Personalidade: Louis Garrel

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A revolução estudantil e a consequente efervescência cultural e política que a capital francesa atravessou no final da década de 1960 era o mote do apaixonante longa Os Sonhadores, de 2003. E esse cenário retratado nas telas – uma Paris em ebulição, envolvente, inebriante e explosiva – não poderia ser mais perfeito para que surgisse um novo talento que, logo, também se tornaria sex symbol. Louis Garrel foi dirigido por Bernardo Bertolucci em seu primeiro grande trabalho no cinema. O ator começou a atuar ainda aos seis anos de idade, mas foi com o personagem Theo, irmão gêmeo de Isabelle (a também talentosa, Eva Green), que ele despontou no grande ecrã, sendo até o momento, seu papel mais lembrado.

Filho do cineasta Philippe Garrel, tendo estrelado vários filmes do pai, o ator coleciona elogios da crítica, longas em festivais e suspiros ao redor do planeta. Afinal, além de sua eficiência no quesito interpretação, o ator francês possui um inegável charme e carisma que não passa despercebido pelo espectador.

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Nascido em 14 de junho de 1983, em Paris, Louis começou a atuar ainda criança em um filme de seu pai, Philippe Garrel, intitulado Les Ministères de l’art. Pode-se dizer que, desde que nasceu, sua vida esteve intrinsicamente ligada à sétima arte, uma vez que além de ser filho de um diretor de cinema, sua mãe, Brigitte Sy, é atriz e fez seu début na direção em 2010 com a produção francesa De Mãos Livres, bem recebida pela crítica.

Filho de peixe… E neto também, afinal seu avô, era o ator francês Maurice Garrel, falecido em 2011.

Considerado um dos rostos mais conhecidos do cinema francês, Louis tem mais de 30 filmes no currículo, sendo os mais marcantes de sua carreira – além de Os SonhadoresAmantes Constantes (2004) de Philippe Garrel, que lhe rendeu um prêmio César de melhor ator estreante; sua extensa colaboração com o cineasta Christophe Honoré que inclui os ótimos Em Paris (2006), o musical Canções de Amor (2007) e A Bela Junie (2008) que parecem compor uma trilogia, além de Minha Mãe (2004) e Bem Amadas (2011); e o drama biográfico Saint Laurent (2014) de Bertrand Bonello, que estrelou ao lado de Gaspard Ulliel. Louis também faz uma breve participação em Amores Imaginários (2010), longa de Xavier Dolan, premiado em Cannes.

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Falando em Cannes, o tradicional festival de cinema que ocorre todos os anos na França é quase a segunda casa de Louis Garrel. O ator marcou presença em 2007 com Canções de Amor de Christophe Honoré; em 2008 com A Fronteira da Alvorada de Philippe Garrel; novamente ao lado de Honoré, mas fora de competição, em 2011, com Bem Amadas que encerrou o festival; em 2015 com Dois Amigos, sua estreia na direção, exibido na Semana da Crítica, seção paralela do Festival; e, recentemente, ao lado de Marion Cotillard (isto é, duas das criaturas mais sexys da história do cinema, juntos) com Mal de Pierres de 2016, ainda inédito no Brasil. Ora tendo seus filmes vaiados (como é o caso deste último e de Fronteiras da Alvorada), ora aplaudido e elogiado (Canções de Amor e Dois Amigos), sua relação com o Festival de Cannes não mostra dar sinais de desgaste por enquanto. Muito pelo contrário; provavelmente ainda o veremos em várias das edições futuras do festival.

Além de acumular as funções de ator (de teatro e cinema) e cineasta, Louis também arrisca soltar a voz de vez em quando e até se aventura como garoto propaganda. Convidado por Alex Beaupain (compositor cujas canções serviram de inspiração para que Honoré escrevesse o roteiro de Canções de Amor) a subir ao palco em alguns de seus shows, Garrel cantou ao vivo, ao lado do músico e da atriz Ludivine Sagnier, as mesmas canções que interpretou no filme.

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Eleito um dos maiores símbolos sexuais e ícones de beleza do continente europeu, estampando capas de revistas como a Elle francesa e protagonizando ensaios fotográficos como para a italiana Io Donna, era de se esperar que acabasse recebendo convites para estrelar campanhas publicitárias. E foi o que aconteceu em 2014, quando se tornou o rosto da fragrância Valentino Uomo.

Na vida pessoal, viveu um longo relacionamento com Valeria Bruni Tedeschi, irmã da ex-primeira dama francesa, Carla Bruni; e namorou a atriz iraniana Golshifteh Farahani, com quem rompeu há um ano.

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Dentre seus próximos projetos, destaca-se Redoutable, filme de Michel Hazanavicius (vencedor do Oscar por O Artista), no qual Louis interpretará ninguém menos do que o cineasta francês, expoente da Nouvelle Vague, Jean-Luc Godard.

Um dos aspectos mais interessantes e até audaciosos de sua carreira cinematográfica, é o fato de apenas estrelar filmes na Europa, sobretudo em seu país de origem, declinando convites de Hollywood e sempre buscando projetos mais autorais, sendo até mesmo comparado a outro ator-fetiche do cinema francês, mas de uma época distinta, Alain Delon.

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Atuando, dirigindo, produzindo, cantando ou emprestando sua fina estampa para protagonizar comerciais, a representatividade de Louis Garrel é incontestável. Símbolo de talento, beleza e originalidade, o muso francês construiu uma trajetória de sucesso e ainda promete importantes e ousados passos em sua carreira no futuro. Não é à toa que não só a França e o restante da Europa, mas gente de todo o globo vem nutrindo uma verdadeira paixão pelo ator. Louis Garrel é irresistível.

Andrizy Bento

3 comentários em “Personalidade: Louis Garrel”

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