Personalidade: Cazuza

cazuza

Ele seguiu sua estrela, o seu brinquedo de star e entrou para a história da música brasileira. Cazuza, o poeta exagerado. Comumente chamado assim por conta de seu maior hit, a canção Exagerado. E não poderia haver uma definição mais perfeita, uma vez que o músico vivia intensamente.

Agenor de Miranda Araújo Neto nasceu em 4 de Abril de 1958. O curioso é que ele recebeu o apelido de Cazuza (que significa moleque na região nordeste) de seus pais antes mesmo do seu nascimento. Dizem até que, na infância, ele nem sabia exatamente qual era o seu nome de batismo, tanto que nem mesmo respondia a chamada na escola. E foi por este nome pelo qual sempre foi chamado que o talentoso garoto ficou conhecido e tornou-se popular como artista.

Sem dúvida, a música sempre esteve em sua essência, afinal, era filho do empresário e produtor musical João Araújo (falecido há três anos) e, desde pequeno, escutava muitas canções da MPB, uma de suas maiores influências. No ano de 1972, em uma viagem de férias para Londres, conheceu alguns dos principais expoentes do rock inglês, como Led Zeppelin e Rolling Stones, bandas das quais se tornou um grande admirador.

Em 1976, após desistir do curso de comunicação, seu pai lhe arrumou um emprego na gravadora que fundou, a Som Livre.  Lá, Cazuza trabalhou fazendo triagem de fitas de novos músicos.

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Cazuza ingressou no famoso grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone em 1980, que costumava se apresentar na popular casa de shows Circo Voador (importantíssima para o cenário musical dos anos 80). Foi exatamente onde ele cantou pela primeira vez em público. Não demorou muito para ele ser notado pelo cantor Léo Jaime que o chamou às pressas para ser seu substituto em uma nova banda que havia se formado há pouco, o Barão Vermelho. Cazuza ficou quatro anos à frente da banda ao lado de Roberto Frejat que se tornou seu principal parceiro musical. Juntos, os dois assinaram diversas canções – como Bete Balanço Pro Dia Nascer Feliz – e se tornaram uma das mais famosas duplas de compositores do nosso país. Além deles, também integravam a banda Dé Palmeira, Guto Goffi e Maurício Barros.

Com o Barão, lançou três discos: Barão Vermelho (1982), Barão Vermelho 2 (de 1983, que incluía Pro Dia Nascer Feliz, conhecida primeiramente na voz de Ney Matogrosso) e Menor Abandonado (1984). Durante sua carreira solo, lançou cinco discos: Exagerado (de 1985), Só Se For a Dois (1987), Ideologia (1988), O Tempo Não Para (disco ao vivo, lançado em 1988) e Burguesia (de 1989, último álbum que lançou em vida). Sem falar dos álbuns póstumos, Por Aí (1991) e O Poeta Está Vivo – Ao Vivo No Teatro Ipanema 1987 (2005). Até hoje são lançadas muitas coletâneas do artista e alguns álbuns em tributo ao artista, com outros músicos interpretando suas canções.

Além de cantar, Cazuza atuava. É possível conferir suas performances nos filmes Bete Balanço e Um Trem Para as Estrelas, ambos baseados em suas canções.

Neste mês de abril, se estivesse vivo, Cazuza estaria completando 58 anos. Porém, infelizmente, partiu muito cedo para outras esferas, aos 32 anos de idade, devido a complicações decorrentes do vírus HIV, do qual descobriu ser portador em 1987. Ainda assim, permanece na memória popular, sempre lembrado pelo seu talento e letras marcantes, afinal aquele que garoto que queria mudar o mundo, não apenas assistiu a tudo em cima do muro. Ele fez e aconteceu, tornando-se uma das figuras mais representativas do nosso país. Não é à toa que na edição de de outubro de 2008 da revista Rolling Stone, Cazuza apareceu na 34ª posição na lista dos 100 maiores artistas da música brasileira.

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“O poeta está vivo,
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história”

E, realmente, continua a impulsionando, conquistando diversos admiradores de sua obra  através das gerações.

Adryz Herven

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