No último mês de 2015, a Netflix surpreendeu seu público com uma série documentário que foi chamada nas redes sociais de docussérie e que causou um verdadeiro frisson entre os seriemaníacos. Se você nunca ouviu falar de Steven Avery, certamente passou o último mês do ano em alguma geleira da Antártida.
Resuminho rápido da história: Avery era um garoto problemático em sua cidade, mas nunca gerou grandes conflitos. Foi detido, por exemplo, por machucar um gato ou por assaltos simples. Em um momento estável de sua vida, quando Avery havia se casado e tido três filhos, foi acusado de abuso sexual. Logo de cara percebemos que ele é inocente e sua prisão foi obra de manipulação do xerife local que era seu “inimigo”. A suposta vítima do abuso foi completamente manejada para que reconhecesse Steven como o homem que a atacou. Desse modo, ele passa 15 anos preso por um crime que não cometeu. No momento do ataque, a tecnologia do DNA ainda não era conhecida. E, quando isto passa finalmente a ser utilizado como prova, aqueles que o prenderam arranjam uma maneira de impedir seu uso. Até que uma ONG consegue fazer com que a investigação seja levada adiante e o DNA, analisado. Desse modo, Avery é solto. Obviamente, ele entra com um processo milionário contra a cidade e aqueles que o prenderam.
E, de repente, a vida de Avery vira completamente de novo. Agora ele é acusado pelo assassinato da fotógrafa Teresa Halbach. Durante nove episódios, nos é apresentada toda história do julgamento: Povo x Avery e seus pormenores.
Com sete episódios assistidos, eu não posso afirmar se Avery é inocente ou culpado. A única certeza que temos é que ele merecia, sim, um julgamento justo, coisa da qual ele foi privado. Por minha própria culpa, eu não resisti e já sei o que vai acontecer com ele. Isso tira a graça da docussérie? Não, pelo contrário, acho que você terá uma visão mais ampla do que verdadeiramente aconteceu com Avery. E se não temos certeza sobre a inocência ou culpa dele, sabemos que certamente seu sobrinho foi covardemente manipulado pela polícia e envolvido na história.
Ouvi de alguns que Making a Murderer pode ser considerada a melhor coisa que surgiu em termos de televisão nos últimos anos. Não é para tanto, mas vale a pena você dedicar algumas horas da sua apertada grade para conhecer a inacreditável história de Avery e, de quebra, juntar-se à trupe que eu integro, na qual ansiamos saber o que realmente aconteceu com Teresa Halbach.
Adendo: Galera, prometo indicações da mid-season para breve. Ainda não saiu porque estou esperando uma certa estreia da CW…
Gaby Matos
Uma consideração sobre “Making a Murderer”