Galera, estamos em plena fall season, período que tem início em setembro e compreende aquela época do ano que todo seriador ama, no qual várias estreias pipocam por todos os lados e, detalhe, todo mundo fica louco sem saber o que ver primeiro. Pois bem, como nós amamos nossos leitores (convém grifar), e sabemos que o principal problema de todo o seriador é o tempo disponível, propomos um guia de estreias, assim como o que fizemos durante o hiatus. Não prometo ver todas as estreias, mas o máximo que puder e, para ser justa comigo mesma e meu escasso tempo, vamos dividir o guia em três partes. Aviso aos navegantes: o guia apresenta minha visão somente dos pilotos. Se as séries irão melhorar ou piorar, o tempo dirá.
Scream Queens
Esta é uma típica série com o selo Ryan Murphy (o homem por trás dos sucessos Glee e American Horror Story) então sabemos que, em sua essência, ela é repleta de excessos e exageros. Transmitida pela Fox, Scream Queens parte de uma premissa batida envolvendo uma irmandade, uma egoísta rainha da popularidade e, claro, um bando de garotas que não se enquadram nos “padrões” querendo entrar na tal irmandade. Ah, a série ainda tem uma vibe de Pânico (até o nome da série remete ao título original do filme em inglês, Scream). Se eu recomendo? Não, o negocio é ruim de doer, mas vai que você curte o gênero? Se você é um desses, vá lá conferir e curta com prazer.
Heroes Reborn
Reborn não é um remake, trata-se mais de uma continuação da série original da NBC que estreou em 2006 e foi um grande sucesso com direito a uma enorme e barulhenta fanbase. Esta nada mais é do que uma minissérie em treze episódios. Assisti apenas às duas primeiras temporadas de Heroes e, antes que me acusem de preconceito, preciso dizer que sim, eu conheço a mitologia da série e afirmo sem medo: o produto que dá sequência ao que ficou inacabado em 2010 não é atraente. O criador Tim Kring deveria ter agarrado essa nova chance e feito algo melhor, inclusive não repetir (ou corrigir) os erros da original. Na trama, pessoas com poderes extraordinários tiveram de se esconder e omitir seus poderes após o governo culpá-los por um ataque terrorista em Odessa, no Texas, que devastou a cidade. A série retrata os eventos protagonizados pelos novos superdotados um ano após o ocorrido. Kring deveria ter pensado em um produto que não fosse segmentado, que não tivesse como público-alvo apenas os fanáticos por Heroes. Tomemos como um bom exemplo o filme derivado de Veronica Mars – está certo, é um filme para fãs, no entanto, aquele espectador desavisado que ver o longa sem conhecer previamente a série, não ficará perdido. Pode não entender as referências, mas compreenderá a trama e seu contexto. Não é o que acontece com Reborn. Sim, eu fiquei perdidinha. Ou seja, se você não conhece nada da mitologia de Heroes, corra de Heroes Reborn.
Limitless
Um estilo que existe em abundância na TV americana é o procedural, séries focadas no famoso caso da semana. A produção da CBS – que dá sequência ao filme homônimo de 2011, estrelado por Bradley Cooper que também integra o elenco da série – investe na história de Brian Finch, um músico frustrado que jamais conseguiu atingir o sucesso que almejava. A vida dele muda radicalmente quando o pai, que ele venera, adoece. Por conta de uma sucessão de fatos, o protagonista reencontra um colega que lhe dá uma pílula milagrosa. Esse comprimido aguça os seus sentidos e o transforma em um gênio. A partir daí, ele se mete em uma baita encrenca. A trama foca em Brian utilizando seu novo dom de forma a ajudar o FBI a solucionar os casos da semana. Sim, procedurais se repetem, mas podem ter seu encanto e o piloto de Limitless vale a pena e nos deixa na expectativa para conferir como a trama se desenvolverá no segundo episódio e nos posteriores.
Minority Report
Minority Report, exibida pela Fox, é mais um roteiro requentado que evidencia que a crise de criatividade está batendo mesmo à porta dos produtores das emissoras norte-americanas. A série continua do ponto em que o filme homônimo de 2012, dirigido por Steven Spielberg, terminou. Um dos precogs (os paranormais que, no longa, podiam visualizar o futuro e punir os culpados de crimes antes que estes fossem cometidos) apresenta dificuldades para levar uma vida humana normal e continua tendo visões do futuro. É então que ele conhece uma detetive assombrada por visões do passado, mas que pode ajudá-lo a encontrar um objetivo na vida com seu dom. Sinceramente não curti o filme e, talvez por isso, não tenha curtido o episódio de estreia. Mas o piloto é bom, bem estruturado e, se você é fã do original, pode valer a pena acompanhar.
Blindspot
Um gênero que eu aprecio é o procedural com toque de espionagem e suspense. E Blindspot, produção da NBC, oferece exatamente isso – uma trama que faz com que várias interrogações surjam na cabeça do espectador. A série começa com uma ameaça de bomba nas ruas de Nova York. Aparentemente, a bomba está dentro de uma mala abandonada no meio da Times Square com um estranho recado: “Hello, call the FBI”. De repente, ao invés da explosão esperada, de dentro da mala sai uma mulher nua, com o corpo coberto de tatuagens, incluindo o nome de um agente. A partir deste fato, vários questionamentos e dúvidas pairam sobre nossas cabeças: por que o nome do agente foi tatuado? Por que essa moça está coberta de tattoos? O que tem por trás destas enigmáticas figuras no corpo dela? Obviamente existem motivos que explicam tudo isso. E ainda há mais uma indagação: por que uma agente treinada (a tal mulher das tatuagens) se sujeitou a essa missão por livre e espontânea vontade, como constatamos no decorrer do piloto?
Quantico
O melhor piloto visto até agora. A série é dos mesmos produtores de Criminal Minds e, só por isso, sabemos que as chances de estarmos diante de um produto de altíssima qualidade são enormes. O episódio inaugural de Quantico, da ABC, ocorre em dois períodos de tempo, intercalando um momento atual de tensão com o passado recente dos personagens envolvidos, de modo que possamos acompanhar melhor a história e seu fio condutor. Desta forma, narra a entrada de uma turma de calouros em um centro de treinamento do FBI que dá título à série e, paralelamente, mostra acontecimentos futuros, com a turma já formada, e Nova York sob um novo ataque terrorista muito similar ao do fatídico 11 de setembro de 2002. A narrativa é instigante, tornando desde já válido acrescentá-la à grade (já lotada, diga-se de passagem) desta que vos fala.
The Bastard Executioner
The Bastard é nada menos do que a nova incursão na telinha dos produtores da cultuada Sons of Anarchy. Só por esta informação, já podemos deduzir que o elemento central da nova trama é a extrema violência. De forma a fluir mais facilmente (e justificar o fato de recorrer demasiadamente a este artifício) a série se passa no século XIV, na Inglaterra, em um período extremamente cruel. A narrativa é centrada em um soldado da corte do Rei Edward III. Atormenta-do pelos efeitos da guerra, decide abandonar essa vida e recomeçar. Porém, logo começa a atuar como carrasco e se vê novamente envolvido com a brutalidade que deu o tom à sua trajetória até então. Época escolhida a dedo para situar a trama e, talvez, também tenha sido a opção mais segura para escapar de, eventualmente, nos remeter a Sons of Anarchy em algum momento. Mas achei o piloto falho, pois este não soube definir exatamente de que se trata. O episódio de estreia tem uns toques espirituais que, sinceramente, destoaram um pouco da proposta inicial e me afastaram da ideia de inseri-la na minha grade. Deixo claro que, em minha opinião, o piloto não vale a pena, mas se lhe indicarem a série, não é necessário correr para as colinas. Pode valer o risco.
O guia continua…
Gaby Matos
Que guia máximo! Obrigada por compartilhar com a gente. Fiquei super curiosa e já quero assistir a todas. Scream Queens já estou acompanhando.
Beijos :*