Despedir-se é sempre difícil. Existe um programa, que é exibido no canal por assinatura GNT, chamado Chegadas e Partidas que, nem preciso dizer, tem como foco a partida. A apresentadora Astrid Fontenelle fica no aeroporto atrás de interessantes histórias dos passageiros. Mesmo a emoção da chegada veio após uma partida, por vezes, dolorosa. Despedir-se de um ente querido que falece, por exemplo, é terrível. Imaginar que a pessoa que você ama não vai estar mais lá para curtir os bons momentos, ou mesmo para reclamar com você, é deprimente.
Você deve estar pensando: aonde eu quero chegar com esse lenga-lenga sobre despedidas? Qual é o seu sentimento ao se despedir de uma série? Admita: a despedida de uma série é tão difícil quanto as despedidas vistas por Astrid em seu programa. Principalmente se a despedida for uma infeliz surpresa consequente da “maledetta” audiência americana. Sim, nós também dependemos dela…
A grande despedida do ano, até agora, foi a de Hannibal, show exibido pelo canal norte-americano NBC, famoso por ser um cancelador contumaz. Digo com experiência: Hannibal resistiu mais do que eu esperava. A proposta era ser um prequel de O Dragão Vermelho, livro que faz parte da trilogia de Thomas Harris, também composto por O Silêncio dos Inocentes e Hannibal. Em Dragão Vermelho, e na série derivada da obra literária, o ‘parceiro’ de Dr. Lecter é Will Graham. A escolha do showrunner Bryan Fuller de contar a historia do Dr. Lecter pelo olhar de Graham foi corajosa e arriscada, pois acredito eu que a maioria do público sempre estará contaminado pela Clarice Starling de Jodie Foster de O Silêncio dos Inocentes – papel pelo qual a atriz ganhou o seu segundo Oscar de melhor atriz, em 1992.

A série, em suas três temporadas no geral, foi magnífica. Tendo alguns erros pontuais que, acredito, qualquer programa de TV deve ter. O show tinha alguns trunfos além da estética impecável. Contou com um espetacular e inspirado Lecter, vivido por Mads Mikkelsen, que não se preocupou em imitar o Lecter do cinema (o antológico, interpretado por Anthony Hopkins que, assim como Jodie Foster, também arrematou um Oscar). Mikkelsen optou sabiamente por fazer a sua própria versão do mundialmente famoso personagem. E gerações futuras certamente lembrarão de seu rosto quando se falar em Lecter.
Na estreia de seu terceiro ano, o mundo seriemaniaco foi bombardeado com a noticia do fim de Hannibal. Obviamente a indagação que tomou as redes sociais foi: como assim vai acabar? A Clarice vai aparecer? Será que o Fuller vai dar vazão à vontade de uma grande parcela do fandom e teremos um romance entre Lecter e Will?
Mas, acreditem, para mim bastava que Fuller nos desse um final fechadinho, sem brechas para uma possível volta ou, que fosse uma mínima brecha para que as cabeças criativas sonhassem com algo e desenvolvessem futuramente. E lhes digo feliz: Fuller nos presenteou com um final épico. Admito que a primeira parte dessa temporada foi de uma lentidão sem fim, mas a metade final foi sensacional.

Aqui eu poderia dizer o que me encantou na finale de Hannibal, mas, se eu fizer isso, posso te encher de spoiler e vai que você ainda não conhece Hannibal e Will ainda? Corre lá que vale muito a pena. E se você era uma hannibalmaniaco como eu, me conte o que achou da finale!
Adendo 1: Finalmente chegou setembro! A fall season vai começar. Medo da minha pilotomania…
Adendo 2: Prometo fazer mapinha de pilotos. Não garanto a quantidade, mas quem sabe?
Gaby Matos
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