[ESPECIAL] Harry Potter – Parte 1

Acho que não existe melhor forma de inaugurar este blog do que falando de Harry Potter, até porque estamos próximos do dia 15 de julho, data de estreia do oitavo e último filme da milionária e bem-sucedida franquia. 

Decidi, portanto, já que estamos voltando, prestar uma homenagem a esse carismático bruxinho que vem encantando e emocionando gerações há tantos anos. Como ele faz e fará eternamente parte do imaginário de zilhões de pessoas, inclusive o meu, eu tinha que arranjar uma forma digna de me despedir.

Ir ao cinema e aguardar até o momento em que os créditos irão subir pela última vez, parecia muito pouco tendo em vista tudo o que Harry Potter significou pra mim… Antes que eu comece a ficar sentimental demais, aí está a primeira de sete partes do meu especial Harry Potter, lembrando que os textos refletem a minha opinião enquanto fã. Não é um texto imparcial, portanto, é provável que eu tenha me excedido em alguns momentos. Mas chega de papo!

A Obra

Fonte: http://blog.meiapalavra.com.br

Não dá para dizer que todos os livros da série Harry Potter são obras-primas. Mas a obra em si, como um todo, com certeza merece esse status.

De tempos em tempos, surge uma obra original, criativa, inteligente e bem elaborada, capaz de permanecer gravada eternamente no imaginário popular. É raro de acontecer, mas Harry Potter está entre elas.

Eu costumo dizer que a criação da escritora escocesa J.K. Rowling está no mesmo patamar de Star Wars e O Senhor dos Anéis, só para citar alguns exemplos igualmente grandiosos e memoráveis. Não são apenas funcionais como entretenimento e extremamente bem-sucedidas comercialmente. São mais do que isso. São narrativas bem construídas, com personagens cativantes e mensagens significativas capazes de suscitar amplas e intermináveis discussões.

O maior trunfo de Rowling foi investir em uma mitologia poderosa envolvendo diversas criaturas legendárias sem que a saga acabasse por soar forçada e artificial

Quando embarcamos na fantasia proposta nas páginas de Harry Potter, parece realmente normal que compremos varinhas, livros escolares, entre outros artefatos no Beco Diagonal, que façamos passeios no final de semana por Hogsmeade, tomemos uma cerveja amanteigada no Três Vassouras e nos esbaldemos de doces na Dedosdemel.

Parece natural que o nosso esporte favorito seja o Quadribol, que viajemos a bordo de uma locomotiva vermelha com destino à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e, chegando lá, lancemos feitiços e azarações naqueles colegas que julgamos insuportáveis.

E aparentemente é bem mais interessante ter aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços e Poções (desde que o professor não seja o Snape) do que as disciplinas convencionais que são ensinadas aos pobres trouxas.

Mas Harry Potter não é apenas um romance divertido e escapista, uma aventura destinada a crianças como muitos pensam. As valorosas mensagens por trás de todo o esse universo mágico são suficientemente claras e transmitidas aos leitores de maneira perspicaz.

Harry Potter, por vezes, funciona como uma alegoria sobre o preconceito. Como exemplo há o caso de Draco Malfoy, da família Black (exceto Sirius), dos Comensais da Morte, entre outros, orgulhosos de seu sangue puro e que odeiam e abominam àqueles a quem chamam de sangue-ruim, os bruxos filhos de trouxas (pessoas sem poderes mágicos).

Por sua vez, os tios trouxas de Harry, os Dursley, têm aversão a bruxos. Essa intolerância à natureza do sobrinho – a quem vêem como aberração –  na realidade, se dá pelo fato de eles temerem o que desconhecem.

Já a ascensão de Lord Voldemort no mundo dos bruxos, sugere uma comparação à época do domínio da Alemanha por Hitler. O Lorde das Trevas e seus discursos acerca da purificação do sangue, o seu controle da imprensa – fazendo o jornal O Profeta Diário servir como uma espécie de propaganda do seu governo e seus ideais – e o fato de perseguir, caçar e matar, ao lado de seus Comensais da Morte, bruxos nascidos trouxas, simpatizantes de trouxas e qualquer um que vá contra sua liderança, nos remetem imediatamente ao período de ameaça, medo e trevas que foi a própria era Hitler.

O talento narrativo de Rowling não para por aí. A escritora foi meticulosa em cada aspecto, cada detalhe. Nos costumes e tradições dos bruxos; na elaboração e execução das leis outorgadas pelo Ministério da Magia; na criação de feitiços e maldições; na releitura de seres mitológicos clássicos; na grade curricular de Hogwarts; no tocante à mídia na forma do respeitado jornal O Profeta Diário ou do tablóide sensacionalista O Pasquim; e até no sistema de transporte bem criativo e anticonvencional (Aparatação, Rede de Flu, etc.)

É claro que, sobretudo, se destaca a jornada do nosso herói errante. Seu crescimento e sua evolução. Um menino íntegro, corajoso e cativante, mas que também é, por vezes, rebelde e até um pouco arrogante, como diz Snape.

Ele tem o peso do mundo da magia em suas costas. É apenas ele quem pode salvar a população bruxa de uma nova era de terrorismo, fascismo e horror derrotando o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos, Lord Voldemort. E Harry é só um adolescente que no último livro tem apenas 17 anos.

Quem poderia imaginar que aquele garotinho franzino de onze anos do primeiro romance, maltratado pelo primo gordo e negligenciado pelos tios, seria a esperança de toda uma população de magos e feiticeiros num futuro bem próximo?

Mas a verdade é que Harry passa boa parte dos volumes da saga tentando ser um menino normal. Pelo menos, normal para os padrões do Mundo da Magia.

Contudo, de todas as mensagens, alegorias, referências presentes na obra, uma se destaca mais do que qualquer outra: a amizade. E não falo somente do trio principal, do fato de Ron e Hermione estarem sempre ao lado de Harry, partindo com ele, inclusive, naquela que promete ser a mais arriscada e difícil de suas missões, uma viagem que pode não ter volta…

Falo também de todos os outros personagens. Da família Weasley, do corpo docente de Hogwarts, da Ordem da Fênix, de seus colegas, dos fantasmas que vagam pela escola… Harry jamais conseguiria sozinho. Ele precisava do apoio daqueles que amava. E isso leva ao desfecho emocionante de Relíquias da Morte. Sabemos que Harry estará sempre disposto a arriscar sua vida pela de seus amigos. E seus amigos estão dispostos a lutar e morrer por ele.

No decorrer dos anos e dos volumes, J.K. Rowling não teve medo de ousar e tornar seu universo cada vez mais obscuro e perigoso. Ela tinha plena consciência e domínio de sua história, por isso mesmo, Harry Potter e seus amigos cresceram junto com seu público leitor. E seus leitores amadureceram junto com Harry Potter, Ron Weasley e Hermione Granger e aprenderam muito com eles também.  

E essa viagem de mais de dez anos, ao lado Harry e seus colegas no Expresso Hogwarts, com certeza, será sempre das mais fascinantes e inesquecíveis que fizemos pelo maravilhoso mundo do entretenimento. 

Fonte das imagens: blogs e-livraria e meia palavra

Andrizy Bento

11 comentários em “[ESPECIAL] Harry Potter – Parte 1”

  1. Aaahh! Adorei o texto Drizy.=D

    Estou louca para ler os outros!!

    Será difícil a despedida de Harry e de toda a sua turma. Ainda não sei como será o momento em que entrarei na sala de cinema para ver pela última vez um filme da franquia. O meu coração já está apertado demais…

    Acho digna essa sua despedida =D

    Beijos

    1. Obrigada por passar por aqui, Carol =D

      Realmente, será a última vez que veremos um filme de Harry Potter no cinema… Esse momento parecia tão distante há algum tempo e agora faltam apenas alguns dias… Será difícil mesmo, certeza que vamos chorar, hahaha

      Beijão ;*

      Andrizy

  2. E ai, que tô velha e ainda gosto de Harry Potter. Acho escrito com criatividade e algumas boas lições de moral e doses de esperança que um livro pseudo-infantil deve ter. Dei, anos atrás, o primeiro da série para meu afilhado e ele passou a gostar de leitura. Fato que me chama atenção, porque é envolvente o bastante pra trazer um adolescente rebelde pra literatura.
    Boa sorte no blog e beijoka pra Dri!

    1. Pois é, Cris. Harry Potter é mesmo para todas as idades. Engana-se quem diz que é coisa de criança, né? É uma história muito inteligente e bem escrita. E eu acredito que HP foi o grande responsável pelo incentivo à leitura para muitos jovens. Até um tempo atrás se falava que crianças e adolescentes estavam perdendo o interesse em livros por conta da internet, televisão, etc. Depois do fenômeno Harry Potter, grande parte desse público passou a se interessar por ler não só HP, mas outros títulos que seguem a mesma linha. Também pretendo dar os livros da série para meu sobrinho. Ele, com pouco mais de dois anos, já se diverte tirando os meus da estante e os folheando. Vamos ver mais pra frente =)

      Obrigada pelo comentário e pelo apoio 😉

      Andrizy

    1. Amei o texto cheio de informações bacanas e o assunto é de interesse de tantas pessoas,Parabéns pelo bom gosto!!!

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