Voltamos! Os pilotos não param. Não posso afirmar que a qualidade é proporcional à quantidade de pilotos que surgem. O pecado continua sendo o mesmo há umas duas temporadas: os revivals de sucessos do passado. Talvez isso se deva a concorrência com os streamings e os canais fechados. Sim, amigos, a vida da TV aberta não anda em seus melhores dias.
Lethal Weapon (Fox)
AKA Máquina Mortífera. Outra tentativa de remake. Será que funciona? Mais ou menos. Metade das falas de Danny Glover no filme não são repetidas na série. Você sabe como são as tradicionais famílias classe-média americanas, não é mesmo? Não aguentam ouvir palavras de baixo calão na televisão aberta, portanto, um grande filão que poderia vir a se interessar pela história, periga passar batido (isto é, os fãs dos filmes). Os atores que interpretam respectivamente os papéis de Mel Gibson e Danny Glover dão conta do recado? Mais ou menos também. Como todo o restante do piloto, ele é muito mais ou menos. Se vinga ou não, o futuro dirá.
MacGyver (CBS)
Alguém me explica por quais motivos trouxeram de volta esse personagem icônico dos anos 1980? Ele simplesmente não funciona em um contexto atual. Sim, há trinta anos era o máximo ver alguém derrubar um avião utilizando uma moeda e um clipe de papel, mas em 2016, com a internet à disposição e tantos hackers conseguindo fazer exatamente o mesmo de seus próprios smartphones em outros seriados, isso é, no mínimo, fora de tom. Fuja de uma bomba se meus conselhos servem. Simplesmente fuja! Vale ressaltar que o piloto foi regravado de tão ruim. Imaginem só!
Pure Genius (CBS)
Os americanos têm três vícios: Séries policiais, séries jurídicas (Lei e Ordem está aí para provar) e séries médicas (ER, Greys Anatomy, House e tantas outras). Pure Genius se enquadra na última categoria e conta a história de um rei da informática que une sua admirável inteligência aos melhores e mais renomados médicos e constrói um hospital de ponta só para solucionar casos dados como impossíveis. Sinceramente, o piloto é ruim de doer. Tecnologia em excesso e falta algo entre os personagens – química, empatia, enfim. Falta tudo. Mas se você tem 42 minutos para desperdiçar, assista e me conte se vale a pena ver mais episódios.
Travelers (Showcase / Netflix)
Um mundo destruído recebe seis pessoas vindas do futuro com a missão de salvar o planeta de um destino cruel. Juro que se eles viessem salvar o mundo no dia 9 de novembro de 2016, a fim de nos salvar de Donald Trump, eu não iria reclamar. O modus operandi é que os seis designados para a missão viajem entre corpos, assumindo a vida dos mesmos. E , desse modo, tentar cumprir seu intento. O piloto demora para engatar, mas vale a pena colocarmos Travelers entre aquelas séries que vemos, pelo menos, cinco episódios para decidir se ela vai ou não para a grade.
Goliath (Amazon)
Como já mencionado em outros artigos dessa coluna, existem deuses na indústria televisiva americana e um deles se chama David Kelley. Só isso é justificativa suficiente para conferirmos o piloto de Goliath. Ainda há outros agrados como William Hurt e Billy Bob Thorton. A produção versa sobre o que aconteceu com um grande advogado que, atualmente, se reduz a um defensor público que nem ao menos sabe o nome de seus clientes. O que nos leva a seguinte indagação: o que diabos houve com o McBride? O que levou o advogado bambambam a essa condição? O seu retorno se dá quando um caso cai em seu colo, que não passa de um mero acordo para uma possível investigação de crime. Detalhe: o processo é contra sua antiga firma e que ainda leva o seu nome. Episódio bem realizado, que nos incita a acompanhar e descobrir qual será o rumo de McBride.
PS.: O guia vai voltar. Óbvio! Logo? O futuro dirá, mas prometo regressar com opiniões sobre Westworld (aquele tipo de produção que coloca mil caraminholas em sua cabeça… “Você já questionou a natureza da sua realidade” é o mínimo que você pensa ao fim de cada episódio). The Crown (mais uma série sobre realeza britânica. Quem manda eles serem sempre bafônicos?), e The Young Pope (Jude Law como Papa; o cineasta italiano vencedor do Oscar, Paolo Sorrentino, assina a direção; Diane Keaton co- estrela a série; e garanto: é um baita piloto).
Eu voltarei! 😉
Gaby Matos