Filmes de terror povoaram a minha adolescência. Era moda na época. E um dos maiores clássicos daqueles tempos foi A Profecia, de 1976, que teve uma carreira longeva no cinema, chegando a ganhar duas continuações, sem falar no remake de 2006. A história é bem simples: a esposa de um embaixador perde o bebê. No hospital, lhe oferecem outra criança para substituir seu filho morto e ele aceita, criando o menino chamado de Damien como se fosse seu. Porém, Damien é o anticristo e todos os terrores de criar esse bebê recaem sobre a família que o adotou. Como se vê, a história é simplória e o caráter aterrador do filme vinha da boa direção de Richard Donner e da interpretação do elenco, especialmente de Gregory Peck que protagonizava o primeiro filme.
Pois bem, o canal A&E apostou em um remake – se é que eu posso chamar assim – do filme A Profecia, embarcando na nova onda de adaptar longas de sucesso dos cinemas para a telinha da TV em séries e minisséries. Assim, vemos Damien já adulto, com 30 anos, e aparentemente sem saber de nada do que ele passou na infância. Pelo que dá para entender, ele foi protegido por uma seita (?) E esse grupo que o protege deu a ele uma “vida” até o momento em que deverá assumir o seu lugar. Mas que lugar seria esse?
Damien é um fotojornalista que costuma cobrir guerras e a indagação que surge a partir daí é: será que ele é movido por tragédias? Uma pergunta que a série tenta responder, todavia o que sabemos é que ele não é o “anticristo” que seus seguidores esperam. Será que ele cederá à tentação? Cederá ao mal? Admito que vi o primeiro episódio por apego sentimental ao filme original de 1976, que assisti quando criança. Mas a série acabou me ganhando, mesmo que seja só pela duração regular de cinco episódios.
Falando nisso… Será que me arrisco na nova investida daquela showrunner que não deve ser nomeada?
Gaby Matos
Uma consideração sobre “Damien”