Fanmade: Lost in translation / Her – An Unloved History

her lost

Em 2003, Charlotte (Scarlett Johansson), uma jovem recém-graduada em filosofia, viajou ao lado do marido fotógrafo (Giovanni Ribisi) para o Japão, onde se sentiu extremamente deslocada e solitária, já que ele só pensava em trabalho e não lhe dava atenção durante a viagem. Então ela conheceu outro americano perdido por lá, o decadente ator de meia-idade Bob Harris (Bill Murray) que estava no Japão para gravar um comercial de whisky por conta de um ótimo cachê. Eles se identificaram em sua solidão e começaram a partilhar diversos momentos juntos enquanto desbravavam Tóquio. Esta é a trama de Encontros e Desencontros (Lost in Translation), uma ótima surpresa do longínquo 2003. Dez anos depois, Scarlett Johansson deu voz ao sistema operacional inteligente de computador de Ela (Her), pelo qual o  solitário e divorciado escritor de cartas Theodore (Joaquin Phoenix) se apaixonou e com quem viveu um relacionamento incomum em uma Los Angeles futurista. Filme igualmente brilhante, vencedor do Oscar de roteiro original. Mas Scarlett não é o único elemento que conecta Encontros e Desencontros de Sofia CoppolaEla de Spike Jonze.

Uma curiosidade é que Sofia Coppola e Spike Jonze foram casados na vida real (casal mais hipster, impossível). Inclusive, quando Jonze ainda era um cultuado diretor de videoclipes, Sofia estrelou um de seus clássicos: Elektrobank do Chemical BrothersE, dizem por aí, que o personagem de Giovanni Ribisi em Encontros e Desencontros é inspirado em Jonze. Por mais que a própria cineasta tenha negado, não dá pra rejeitar o fato de que o casal retratado na película guarda profundas semelhanças com o ex-casal da vida real.

tumblr_mzb8kiusuX1qzoua7o1_500O fanmade é perfeito. Há diversas conexões (involuntárias, provavelmente?) e semelhanças entre os dois filmes. Não só pela presença inspirada de Johansson nas duas produções, ou pelas cenas em que os personagens Charlotte e Theodore encaram a vista das janelas (ambos aparecem contemplando melancolicamente a cidade, das alturas) mas também há o fato de ambos os longas retratarem a solidão dos personagens em uma megalópole. A ironia de se sentir solitário e deslocado em cidades tão populosas. As tramas intimistas e, por isso mesmo, universais. O fanmade destaca o fato de os dois filmes serem simetricamente parecidos, de maneira até assombrosa. Os longas parecem dialogar um com o outro em termos visuais e narrativos, como se os personagens fizessem parte do mesmo universo. Belíssima montagem!

Confira abaixo e delicie-se identificando os paralelos entre os dois:

Andrizy Bento