápido? Mas como dizem: “Lorelai é uma força da natureza” e forças da natureza são incontroláveis. E percebemos também que a idade nos deixa um pouco chatos, Lorelai continua cool e duvido que alguém consiga fazer referências nerds como ela. Duvido! E Rory, talvez, seja o retrato de muitos de nós, meio perdidos pelo mundo, em busca de um caminho.
E juro começar dez terços para que aquelas últimas quatro palavras não sejam definiticamente as últimas quatro palavras de Gilmore Gilrs. Nossa Senhora das Séries não vai permitir!
Gaby Matos
Uma consideração sobre “Gilmore Girls: A Year in the Life”