Admito que fiquei meio assustada quando soube da produção da série, afinal vivemos em uma onda de shows protagonizados por super-heróis de quadrinhos surgindo aos montes por aí. Tem algumas máximas que afirmam que, nesse universo, não importando a origem, seja Marvel ou DC, uma verdade é inexorável: não existe, ou melhor, não existia espaço para protagonismos femininos.
Isso vem mudando, ainda bem…
Supergirl é uma personagem difícil, porque ele carrega consigo uma aura e conceito complicados por natureza, que se reduzem a ser uma cópia do Superman na versão feminina (aliás, sempre achei trágico por demais ele ser o único sobrevivente de Krypton, portanto a personagem é mais do que bem-vinda). Como o mundo lidará com uma releitura feminina do Homem de Aço? Em um universo – mesmo o dos super-heróis – no qual uma mulher é chamada de periguete só porque não tem um namorado fixo, essa proposta parece arriscada por conta de inúmeros fatores, especialmente os rótulos impostos pela sociedade. Vide Chris Evans que interpreta o Capitão América e Jeremy Renner, o ator que dá vida ao Gavião Arqueiro, chamando uma mulher sem amarras, a queridíssima Viúva Negra, de vadia porque ela tinha uma ligação forte com Clint no primeiro filme dos Vingadores, flertou com Steve Rogers no segundo exemplar solo do Capitão América e, de repente, se envolveu amorosamente com Hulk no segundo longa dos Vingadores (clique para entender a história). Aparentemente o mundo ainda não está preparado para tratar a mulher da forma como ela merece, com a igualdade de gêneros.