Uma Curva no Tempo, de autoria de Dani Atkins, narra a história de Rachel na tentativa de entender o que aconteceu com sua vida após um acidente.
Rachel, como conhecemos logo no inicio, é uma adolescente com a vida toda planejada e quase perfeita. Ela tem amigos e namorado, e esta pronta para ingressar na faculdade, porém, tudo muda numa noite em que ela e seus amigos sofrem um acidente que provoca a morte de seu melhor amigo Jimmy e, consequentemente, destrói a a sua vida.
Cinco anos se passam sem que a protagonista consiga se perdoar pela morte de Jimmy e, agora que está de volta à cidade para o casamento de sua melhor amiga, as lembranças não a abandonam. Na cidade, Rachel decide ir a lugares especiais para ela, incluindo o cemitério, para visitar a sepultura de Jimmy. No caminho, entretanto, ela sofre um novo acidente.
Quando acorda, Rachel se encontra em uma realidade muito diferente da que vivia antes do acidente e terá de lidar com isso e aprender que, às vezes, tudo que precisamos é de uma segunda chance.
A autora consegue, de uma forma simples, transmitir ao leitor a confusão e os sentimentos de Rachel e isso faz com que nos apeguemos à personagem e à sua dor. Por se tratar de uma narrativa que versa a respeito de vidas “paralelas”, ele tem um ritmo mais lento – sem se tornar entediante em momento algum – o que exige do leitor uma atenção especial.
Com personagens carismáticos e bem construídos, Atkins se aproveita de clichês sem, contudo, deixar o final muito óbvio e consegue passar uma mensagem muito interessante.
No final, Uma curva no Tempo faz o leitor refletir sobre o que faria se tivesse uma segunda oportunidade e o que mudaria em sua vida se houvesse, pelo menos, dado a chance a algo que não parecia certo.
*O final do livro pode ser interpretado alternativamente.
Márcia Campelo