Em 2000, Bryan Singer teve a proeza de levar os mutantes da Marvel Comics, os X-Men, para o cinema em um filme que mudou os padrões e redefiniu o conceito de adaptações cinematográficas de histórias em quadrinhos. Depois de X-Men, este subgênero nunca mais foi o mesmo. Aliás, corrigindo: o X-Men de Singer foi o ponto de partida para que os filmes baseados em HQs se firmassem definitivamente como um subgênero cinematográfico, especialmente após desastres como Batman Forever (1995) e Batman & Robin (1997) assinados por Joel Schumacher; Spawn: O Soldado do Inferno; Steel – O Homem de Aço (ambos de 1997); Capitão América (1990); Supergirl (1984); e, especialmente, Howard: O Super Herói (1986), dentre outras produções de gosto duvidoso lançadas entre as décadas de 1980 e 1990 que fizeram com que os longas-metragens de super-heróis fossem vistos com tanto preconceito por indústria e cinéfilos.

Antes disso, porém, em 1995, Singer já havia assinado o ótimo Os Suspeitos que nada tinha a ver com heróis ou HQs. Trata-se de um thriller inteligente, com uma trama intrincada e cujo objetivo é o espectador tentar descobrir quem é Keyser Söze, o mandante do bem planejado crime no qual se concentra toda a narrativa. Destaque para a atuação brilhante de Kevin Spacey.
Já no ano de 2003, Singer voltou a dirigir os mutantes em X-Men 2, um filme que recebeu elogios vindo de todos os lados – de fãs xiitas dos personagens a críticos ranzinzas, passando por cinéfilos em busca de um entretenimento interessante em um ano de tantas produções rasas e burocráticas.

Depois de um longo hiatus longe da cadeira de diretor dos filmes da franquia X-Men (sendo substituído no terceiro capítulo da série por Brett Ratner para se dedicar à produção de Superman Returns; e atuado como produtor de X-Men: Primeira Classe de 2011, dirigido por Matthew Vaughn), voltou a comandar uma aventura dos mutantes em sua função original, de cineasta, com X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, outro sucesso de público e crítica, tão brilhante quanto o segundo capítulo realizado por ele.
Por mais que tenha cometido alguns deslizes em seu percurso – como o apenas passável Superman Returns e o inexpressivo Jack – O Caçador de Gigantes – não dá para negar que o diretor tem talento para contar uma boa história e conduzir uma narrativa, além de muito estilo e personalidade como cineasta. Embora muitos aleguem que ele só funciona a frente dos filmes dos X-Men, vale muito a pena ver seus primeiros trabalhos: o já mencionado Os Suspeitos e O Aprendiz (baseado na obra de Stephen King).

Bryan Singer tem 49 anos e é natural de Nova York, Estados Unidos. Filho adotivo de uma ativista ambiental com um empresário, cresceu em um lar judeu, é homossexual assumido (inclusive é possível perceber ecos da própria luta do diretor em prol dos direitos LGBT na luta dos X-Men contra o preconceito em seus filmes) e, recentemente, pai de um bebê de cinco meses que teve com sua melhor amiga. Singer estudou cinema na Nova York School of Visual Arts e na Escola USC de Artes Cinematográficas de Los Angeles. O cineasta completa vinte e sete anos de carreira em 2015, vinte do lançamento de Os Suspeitos (o longa que o consagrou), e conta com 19 títulos, dentre filmes e episódios de séries, em seu currículo. Confira abaixo a sua filmografia:
> X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past) [2014]
> Jack – O Caçador de Gigantes (Jack: the Giant Slayer) [2012]
> Operação Valquíria (Valkyrie) [2008]
> Superman: O Retorno (Superman Returns) [2006]
> X-Men 2 (X2: X-Men United) [2003]
> X-Men [2000]
> O Aprendiz (Apt Pupil) [1998]
> Os Suspeitos (The Usual Suspects) [1995]
> Public Access [1993]
> Lion’s Den (curta-metragem) [1988]
Andrizy Bento
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